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escultor, desenhista e artista performático brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Escultor, desenhista e artista performático, Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, conhecido como Tunga, ( 8 de fevereiro de 1952 – Rio de Janeiro, 6 de junho de 2016), é considerado uma das figuras mais emblemáticas da cena artística nacional.
Tunga | |
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Retrato de Tunga, 2014 (foto: Gabi Carrera) | |
Nome completo | Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão |
Nascimento | 8 de fevereiro de 1952 Palmares, Pernambuco, Brasil |
Morte | 6 de junho de 2016 (64 anos) Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Área | Escultura Desenho Performance Art |
Movimento(s) | de arte contemporânea |
Página oficial | |
www.tungaoficial.com.br |
Sua erudição e formação filosófica se refletiu em uma produção artística que envolve o cruzamento de pesquisas em diferentes áreas do conhecimento, apresentando interfaces com a literatura, filosofia, psicanálise, teatro, ciências exatas e biológicas. Trata-se de uma obra potente, profunda e autorreferente que nega o tempo linear e se apoia fortemente na materialidade, topologia, simbologias e processos de transformação e metamorfoses.
Foi o primeiro artista contemporâneo e o primeiro brasileiro a expor no icônico Museu do Louvre em Paris , e já teve sua obra exposta na 40ª Bienal de Veneza, na Itália; na X Bienal de Havana, em Cuba; na X Documenta de Kassel, na Alemanha; e, na V Bienal de Lyon, na França.
Participou, ainda, de mostras na Whitechapel Gallery, na Inglaterra; no Museum of Contemporary Art of Chicago e no Museum of Modern Art PS1, ambos nos EUA; no Jeu de Paume e no Centre de la Vieille Charité, ambos na França; no Moderna Museet, na Suécia; no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, na Espanha; e, no Garage Center of Contemporary Culture, na Rússia.
Tunga tem, atualmente, obras em acervos permanentes de museus como o Guggenheim, em Veneza; o Museum of Modern Art, em Nova York; a Tate Modern, em Londres; o Museu d´Art Contemporani de Barcelona, em Barcelona; o Museum of Fine Arts Houston, em Houston; e, Centre Pompidou, em Paris, além de galerias dedicadas à sua obra no Instituto Inhotim.
Faleceu, no Rio de Janeiro, em 6 de junho de 2016. Desde então, o Instituto Tunga atua preservando, conservando, catalogando e divulgando sua extensa obra e memória. Em parceria com as galerias e museus do Brasil e mundo, o Instituto Tunga já realizou 6 grandes exposições e colaborou ativamente para 4 publicações.
Atualmente, a equipe do Instituto Tunga trabalha na elaboração do Catálogo Raisonné que irá mapear todas as obras bidimensionais do artista em uma única publicação bilingue, em português e inglês, online e gratuita.
Nascido em Palmares, Pernambuco, filho do escritor Gerardo Mello Mourão (1917, Ipueiras, Ceará - 2007, Humaitá, Rio de Janeiro) e da ativista social Léa de Barros Carvalho e Mello Mourão (1922, Palmares, Pernambuco - 1999, Canhotinho, Pernambuco), Tunga morou e trabalhou no Rio de Janeiro, onde concluiu o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Úrsula.
Inicia sua carreira nos primeiros anos da década de 1960, produzindo desenhos e pequenas esculturas.Traça imagens figurativas com temas ousados, como nas séries O Perverso, Pensamentos, Máquinas, Charles Fourier (1772/1887) e Paisagens do Desejo.
Editou, ao lado de Celso F. Ramos Filho, Eduardo Prisco Paraiso Ramos, Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão, Marcelo Villela de Andrade, Paulo Ramos Filho, a Revista Nove (1969-1971), uma publicação de poesia moderna. E colaborou com a revista Malasartes (1976), ao lado de Paulo Sérgio Duarte, Waltercio Caldas, Ronaldo Brito, Cildo Meireles, Paulo Venancio Filho, José Resende e Rodrigo Naves; e com o jornal A Parte do Fogo (1980), também com Cildo Meireles, José Resende e Waltercio Caldas, entre outros.
Em 1975, Tunga apresentou pela primeira vez objetos tridimensionais, apresentados na exposição individual intitulada Tunga - Ar do Corpo, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Na década de 1980, passou a criar instalações, nas quais utilizou grande variedade de materiais para explorar a ideia de conjunção, magnetismo, transmissão e isolamento de energia e forças invisíveis - é o caso dos imãs, das lâmpadas, dos fios elétricos, do cobre, e de materiais isolantes como o feltro e a borracha -, sempre justapondo-os com rigor formal.
