Loading AI tools
Materiais amorfos formados pelo rápido arrefecimento de um magma. Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Vidro vulcânico é a designação dada aos materiais vítreos, ou seja aos materiais considerados amorfos por não apresentarem estrutura cristalina, que formam os vários tipos de rochas ígneas vítreas que resultam do rápido arrefecimento e solidificação do magma. Como os restantes tipos de vidro, estes materiais apresentam um estado físico da matéria que é intermédio entre as formas compactas e altamente ordenadas dos cristais e as formas espacialmente desordenadas dos líquidos e gases.[1] Quando usada em petrologia, a designação «vidro vulcânico» pode referir tanto os materiais intersticiais, a matriz, de uma rocha vulcânica de textura do tipo afanítico (de grão fino) como qualquer um dos tipos de rochas ígneas vítreas.
Um vidro vulcânico é um vulcanito, isto uma rocha vulcânica (ou uma parte de uma rocha vulcânica) que não apresenta estrutura cristalina, sendo antes constituída por um material amorfo, tecnicamente considerado um vidro. Este tipo de rochas resulta do muito rápido arrefecimento ou endurecimento de uma lava ou magma, solidificando sem que decorra o tempo suficiente para que a cristalização pudesse ter lugar. Do ponto de vista da composição química, um vidro vulcânico não é um tipo separado de rocha, antes um tipo específico de trama. O exemplo mais conhecido de vidro vulcânico é a obsidiana.
Uma rocha pode ser completamente vítrea, nesse caso classificada como holovitrea/hialina (neste caso em oposição a "holocristalina", a designação dada à rochas isentas de material vítreo), ou apenas parcialmente vítrea, sendo então classificada como hipovitrea/hialina. Sendo uma classificação com base nos dois extremos de um continuum, existem todas as formas de transição entre as rochas puramente holohialinas e rochas holocristalinas.
Numa rocha hipohialina, os cristais ocorrem apenas esporadicamente e em pequenas quantidades, que em determinadas circunstâncias podem formar uma trama de fluxo com uma textura com folheação laminar produzida pelo fluxo. As rochas com textura porfirítica em que os maiores grãos minerais ocorrem como fenocristais numa matriz vítrea são designadas por vitrófiros.
Para a formação de vidros vulcânicos é necessário um arrefecimento rápido da lava, o que é conseguida na natureza principalmente através do contacto de lava com água ou com gelo glacial. Numa erupção vulcânica explosiva, as pequenas partículas de lava (tefra) endurecem durante o seu transporte através do ar.
Um exemplo típico é a ocorrência de vidros vulcânicos nas zonas de contacto entre o magma e água. Esse fenómeno está bem patente na formação das lavas em almofada presentes nas dorsais meso-oceânicas em resultado das erupção de vulcões submarinos. Também em vulcões subglaciais (como nas tuyas) ocorrem com abundância vidros vulcânicos. Na área de contacto superficial, embora a pequena escala, os corpos intrusivos (diques ou soleiras) podem desenvolver uma zona endurecimento vítrea, devido ao rápido arrefecimento em contacto com as rochas encaixantes frias, enquanto no interior arrefece mais lentamente produzindo uma rocha mais ou menos cristalina.
Os vidros vulcânicos formam-se a partir de materiais em fusão de composição diferente. O quimismo dos materiais siliciosos e a variação da sua viscosidade em função da sua riqueza em silício, leva à formação de vidros vulcânicos distintos em função dessa composição. Quando as condições de rápido arrefecimento estiverem presentes podem formar-se vidros vulcânicos a partir de qualquer material ígneo em fusão, sendo comuns os vidros vulcânicos de composição riolítica, traquítica, andesítica e fonolítica. Os vidros vulcânicos pobres em SiO2 são em geral de composição basáltica.
Um vidro vulcânico é essencialmente uma massa fundida super-arrefecida, que se encontra numa situação termodinâmica metaestável. As moléculas do vidro continuam num estado amorfo desordenado, como no material em fusão original e não na estrutura cristalina ordenada típica dos sólidos. Devido à sua metaestabilidade, o vidro vai evoluindo ao longo do tempo geológico no sentido de formar uma estrutura cristalina termodinamicamente estável por recristalização ou desvitrificação. A recristalização do vidro ocorre recorrendo à nucleação em torno de micro-cristais ou impurezas, resultando na formação de esferulitos radiais.
O tipo mais conhecido de vidro vulcânico é a obsidiana, um vidro com elevado teor de sílica, e por isso muitas vezes designado simplesmente por «vidro vulcânico». Pedaços de obsidiana foram utilizado desde a Idade da Pedra para fins ornamentais e construção de ferramentas e armas. Contudo, existem muitos outros tipos de vidros vulcânicos, entre os quais:
Pela sua morfologia, alguns tipos de vidro vulcânico receberam nomes específicos:
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.