Innova é uma empresa brasileira que atua na indústria petroquímica, especialmente na produção de poliestireno para os mais diversos fins.[7] Sediada na cidade de Barueri, conta com duas fábricas em Manaus e uma em Triunfo, no Rio Grande do Sul.[8]

Factos rápidos
Innova
Razão social Videolar-Innova S.A.
Nome(s) anterior(es) Videolar S.A. (1988-2015)
Atividade Petroquímica
Fundação 30 de junho de 1988 (36 anos) em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul
Fundador(es) Lírio Parisotto
Sede Barueri, SP,  Brasil
Proprietário(s) Lírio Parisotto
Presidente Lírio Parisotto
Produtos Poliestireno, Etilbenzeno,[1] monômero de Estireno,[2] Poliestireno de uso geral e de alto impacto,[3] Poliestireno expansível,[4] Polipropileno Biorientado, laminados plásticos em bobinas de poliestireno (PS) e polipropileno (PP),[5] tampas plásticas para águas minerais, sucos e refrigerantes.[6]
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História

Fundada em 30 de junho de 1988 pelo empresário Lírio Parisotto na cidade de Caxias do Sul com o nome de Videolar, a empresa iniciou suas atividades produzindo mídias de armazenamento removível por meio magnético, como fitas de vídeo, K7 e disquetes (mais tarde, modificou sua produção para mídias ópticas, como CDs, DVDs e Blu-ray), além de gravação, tradução e legendagem de fitas VHS.[9]

A Videolar implantou no Brasil o conceito da fita de videocassete fabricada sob medida, que consiste no uso do produto magnético (o comprimento da fita, em si) na quantidade suficiente para gravar o filme, no tempo de reprodução do conteúdo.[10]

Até então, o processo era realizado no país através de empresas distintas: de um lado, os fabricantes de fitas virgens em durações pré-determinadas, como as T-60, T-90, T-120 (notações referentes aos minutos graváveis), de outro, os laboratórios de duplicação que compravam essas fitas, recebiam as matrizes dos filmes e as duplicavam nelas. Ao lançar a fabricação sob medida (como, por exemplo, uma fita de T-100 para filme de 100 minutos), o processo implantado pela Videolar unificou as atividades, eliminando sobras e consequentes perdas, com economia de escala.[11]

Em 1990, a Videolar levou o laboratório de duplicação de Caxias do Sul para São Paulo, onde já desenvolvia atividades de tradução, legendagem e confecção das matrizes dos filmes. Implantou também uma unidade industrial em Manaus para fabricar e gravar as fitas sob medida. No ano seguinte, a companhia passou a operar toda a logística de distribuição física das fitas da CIC Vídeo, unificação no Brasil dos estúdios cinematográficos norte-americanos Paramount e Universal.[11]

A partir daí, a Videolar expandiu atuação no segmento das mídias gravadas e também virgens.[12] Atendeu também a indústria fonográfica, fabricando e gravando CDs (compact discs).[13]

No escritório comercial, administrativo e financeiro da companhia, com 25.000 m2 de área construída, em Alphaville, Barueri (SP) a Videolar disponibilizou espaços físicos para sediar os escritórios das distribuidoras do mercado de vídeo.[14] Tornou-se a única empresa no mundo a atender integralmente as seis majors, como são denominados os estúdios produtores de filmes cinematográficos sediados em Hollywood (Los Angeles, EUA), bem como as empresas independentes nacionais.[11]

Em 2002, a Videolar inaugurou a primeira petroquímica da região Norte para produzir a resina plástica poliestireno (inicialmente com capacidade de 120.000 toneladas/ano).[15] O poliestireno era usado como matéria-prima na fabricação dos estojos de compact discs (CDs) e videocassetes produzidos pela própria companhia, além de atender à demanda de diversos segmentos instalados no Polo Industrial de Manaus, dos eletroeletrônicos e eletrodomésticos (gabinetes em geral, como os de aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e TVs), materiais de escritório e escolar, além da indústria de embalagens alimentícias.[16]

