Políptico da Capela do Salvador
políptico de pinturas a óleo sobre madeira criado no período de 1520 a 1525, obra colectiva com participação de Gregório Lopes e Jorge Leal / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Políptico da Capela do Salvador, ou Retábulo de São Bento, é um políptico de pinturas a óleo sobre madeira criado no período de 1520 a 1525, tratando-se provavelmente de obra colectiva com participação proeminente dos artistas portugueses do Renascimento Gregório Lopes e Jorge Leal. Integrou inicialmente o Retábulo da Capela do Salvador no Convento de São Francisco da Cidade, em Lisboa, estando os quatro painéis sobreviventes actualmente no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa.[2]
O Políptico da Capela do Salvador era composto por cinco painéis, havendo um painel central, a Deposição da Cruz ou Lamentação de Cristo, de que se desconhece o paradeiro, que era ladeado pelos quatro painéis que chegaram até ao presente e que são: a Visitação, a Adoração dos Reis Magos, a Apresentação do Menino no Templo e o Menino Jesus entre os Doutores, conforme reconstituição ao lado.[3]
No século XVII, os painéis do Políptico da Capela do Salvador transitaram da Capela do Salvador no Convento de São Francisco da Cidade para a Capela de Nossa Senhora dos Prazeres no Mosteiro de São Bento da Saúde (o actual Palácio de S. Bento onde funciona a Assembleia da República Portuguesa), passando desde então a ser conhecido como Retábulo de São Bento. Mais tarde, com a extinção da ordens religiosas em 1834, foi transferido para a Academia Real de Belas Artes de onde, finalmente, passou para o MNAA.[3]
Reinaldo dos Santos encontrou num Livro de Notas do Mosteiro de São Bento da Saúde[4] um recibo de pagamento a Gregório Lopes datado de 1520, e Vitorino Magalhães Godinho havia encontrado um documento de 1525[5] segundo o qual os pintores Jorge Leal e Gregório Lopes tinham acabado de pintar o Políptico da Capela do Salvador do Mosteiro de São Francisco, trabalho que iria ser avaliado pelo pintor régio Jorge Afonso e pelo pintor Antão Leitão. Conjugando as datas destes dois documentos é possível delimitar a data de execução do Políptico.[3]