Eleições estaduais em São Paulo em 1990
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As eleições estaduais em São Paulo em 1990 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições no Distrito Federal e em 26 estados. Foram eleitos nessa oportunidade o governador Luiz Antônio Fleury Filho, o vice-governador Aloysio Nunes, o senador Eduardo Suplicy, 60 deputados federais e 84 estaduais. Como nenhum candidato a governador atingiu metade mais um dos votos válidos, um segundo turno foi realizado em 25 de novembro e segundo a Constituição, o governador foi eleito para um mandato de quatro anos com início em 15 de março de 1991, sem direito a reeleição.[nota 1][1][2]
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Eleições estaduais em São Paulo em 1990 | ||||||
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3 de outubro de 1990 (Primeiro turno) 25 de novembro de 1990 (Segundo turno) | ||||||
Candidato | Luiz Antônio Fleury Filho | Paulo Maluf | ||||
Partido | PMDB | PDS | ||||
Natural de | São José do Rio Preto, SP | São Paulo, SP | ||||
Vice | Aloysio Nunes | José Egreja | ||||
Votos | 7.368.730 | 6.865.157 | ||||
Porcentagem | 51,77% | 48,23% | ||||
Candidato mais votado por município no 2º turno (572):
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Titular Eleito | ||||||
Eleição parlamentar em São Paulo em 1990 (Senado) | ||||
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3 de outubro de 1990 Turno único | ||||
Líder | Eduardo Suplicy | Ferreira Netto | Guilherme Afif Domingos | |
Partido | PT | PRN | PL | |
Natural de | São Paulo, SP | São Paulo, SP | São Paulo, SP | |
Votos | 4.229.867 | 3.806.787 | 2.491.656 | |
Porcentagem | 35,46% | 31,91% | 20,89% | |
Candidato mais votado por município:
Eduardo Suplicy | ||||
Titular(es) Eleito(s) | ||||
Disputaram esta eleição geral sete candidatos a governador. Este número poderia chegar a 10 candidatos, caso o TRE não anulasse as candidaturas de Antonio Martins (PAS) e Paulo Zingg (PN, extinto no mesmo ano) e Almino Affonso não desistisse da candidatura para apoiar Mário Covas. Concluída a apuração o novo governador paulista é o advogado Luiz Antônio Fleury Filho. Natural de São José do Rio Preto, em 1964 tornou-se aluno do curso de formação de oficiais da Academia Militar do Barro Branco ligada à Polícia Militar de São Paulo e oito anos mais tarde diplomou-se pelas Faculdades Metropolitanas Unidas lecionando na referida instituição.[3] Especialista em Direito Penal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, atuou durante quatorze anos como promotor de justiça até ser nomeado secretário de Segurança por Orestes Quércia em 1987, cargo do qual se afastou para disputar o Palácio dos Bandeirantes. Foi a terceira vitória consecutiva do PMDB em disputas pelo governo de São Paulo e a primeira após a criação do PSDB.[nota 2] Ressalte-se que o percentual obtido por Fleury Filho superou o recorde vigente desde a vitória de Carvalho Pinto em 1958.[nota 3]
Advogado nascido em São José do Rio Preto, Aloysio Nunes é formado pela Universidade de São Paulo e iniciou sua carreira política no movimento estudantil. Membro do clandestino PCB, foi adversário do Regime Militar de 1964 e nisso filiou-se ao MDB. Por pertencer à Ação Libertadora Nacional, grupo liderado por Carlos Marighella, rumou para o exílio em Paris após o assalto ao trem pagador Santos-Jundiaí em 1968.[4] Na capital francesa diplomou-se em Economia Política na Universidade de Paris e obteve o mestrado Ciência Política na primeira metade da década de 1970. Membro do Partido Comunista Francês, regressou ao Brasil em 1979 graças à Lei da Anistia e entrou no PMDB. Procurador da Secretaria de Justiça do estado de São Paulo e professor da USP, elegeu-se deputado estadual em 1982 e 1986 e vice-governador de São Paulo em 1990.[5][6]
Na eleição para senador a vitória foi de Eduardo Suplicy.[7] Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, onde é professor, nasceu em São Paulo e fez Mestrado em Economia na Michigan State University.[8] Eleito deputado estadual pelo MDB em 1978, foi um dos fundadores do PT elegendo-se deputado federal em 1982.[8] Fiel à orientação partidária, votou pela Emenda Dante de Oliveira em 1984 e ausentou-se da eleição presidencial indireta no Colégio Eleitoral em 1985.[9][10] Derrotado nas eleições para prefeito de São Paulo em 1985 e governador do estado em 1986, foi eleito vereador à capital paulista em 1988 chegando mais tarde à presidência da Câmara Municipal de São Paulo e em 1990 tornou-se o primeiro senador eleito pelo voto popular na história do PT.[7][nota 4] Essa foi a última eleição a ser ganha por um candidato que não seja do PSDB até 2022, quando Tarcísio de Freitas foi eleito governador do Estado pelo Republicanos.