Em 2004, a Videolar inaugurou um centro de distribuição no Polo Industrial de Manaus, dimensionado para acomodar milhões de produtos acabados.[17]

No ano seguinte, a Videolar comprou os ativos da empresa Somlivre.com e lançou o portal de comércio eletrônico Videolar.com.[18]

Já em 2011, inaugurou nova fábrica no Polo Industrial de Manaus para produzir tampas plásticas por termoformagem, destinadas a fabricantes de águas minerais, sucos e refrigerantes.[19]

Em 2012, a companhia inaugurou uma fábrica de 65.000 m2, em Manaus, para a fabricação dos filmes plásticos de polipropileno biorientado (BOPP), laminados plásticos em bobinas de poliestireno (PS) e polipropileno (PP)[20] para atender às indústrias de embalagens. Também em 2012, Parisotto comprou a Microservice e fundiu as duas linhas de produção, criando a "AMZ Mídia Industrial S.A.", a maior empresa de mídias ópticas gravadas do Brasil.[21]

Ao longo dos anos, a Videolar foi incorporando novas linhas de produtos e sua principal planta industrial foi transferida para a cidade de Manaus.

Em outubro de 2014, a empresa assumiu o controle da petroquímica Innova S.A., localizada em Triunfo, no Rio Grande do Sul, e desta maneira sua denominação passou para Videolar-Innova, líder brasileira do setor de poliestireno, detentora de cerca de 70% do mercado.[22]

No ano de 2016, a AMZ Mídia Industrial S.A. deixou de ser uma subsidiária e foi incorporada pela Videolar-Innova.[23]

No mesmo ano, a Videolar-Innova inaugurou sua linha de fabricação da resina petroquímica poliestireno expansível (EPS). O produto tem forte potencial tanto na substituição de importações, quanto no atendimento ao mercado externo. O poliestireno expansível (EPS) é utilizado nas embalagens térmicas da indústria farmacêutica, nas embalagens técnicas para transporte de itens como linha branca e televisores, bem como na estabilização de solos, encostas e estradas e no preenchimento de lajes pela construção civil.[24]

Em abril de 2017, a Videolar-Innova S/A deu início ao projeto de duplicação da fábrica de monômero de estireno na petroquímica de Triunfo (RS), com investimento anunciado de R$ 500 milhões para chegar a uma capacidade de 420 mil toneladas/ano a partir de abril de 2019. O contrato de fornecimento de matérias-primas firmado com a petroquímica Braskem[25] assegurou o fornecimento das substâncias benzeno e eteno, componentes do etilbenzeno que, por sua vez, dá origem ao monômero de estireno fabricado pela Videolar-Innova S/A.[26]

O monômero de estireno é matéria-prima de base para itens como asfalto, pneus, tintas, borrachas e resinas. Está presente em aplicações como tratores, botões de camisa, tecidos, tanques de postos de gasolina, piscinas, assentos de ônibus. É também insumo essencial das resinas fabricadas pela Videolar-Innova[27]: os poliestirenos de uso geral (GPPS), alto impacto (HIPS) e o poliestireno expansível (EPS), cuja fabricação foi iniciada em 2014.[28]

Em paralelo à decisão de duplicar sua fábrica de monômero de estireno, a companhia passou a adotar exclusivamente a marca Innova,[29] dela eliminando o nome Videolar, marca associada ao mercado do entretenimento, predecessora da atual atividade petroquímica e de transformação de plásticos. A companhia manteve Videolar-Innova S/A para a razão social.[30]

O anuário "As Melhores da Isto É Dinheiro 2017" posicionou a Innova em primeiro lugar em todo o país nos setores químico e petroquímico.[31]

Em 2018 foram concluídas as obras de nova linha para a produção da resina petroquímica poliestireno expansível (EPS), duplicada à capacidade de 50.000 toneladas/ano. A duplicação aconteceu dois anos após a implantação da primeira linha.[32]

