Os tuco-tucos (Ctenomys sp.), também chamados curus-curus e ratos-de-pentes,[1] são um grupo de roedores sul-americanos que vivem em galerias subterrâneas superficiais por eles escavadas. Nos orifícios de saída das galerias, observa-se o depósito de solo, geralmente areia, removido. Por este motivo, não é estimado pelos proprietários rurais, pois as imperfeições no solo causadas pela espécie podem causar acidentes com o gado. A espécie apresenta pescoço musculoso, cauda curta e fortes unhas.[1]
Ctenomys | |
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Fêmea de Ctenomys haigi | |
Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Mammalia |
Ordem: | Rodentia |
Subordem: | Hystricomorpha |
Infraordem: | Hystricognathi |
Parvordem: | Caviomorpha |
Superfamília: | Octodontoidea |
Família: | Ctenomyidae Lesson, 1842 |
Gênero: | Ctenomys Blainville, 1826 |
Etimologia
"Tuco-tuco" originou-se do termo tupi para o animal, tuku'tuku, o qual é uma referência ao som[1] que o macho da espécie produz quando sente-se ameaçado. "Rato-de-pente" é uma referência às cerdas laterais pectíneas presentes nas palmas dos pés e das mãos da espécie.[1]
Dieta
O tuco-tuco se alimenta de gramíneas e folhas que nascem junto às saídas de suas tocas, bem como de frutos silvestres.[1]
Classificação
Os tucos-tucos pertencem ao gênero Ctenomys, com várias espécies espalhadas pela América do Sul.
- Família Ctenomyidae
- Gênero Ctenomys
- Ctenomys argentinus Contreras & Berry, 1982
- Ctenomys australis Rusconi, 1934
- Ctenomys azarae Thomas, 1903
- Ctenomys bergi Thomas, 1902
- Ctenomys bidaui
- Ctenomys boliviensis Waterhouse, 1848
- Ctenomys bonettoi Contreras & Berry, 1982
- Ctenomys brasiliensis de Blainville, 1826
- Ctenomys budini Thomas, 1913
- Ctenomys colburni J. A. Allen, 1903
- Ctenomys coludo Thomas, 1920
- Ctenomys conoveri Osgood, 1946
- Ctenomys contrerasi
- Ctenomys coyhaiquensis Kelt & Gallordo, 1994
- Ctenomys dorbignyi Contreras & Contreras, 1984
- Ctenomys dorsalis Thomas, 1900
- Ctenomys emilianus Thomas & St. Leger, 1926
- Ctenomys erikacuellarae (Gardner, Salazar-Bravo, & Cook, 2014)
- Ctenomys famosus Thomas, 1920
- Ctenomys flamarioni Travi, 1981
- Ctenomys fochi Thomas, 1919
- Ctenomys fodax Thomas, 1910
- Ctenomys frater Thomas, 1902
- Ctenomys fulvus Philippi, 1860
- Ctenomys goodfellowi Thomas, 1921
- Ctenomys haigi Thomas, 1917
- Ctenomys johannis Thomas, 1921
- Ctenomys juris Thomas, 1920
- Ctenomys knighti Thomas, 1919
- Ctenomys lami Freitas, 2001
- Ctenomys latro Thomas, 1918
- Ctenomys lessai (Gardner, Salazar-Bravo, & Cook, 2014)
- Ctenomys leucodon Waterhouse, 1848
- Ctenomys lewisi Thomas, 1926
- Ctenomys magellanicus Bennett, 1836
- Ctenomys maulinus Philippi, 1872
- Ctenomys mendocinus Philippi, 1869
- Ctenomys minutus Nehring, 1887
- Ctenomys occultus Thomas, 1920
- Ctenomys opimus Wagner, 1848
- Ctenomys osvaldoreigi Contreras, 1995
- Ctenomys pearsoni Lessa & Langguth, 1983
- Ctenomys perrensi Thomas, 1898
- Ctenomys peruanus Sanborn & Pearson, 1947
- Ctenomys pilarensis Contreras, 1993
- Ctenomys pontifex Thomas, 1918
- Ctenomys pundti Nehring, 1900
- Ctenomys rionegrensis Langguth & Abella, 1970
- Ctenomys roigi Contreras, 1988
- Ctenomys saltarius Thomas, 1912
- Ctenomys scagliai Contreras, 1999
- Ctenomys sericeus J. A. Allen, 1903
- Ctenomys sociabilis Pearson & Christie, 1985
- Ctenomys steinbachi Thomas, 1907
- Ctenomys sylvanus Thomas, 1919
- Ctenomys talarum Thomas, 1898
- Ctenomys thalesi
- Ctenomys torquatus Lichtenstein, 1830
- Ctenomys tuconax Thomas, 1925
- Ctenomys tucumanus Thomas, 1900
- Ctenomys tulduco Thomas, 1921
- Ctenomys validus Contreras, Roig & Suzarte, 1977
- Ctenomys viperinus Thomas, 1926
- Ctenomys yatesi
- Ctenomys yolandae Contreras & Berry, 1984
Status de conservação
Muitas das espécies são restritas a determinadas regiões, como, por exemplo, o Ctenomys minutus, que habita as planícies litorâneas arenosas do Rio Grande do Sul. A agricultura e a exploração imobiliária acabam destruindo o habitat natural dessa espécie e isolando suas populações. É predado por aves de rapina, como o chimango no sul e outros pequenos gaviões, cobras, canídeos e felinos selvagens, além de cães e gatos domésticos de propriedades rurais. Para proteção, enquanto faz sua refeição herbácea, mantém-se próximo à saída da toca, ou, mais frequentemente, expõe apenas a parte anterior do corpo fora dela.
Referências
- FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 724
- WOODS, C. A., KILPATRICK, C. W. (2005). Hystricognathi in Wilson, D. E., Reeder, D. M. (eds). Mammal Species of the World a Taxonomic and Geographic Reference. 3ª edição. Johns Hopkins University Press, Baltimore. vol. 2, pp. 1538–1600.
Ligações externas
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