O cristão deve estar totalmente inserido no contexto político lutando por seus direitos e valores. Além de ser dever do pastor sim alertar os fiéis sobre projetos que estão sendo tramados contra a fé e a moral, antes que em pouco tempo nossos fiéis não encontrem mais um meio social que favoreça o crescimento na fé e na virtude, ou mesmo antes de criarem leis que limitem parcialmente ou totalmente o cristão de exercitar a sua fé. Como eu disse, defendo na política esses valores, que hoje, tem coincidido na sua grande parte com o governo atual, e por isso o apoio. A Igreja não é nem de esquerda nem de direita, mas combate a esquerda quando defende valores anticristãos, assim como combateria a direita se defendesse valores anticristãos. Se amanhã esse governo mudar de posição com relação a esses valores inegociáveis do cristianismo, no mesmo instante buscarei um outro que lute pelos mesmos. Isso me faz ser apenas um pastor, e não um direitista, como tantos querem rotular.
O bispo é um promotor da unidade e da caridade. Até posso inverter as questões propostas e começar pelos desafios. O primeiro é a passagem, da linha de frente, a que estamos acostumados como padres, para a retaguarda. O padre é quem está constantemente junto com uma comunidade específica, o que traz toda a alegria de experimentar imediatamente o crescimento do Reino de Deus na resposta dos fieis. Como bispo, vejo-me desafiado a prover o melhor atendimento pastoral para cada comunidade, indicando o sacerdote, acompanhando e avaliando o trabalho que é desenvolvido pelos irmãos. Esse trabalho deve ser entendido como função própria do bispo, deve-se equilibrar para não ser reduzido a uma burocracia, mas assumir o contorno de um verdadeiro pastoreio.