Escândalo do mensalão
escândalo de compra de votos no Brasil em 2005 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Mensalão foi um escândalo de compra de votos que ameaçou[1] derrubar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva em 2005.[2] O neologismo mensalão, popularizado pelo então deputado federal Roberto Jefferson, em entrevista que deu ressonância nacional ao escândalo, é uma variante da palavra "mensalidade", usada para se referir a uma mesada paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo. Embora o termo já fosse conhecido por outras razões,[3][4] segundo o deputado, o termo já era comum nos bastidores da política, entre os parlamentares, para designar essa prática ilegal. Jefferson acusou o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, de ser o mentor do esquema.
Escândalo do mensalão | |
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Roberto Jefferson foi o denunciante do escândalo. | |
Local do crime | Brasil |
Data | 6 de junho de 2005 (18 anos) |
Tipo de crime | Compra de apoio político |
Réu(s) | Diversos, entre pessoas e organizações |
Juiz | Joaquim Barbosa |
O escândalo estourou em 6 de junho de 2005, quando o deputado brasileiro Roberto Jefferson disse ao jornal Folha de S.Paulo que o Partido dos Trabalhadores (PT) pagou a vários deputados 30 mil reais por mês para votar pela aprovação de projetos de interesse do partido na Câmara dos Deputados do Brasil. Os fundos supostamente vieram dos orçamentos de publicidade das empresas estatais, canalizados através de uma agência de publicidade de propriedade de Marcos Valério.
A investigação envolveu membros do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do Democratas (DEM), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e de sete outros partidos políticos. Muitos assessores-chave de Lula renunciaram e vários deputados foram confrontados com a escolha de renúncia ou de correr o risco de ter o mandato cassado pela Câmara dos Deputados. Apesar da repercussão negativa do escândalo, o próprio presidente foi reeleito em 2006 e fez a sua sucessora em 2010, quando o Brasil elegeu sua chefe de gabinete, Dilma Rousseff, como presidente.[5] Grande parte da liderança do PT foi afetada de alguma forma, com muitos renunciando ou não conseguindo a reeleição. A economia brasileira não foi substancialmente impactada pelo escândalo.[6]
Roberto Jefferson, que havia sido o delator do escândalo, teve o seu mandato de deputado federal cassado pela Câmara dos Deputados em 14 de setembro de 2005 por violações éticas determinadas pelo Conselho de Ética do Congresso.