Buscava extrair sentidos simbólicos de obras que passaram, aos poucos, a apresentar um caráter autorreferente. Neste período criou obras icônicas como Trança [1983]; ÃO [1981]; Xifópagas Capilares entre Nós [1984], Vanguarda Viperina [1985]; Eixos Exógenos [1986-2000]; e, Semeando Sereias [1987-1998].
Nesta mesma época, Tunga deu início aos trabalhos com formas e signos que marcariam sua carreira como as tranças; o tacape; o escalpe; o pente; o cálice; os sinos, seda, palíndromo, caldeirões e funis.
No decorrer da década de 90, Tunga intensificou a pesquisa sobre as relações energéticas entre diferentes metais em suas instalações, passando a usar conjuntos de ímãs em diversos trabalhos. Ao mesmo tempo, passou a elaborar suas instaurações - nome dado pelo artista às ações que ativavam seus trabalhos tridimensionais ou imersivos. Segundo Tunga, vale lembrar, a noção de instauração implica um modo de fazer poesia onde não há ensaios. Diferente da performance, que implica uma noção relacionada ao desempenho, a instauração trata-se de "fazer acontecer algo que você testemunha, que não estava ali, com uma luz nova.” Neste período, Tunga promove uma série de ações com terracota, argila e maquiagem - materiais que fazem alusão à origem humana, da terra; ao primitivismo; e, ao processo de reencarnação, de dar carne ao objeto, corporeidade à obra.
Em 1997, publica o icônico Barroco de Lírios, primeiro livro editado pela Cosac & Naify, que faz um retrospecto das principais obras de Tunga realizadas entre 1981 e 1996. Trata-se de uma publicação concebida pelo artista como uma obra de arte em si, apresentando textos de sua própria autoria, além de encartes e transparências que são como múltiplos não assinados.
Entre os anos 2000 e 2016, as obras incorporam, em pequenas e grandes dimensões, a presença de sinos, mondrongos, garrafas, cálices, jóias, dentes, asas, portais, luminárias, tripés, dedais, balança, bengala, líquidos e tipitis. Também foi o período em que ele passou a incluir os mondrongos em diversas instalações e instaurações. Mondongos são elementos amorfos utilizados em pares que sugerem uma reprodução Morfogenética, na qual os que apresentam protuberância estão relacionados ao "macho-fera" e os que possuem cavidade estão relacionados à “fêmea-bela”.
Em 2002, ocupa três andares do Centro Cultural Banco do Brasil e preenche a rotunda da instituição com uma luz vermelha e voz de Arnaldo Antunes, além de uma tríade com sinos, cálices, garrafas, caldeirões e bengalas de 14 metros. Atores e bailarinos, dirigidos pela coreógrafa Lia Rodrigues, aplicavam maquiagem à instalação. Idealizou a instalação Tríade Trindade [2001]; as performances Encarnações Miméticas e Experiência com Ynaiê [2003]; a série Quase Auroras [2005]; os filmes Quimera [2004], que concorreu à Palma de Ouro, na categoria curta-metragem, em Cannes, em 2004, e Medula [2005], ambos em parceria com Eryk Rocha; e, as obras i Psicopompos e Vers La Voie Humide, no Château La Coste, na França [2008-2015].
Em 2004, inaugura a Galeria True Rouge - primeira instalação permanente do Instituto Inhotim, um desdobramento da série de performances True Rouge, apresentadas desde 1997 em diversas ocasiões e cuja inspiração parte de uma poesia algébrica do escritor Simon Lane. E, em 2012, inaugura a Galeria Psicoativa Tunga, também em Inhotim, que abriga uma exposição permanente apresentando mais de 20 obras do artista sendo muitas icônicas como Ão (1981); Vanguarda Viperina (1985); Palíndromo Incesto (1990-1992); Tereza (1998); Prole do Bebê (2000); À la Lumière des Deux Mondes (2005); X-estudo (2009); Psicopompo Cooking Crystal (2010); e, Toro Condensed (1983) and Toro Expanded (2012).
Tunga recebeu a condecoração Chevalier des Arts et des Lettres (Cavaleiro das Artes e das Letras) pelo embaixador da França, Alain Rouquié. E, em 2005, foi o primeiro artista contemporâneo a exibir sua obra, À la Lumière des Deux Mondes, na pirâmide do Louvre.