No mesmo ano, a Videolar-Innova S/A foi eleita Empresa Destaque da Região Norte pelo Anuário Estadão Empresas Mais 2018, pesquisa e ranking elaborado pelo jornal O Estado de S. Paulo junto à Austin Rating e a Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA USP).[33]

Em 2019, a Innova concluiu investimento de US$ 120 milhões para duplicar a capacidade produtiva do monômero de estireno (SM) na petroquímica de Triunfo (RS) às 420 mil toneladas/ano. Na sequência, lançou em sua unidade de Manaus o ECO-PS, primeiro poliestireno do país com até 30% de resina pós-consumo na composição, mantendo propriedades similares às do produto fabricado com resina 100% virgem. A coleta seletiva do poliestireno para reciclagem ao ECO-PS tem estruturação em parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS).[34]

Ainda em 2019, a Innova promoveu em sua petroquímica de Triunfo (RS) a mudança matriz energética do óleo combustível para o gás natural. Logo em seguida, em 2020, iniciou as obras de um projeto de R$ 220 milhões para tornar a mesma fábrica autoprodutora e autossuficiente na geração de energia e vapor a partir de fonte 100% renovável, a biomassa: resíduos vegetais sólidos de madeira de acácia, pinus, eucalipto, cascas de arroz e sobras de serrarias sob a forma de cavacos.[35]

A Central de Geração de Vapor e Energia da Innova, inaugurada em 2021, compreende três caldeiras e dois geradores, com capacidade para processar 486.000 toneladas/ano de biomassa, gerando 1.445.000 toneladas/ano de vapor e 263.000 MWh/ano de energia elétrica. Batizada de Projeto Acácia, inaugura um círculo virtuoso para produtores gaúchos da cadeia florestal num raio de 200 quilômetros, fornecendo a biomassa que substitui as fontes fósseis (carvão mineral e óleo combustível) até então usados pelo fornecedor de vapor. A tecnologia adotada permite ainda, como opção, a operação com gás natural.[36]

