Etanol como combustível no Brasil
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O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol combustível e segundo maior exportador mundial. Juntos, Brasil e Estados Unidos lideram a produção industrial de etanol, representando em conjunto 82,4% da produção mundial em 2021. [1][2]
Etanol como combustível no Brasil | |
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Selo postal de 1980, em comemoração ao Programa Nacional do Álcool (Proálcool). | |
Características | |
Classificação | Ethanol fuel by country |
Faceta | etanol |
Localização | |
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O país é classificado como a primeira economia sustentável com base em biocombustíveis do mundo, além de ser um líder da indústria de biocombustíveis,[3][4][5][6] um modelo para outros países; e seu etanol de cana-de-açúcar é considerado "o combustível alternativo mais bem-sucedido até o momento."[7] No entanto, alguns autores consideram que o modelo brasileiro só é sustentável no Brasil devido à sua tecnologia agroindustrial avançada e devido a enorme quantidade de terra arável disponível em seu território;[7] enquanto de acordo com outros autores, o etanol brasileiro seria uma solução apenas para alguns países da zona tropical da América Latina, Caribe e África.[8][9][10]
O programa de etanol combustível do Brasil é baseado na tecnologia agrícola mais eficiente para o cultivo de cana-de-açúcar no mundo[11] e utiliza equipamentos modernos e plantas baratas como matéria-prima, enquanto o bagaço residual é usado para produzir calor e energia, o que resulta em um preço muito competitivo e também em um equilíbrio de alta energia (produção de energia/energia gasta), que varia de 8,3 para condições médias a 10,2 na produção com melhores práticas.[5][12] Em 2010, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos designou o etanol brasileiro como um biocombustível avançado, devido à sua redução de até 61% das emissões totais na análise do ciclo de vida de gases do efeito estufa, incluindo emissões diretas através de mudanças no uso indireto da terra.[13][14]
Já não há quaisquer veículos leves no Brasil rodando apenas através de gasolina. Desde 1976, o governo tornou obrigatória a mistura de etanol anidro à gasolina, oscilando entre 10% a 22%,[15] e que requer apenas um pequeno ajuste em motores a gasolina normais. Em 1993, a mistura obrigatória foi fixada por lei em 22% de etanol anidro (E22) em volume em todo o país, mas com uma margem de manobra dada ao poder executivo para definir diferentes porcentagens de etanol, dentro dos limites pré-estabelecidos. Em 2003, esses limites foram fixados a um mínimo de 20% e um máximo de 25%.[16] Desde 1 de julho de 2007, a mistura obrigatória é de 25% de etanol anidro e 75% de gasolina (E25).[17] O limite inferior foi reduzido para 18% em abril de 2011, devido à recorrente escassez de oferta de etanol e os preços elevados que ocorrem entre as épocas de colheita. Em 2015, a mistura passou para 27%.[18][19]
A indústria de transformação brasileira desenvolveu veículos flex, que podem rodar com qualquer proporção de gasolina e etanol hidratado (E100).[20] Lançados no mercado em 2003, os veículos flex tornaram-se um sucesso comercial,[21] alcançaram um recorde de participação de 92,3% de todos os carros novos e vendas de veículos leves em 2009.[22] A produção cumulativa de automóveis flex atingiu a marca de 10 milhões de veículos em março de 2010[23][24] e de 15,3 milhões de unidades em março de 2012, e 40 milhões em 2023.[25] Em meados de 2010, havia 70 modelos de veículos flex disponíveis no mercado, fabricados por 11 grandes fabricantes de automóveis.[26] O sucesso dos veículos "flex", em conjunto com a mistura E25 obrigatória em todo o país, permitiu que o consumo de álcool combustível no país atingisse uma quota de mercado de 50% da frota de carros movidos a gasolina em fevereiro de 2008.[27][28] Em termos de energia equivalente, o etanol de cana representou 17,6% do consumo total de energia do país no setor dos transportes em 2008.[29]