Anticiclone do Atlântico Sul
sistema de alta pressão semipermanente evitando áreas de instabilidade por onde se posiciona / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O anticiclone do Atlântico Sul, também conhecido como alta subtropical do Atlântico Sul (ASAS) ou anticiclone de Santa Helena, é um sistema de alta pressão semipermanente sobre o sul do oceano Atlântico. Assim como as demais altas subtropicais, que se encontram sobre os principais oceanos do planeta e em ambos os hemisférios, está localizado próximo à latitude de 30°. Sua formação ocorre a partir do ar quente e úmido das regiões equatoriais, que se desloca na altura da troposfera em direção aos polos. Durante o transporte esse ar passa por resfriamento, além de se tornar mais seco e denso e, portanto, propício à subsidência. Próximo à latitude de 30°, a massa tropical atlântica força o ar seco a descer e, ao mesmo tempo, a atmosfera se aquece e a umidade relativa diminui, impedindo a formação de instabilidades. A força exercida pelo ar descendente é o que gera a elevação da pressão sobre a superfície.
A ASAS, associada à convergência de ventos com as demais altas subtropicais, contribui com a manutenção da zona de convergência intertropical (ZCIT). Além disso, a circulação do anticiclone atua diretamente na regulação das estações seca e chuvosa na maior parte do Brasil, nas Guianas e no sul da África. Inclusive o sistema é primordial na formação da zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS), canal de umidade responsável pela ocorrência de boa parte das chuvas no período chuvoso do centro-sul e sudeste brasileiro. O dipolo subtropical do Atlântico Sul (DSAS) é outro fator diretamente ligado à posição da ASAS que, aliado à circulação de ventos, também possui influência no clima daquelas regiões.
Por outro lado, o avanço da alta subtropical do Atlântico Sul sobre o continente sul-americano configura uma situação de bloqueio atmosférico. Esse evento, quando registrado durante o verão, acarreta longos períodos de chuvas irregulares fora de época e com temperaturas acima da média sobre a maior parte do Sudeste, Centro-Oeste e Sul brasileiro, o chamado veranico. Embora não sejam incomuns em meio à estação chuvosa nessas áreas do país, os intervalos secos em meio ao período chuvoso se tornaram mais frequentes e intensos a partir de meados da década de 1990. O quadro de seca na Região Sudeste do Brasil na década de 2010 foi causado pela atuação intensa e prolongada da alta pressão em posição anormal.