Referências

  1. «Comissão Estadual do Benzeno Visita Videolar-Innova». SindPolo. 1 de novembro de 2016. Consultado em 17 de janeiro de 2017
  2. Arlete Lorini (4 de novembro de 2015). «Na Petroquímica Innova não há saudade da Petrobras». Revista Exame. Consultado em 17 de janeiro de 2017
  3. Nivaldo Souza (1 de outubro de 2014). «Cade aprova venda de petroquímica para a Videolar». Revista Exame. Consultado em 17 de janeiro de 2017
  4. «Videolar-Innova». Governo do Estado do Rio Grande do Sul. 22 de junho de 2016. Consultado em 17 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 18 de janeiro de 2017
  5. «Videolar conclui a compra da Innova Petroquímica». Embalagem Marca. 7 de novembro de 2014. Consultado em 17 de janeiro de 2017
  6. «Aposta da Videolar Innova chega a R$ 2,5 bilhões no Estado». ZH Notícias. 21 de junho de 2016. Consultado em 17 de janeiro de 2017
  7. «VIDEOLAR-INNOVA» (PDF). Innova. Consultado em 28 de setembro de 2018
  8. «FICHA CADASTRAL» (PDF). Innova. 7 de julho de 2020. Consultado em 15 de abril de 2021
  9. Renato Cruz (12 de maio de 2008). «A reinvenção da Videolar». Jornal O Estado de S. Paulo. Consultado em 12 de dezembro de 2016
  10. Marcela Ayres (26 de outubro de 2012). «10 empresários que ganharam milhões de reais, saindo do zero». Revista Exame. Consultado em 31 de janeiro de 2017
  11. Vidigal, Marina (2009). Para Ser Grande. [S.l.]: Editora Original
  12. André Vieira (9 de janeiro de 2012). «Videolar e a Microservice se unem». Época Negócios. Consultado em 3 de fevereiro de 2017
  13. Jr., Irineu; Vicente, Eduardo (2010). Na Trilha do Disco. Rio de Janeiro: E-papers. p. 138-139. ISBN 978-85-7650-264-7
  14. «Implantação do software Apollus na Videolar-Innova». Apollus EHS Solutions. 28 de abril de 2016. Consultado em 3 de fevereiro de 2017. Arquivado do original em 4 de fevereiro de 2017
  15. «Suframa realiza estudo para setor petroquímico na região». Suframa Hoje. Consultado em 13 de fevereiro de 2017
  16. Vidigal, Marina (2009). Para Ser Grande. [S.l.]: Editora Original
  17. Arthur Virgílio (7 de dezembro de 2004). «Requerimento de voto de aplauso à Videolar da Amazônia» (PDF). Senado Federal. Consultado em 15 de fevereiro de 2017
  18. «Videolar cai na rede». Isto É Dinheiro. 12 de outubro de 2005. Consultado em 17 de fevereiro de 2017
  19. «Videolar passa a fabricar tampas para garrafas». EmbalagemMarca. 11 de julho de 2011. Consultado em 9 de março de 2017
  20. «Metamorfose ambulante». Plásticos em Revista. 1 de outubro de 2015. Consultado em 14 de março de 2017
  21. «Videolar e a Microservice se unem». Revista Época/Negócios. Consultado em 12 de dezembro de 2016
  22. Nivaldo Souza (1 de outubro de 2014). «Cade aprova venda de petroquímica para a Videolar». Revista Exame. Consultado em 12 de dezembro de 2016
  23. «Diário Oficial do Estado do Amazonas». JusBrasil. 11 de março de 2016. Consultado em 17 de janeiro de 2017
  24. «Aposta da Videolar Innova chega a R$ 2,5 bilhões no Estado». GaúchaZH. 21 de junho de 2016. Consultado em 18 de janeiro de 2019
  25. Stella Fontes (17 de abril de 2017). «Videolar-Innova aprova expansão de R$ 500 milhões». Valor Econômico. Consultado em 25 de abril de 2017
  26. Licio Melo (20 de abril de 2017). «Videolar-Innova fará aporte de R$ 500 milhões». BVMI. Consultado em 27 de abril de 2017
  27. Arlete Lorini (4 de novembro de 2015). «Na Petroquímica Innova não há saudade da Petrobras». Revista Exame. Consultado em 27 de abril de 2017
  28. Graziella Valenti (23 de junho de 2016). «Lirio Parisotto joga as suas fichas na Videolar-Innova». Valor Econômico. Consultado em 27 de abril de 2017
  29. «Fábrica da Innova terá R$ 500 milhões para ampliação». Jornal do Comércio. 19 de abril de 2017. Consultado em 25 de abril de 2017
  30. «Estireno: Videolar-Innova quer dobrar capacidade em dois anos». Plásticos em Revista. 25 de abril de 2017. Consultado em 27 de abril de 2017
  31. Jornal do Comércio (14 de setembro de 2017). «Conheça as empresas vencedoras do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO 2017». Isto É Dinheiro. Consultado em 18 de janeiro de 2019
  32. «Polo de Triunfo projeta crescimento». Jornal do Comércio. 25 de maio de 2018. Consultado em 18 de janeiro de 2019
  33. «Raízen e Raia Drogasil são vencedoras do Estadão Empresas Mais». O Estado de S. Paulo. 13 de setembro de 2018. Consultado em 23 de janeiro de 2019
  34. Stella Fontes (3 de dezembro de 2019). «Innova lança produto com matéria-prima reciclada». Valor. Consultado em 10 de dezembro de 2019
  35. Jornal do Comércio (16 de dezembro de 2020). «Innova investe R$ 220 milhões em planta de geração de energia e vapor». Portal de Notícias. Consultado em 14 de abril de 2021
  36. VIPCEO (23 de março de 2021). «Eólicas e solares são autorizadas sob o regime de produção independente». VIPCEO. Consultado em 14 de abril de 2021

Ligações externas

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