Filmes do Tunga em parceria com outros criativos:
Filmes sobre o trabalho do Tunga:
Sua obra acabou por ganhar repercussão internacional, levando-o a expor em importantes espaços destinados às artes plásticas ao redor do mundo.
Ano | Prêmio | Local | Resultado/Obra | Ref. | |
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1985 | Prêmio Museo de Arte Moderno de Caracas | Caracas, Venezuela | Venceu | ||
1986 | Prêmio Trienal Latino-americana de Arte sobre papel Prize | “Trienal Latino-Americana de Arte Sobre Papel”, no Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba), em Buenos Aires | Venceu | ||
1986 | Prêmio Governo do Estado do Rio Grande do Sul - Destaque Desenho Brasileiro | Exposição coletiva “Caminhos do Desenho Brasileiro”, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), em Porto Alegre | Venceu | ||
1987 | Prêmio Tucano de Prata do FestRio | O filme “Nervo de Prata” no FestRio, no Rio de Janeiro | Venceu | ||
1987 | Festival de Cinema e Vídeo do Maranhão | O filme “Nervo de Prata” recebeu o prêmio de melhor vídeo e melhor fotografia no Festival de Cinema e Vídeo do Maranhão, em São Luís | Venceu | ||
1990 | Prêmio Brasília de Artes Plásticas | Participou da exposição coletiva “Prêmio Brasília de Artes Plásticas”, no Museu de Arte de Brasília, em Brasília | Venceu | ||
1991 | Prêmio Mário Pedrosa | Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), pela obra Preliminares do Palíndromo Incesto | Venceu | ||
1997 | Prêmio Aquisição | Museu de Arte Contemporânea, Niterói, Brasil | Venceu | ||
1997 | Prêmio Aquisição | Museu de Arte Moderna da Bahia, Brasil | Venceu | ||
1997 | Prêmio Aquisição | Museu de Arte Moderna de Recife, Brasil | Venceu | ||
1997 | Prêmio Museu de Arte Moderna de São Paulo: 50 anos - Panorama 1997 | Museu de Arte Moderna de São Paulo | Venceu | ||
1997 | Prêmio Embratel | Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil | Venceu | ||
1997 | Prêmio de 30 anos | Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil | Venceu | ||
1997 | Melhor vídeo experimental no IV FestRio | O filme “Nervo de Prata” recebeu o prêmio de melhor vídeo experimental no IV FestRio, no Rio de Janeiro | Venceu | ||
1998 | Johnny Walker Prize | Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil | Venceu | ||
1998 | Prêmio APCA - os Melhores de 1997 | Recebeu o Prêmio APCA - os Melhores de 1997, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). | Venceu | ||
1998 | Prêmio Cine Ceará | O vídeo ”Tunga - Sem redes e tralhas” recebeu o Prêmio Cine Ceará por melhor edição e melhor trilha sonora original. | Venceu | ||
1999 | Prêmio de melhor mostra estrangeira de 1999 | Com a exposição "Tunga", apresentada no Centro Cultural Recoleta recebeu o Prêmio de melhor mostra estrangeira de 1999, Argentina. | Venceu | ||
2000 | Chevalier des Arts et des Lettres | Foi nomeado "Chevalier des Arts et des Lettres” (Cavaleiro das Artes e das Letras) pelo Ministério da Cultura da França. | Venceu | ||
2000 | Hugo Boss Award | Participou da exposição coletiva “Hugo Boss Prize”, no Guggenheim Museum (Nova York), em Nova York, com indicação ao “Prêmio Hugo Boss Prize” | Indicado | ||
2004 | Prêmio Palma de Ouro | O filme “Quimera” concorreu ao “Prêmio Palma de Ouro”, do Festival de Cannes, França. | Venceu | ||
2005 | Artes Mundi prize | Wales, Inglaterra | Venceu | ||
2008 | Prêmio Jabuti | A “Caixa de Livros Tunga” foi ganhadora do Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro) em 2008, na categoria Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes. | Venceu | ||
2022 | Prêmio APCA - Os melhores de 2021 | A exposição “Tunga - Conjunções magnéticas”, realizada no Itaú Cultural e no Instituto Tomie Ohtake, recebe o Prêmio APCA - Os melhores de 2021, concedida pela Associação Paulista de Críticos de Arte. | Venceu |
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