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filme de 1994 dirigido por Luiz Fernando Carvalho Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Uma mulher vestida de sol é um telefilme exibido como episódio do programa Terça Nobre em 13 de julho de 1994 pela Rede Globo.[1] Trata-se de uma tragédia nordestina escrita em 1947 por Ariano Suassuna e adaptada pelo próprio para passar pela direção de Luiz Fernando Carvalho. Destoando dos padrões realistas da emissora na época, o drama se fez fiel à obra adotando o gênero de teleteatro para retratar a atmosfera de amor e violência do romanceiro popular sertanejo.[2][3]
Uma mulher vestida de sol | |
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Brasil 1994 • cor • 52 min | |
Gênero | drama |
Direção | Luiz Fernando Carvalho |
Produção | Rede Globo |
Roteiro | Ariano Suassuna |
Elenco | Tereza Seiblitz Raul Cortez Floriano Peixoto Ana Lúcia Torre Lineu Dias Mírian Pires Ilya São Paulo Sebastião Vasconcelos Bertrand Duarte |
Música | Antônio Madureira |
Figurino | Luciana Buarque |
Distribuição | Rede Globo |
Lançamento | 13 de julho de 1994 |
Idioma | português |
Intérprete | Personagem |
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Raul Cortez | Joaquim Maranhão |
Tereza Seiblitz | Rosa Maranhão |
Floriano Peixoto | Francisco Rodrigues |
Miriam Pires | Donana |
Ana Lúcia Torre | Inocência |
Sebastião Vasconcelos | Cícero |
Lineu Dias | Antônio Rodrigues |
Bertrand Duarte | Gavião |
Orlando Vieira | Manuel |
Nanego Lira | Inácio |
Soya Lira | Joana |
Ariano Suassuna vive a infância no sertão da Paraíba, onde adquire as primeiras referências de cultura popular. Seus primeiros textos são escritos depois de mudar-se com a família para Recife. Ao iniciar sua vida universitária, une-se a um grupo de estudantes artistas levados à guisa de Hermilo Borba Filho, ao lado de quem funda o Teatro do Estudante Pernambucano.[4] Aos 20 anos, em 1947, Suassuna dá início a sua carreira de autor teatral com “Uma mulher vestida de sol”, ganhando o prêmio Nicolau Carlos Magno ao alcançar o primeiro lugar num concurso promovido pelo TEP.[5] A obra foi a primeira grande tragédia produzida no Nordeste, sendo, ao mesmo tempo, a primeira tentativa do autor de recriar o romanceiro popular nordestino.[6] Suassuna, a partir de então, assume um importante posto na história do teatro brasileiro com a inserção da improvisação e do texto popular na representação da cultura nordestina.[7]
Criado como calvinista, definido como agnóstico por um tempo e como protestante quando escreveu a primeira versão da peça, o autor associa-se ao romanceiro ibérico ao converter-se à religião católica.[8] A versão adaptada para televisão já evidencia a relação com a tragédia clássica ao abraçar elementos como honra familiar, incesto e aniquilação e, ainda, traçar uma linha humorística com as personagens – como é o caso do juíz e do delegado, cujas estruturas tão ínfimas remetem à ineficácia e covardia das figuras jurídicas presentes na estrutura social do Nordeste na época. O autor identifica nas relações sertanejas o esqueleto social medieval, que se baseia num esquema de troca de “serviços” entre patrões e empregados. Funde, assim, a tragédia ao drama do sertão. A pobreza, o sol quente e a terra árida formam uma atmosfera onde a fé se faz necessária como garantia à continuidade da vida. A presença dos rituais para enterro dos mortos, as preces constantes e o casamento, que assume um tom moralizante, são claras influências ao Cristianismo. A obra se inicia e tem seu fim com uma passagem da Bíblia.
No final da peça, quando Rosa se apunhala ao lado de Francisco, surge a figura da Virgem Maria, permitindo a interpretação de que a morte é, na verdade, uma passagem para o mundo misericordioso de Deus.[9]
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