Gramática funcional
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Dentre as abordagens linguísticas que nos auxiliam a compreender a gramática destaca-se o funcionalismo linguístico. Na verdade, o rótulo funcionalismo linguístico engloba um conjunto de modelos funcionalistas que concebem a língua como instrumento de interação social. [1]
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Dezembro de 2013) |
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Portanto, a gramática funcional, em linguística, pode ser entendida por qualquer descrição teórica que favoreça o estudo das funções comunicativas da língua. Um exemplo típico é fornecido pelo modelo gramatical desenvolvido por Simon C. Dik (1992) o qual define gramática funcional com as seguintes palavras:
«No paradigma funcional, a linguagem é concebida antes de tudo como uma ferramenta interativa através da qual se estabelecem relações comunicativas. Dentro deste modelo, tentamos revelar a instrumentalidade da linguagem no que diz respeito ao que os falantes fazem e alcançam com ela na interação social; por outras palavras, uma língua natural é vista como parte integrante da competência comunicativa de quem a utiliza” [2]
A linguista brasileira Maria Helena de Moura Neves em sua obra "A Gramática Funcional" (1997, p.15), a descreve como uma teoria da organização gramatical das línguas naturais que procura integrar-se em uma teoria global da interação social. Esta assenta que as relações entre unidades e as funções das unidades têm prioridade sobre seus limites e sua posição, e que entende a gramática como acessível às pressões de uso. [3]
Mackenzie (apud NEVES, 1994, p.112), afirma que a gramática funcional tem como hipótese fundamental a existência de uma relação não arbitrária entre a instrumentalidade do uso da língua (o funcional) e a sistematicidade da estrutura da língua (a gramática). Em outras palavras, a gramática funcional visa a explicar a regularidade nas línguas, e através delas, em termos de aspectos recorrentes das circunstâncias sob as quais as pessoas usam a língua. A gramática funcional ocupa, assim, uma posição intermediária em relação às abordagens que dão conta apenas da sistematicidade da estrutura da língua ou apenas da instrumentalidade do uso da língua. [4]
Atualmente existem três modelos funcionalistas muito bem definidos, também chamados de gramáticas funcionais: a Gramática Sistêmico-Funcional, cujo representante é Michael Halliday; a Gramática Discursivo-Funcional, cujos representantes são Mackenzie e Hengeveld, decorrente da Gramática Funcional de Dik; e a Linguística Funcional Centrada no Uso, cujos representantes são Hopper, Thompson, Bybee, Tomasello, Langacker e outros.[1]
Neves (2018) considera a Linguística Funcional Centrada no Uso como um tipo de gramática funcional de tipo cognitivo, ao lado da Teoria da Metáfora Conceptual; da Teoria dos Espaços Mentais e da Teoria das Construções Gramaticais. [1] [5]
De inspiração em Givon, Hopper, Thompson, Chafe, entre outros, a abordagem funcionalista norte-americana defende uma lingüística baseada no uso, observando a língua do ponto de vista do contexto lingüístico e da situação extralingüística. A gramática é vista como um sistema aberto, fortemente suscetível à mudança e intensamente afetado pelo uso que lhe é dado no dia-a-dia, pois ela é “(...) um conjunto de formas, padrões e práticas que surgem para servir às funções que os falantes necessitam desempenhar com mais freqüência". [6]