Tratado de Paris (1856)

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Tratado de Paris (1856)
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O Tratado de Paris de 1856 foi o acordo de paz após a Guerra da Crimeia, que opôs, de 1853 a 1856, o Império Russo (derrotado) contra o Império Otomano, a França, a Inglaterra e o Reino da Sardenha.

O Congresso de Paris.
O Congresso de Paris, óleo de desconhecido, c. 1860, Museo nazionale del Risorgimento italiano, Turim.

Foi assinado em 30 de março de 1856 no Congresso de Paris, presidido pelo imperador francês Napoleão III, sendo garantidos os direitos do Império Otomano. A Rússia cedeu uma parte da Bessarábia (o sul) à Moldávia, neutralizando a sua posição no mar Negro. Cedeu também a embocadura do rio Danúbio para a Turquia e foi proibida de manter bases ou forças navais no Mar Negro. O tratado estabelecia também a liberdade de navegação no Danúbio e assegurava uma administração à Moldávia.

Este conflito assegurou o prestígio europeu do Segundo Império Francês. Pelas querelas europeias, ele significou o fim da Santa Aliança e favoreceu as ações bélicas do Reino da Sardenha e do Reino da Prússia.

Apesar do prestígio garantido ao Segundo Império Francês, do ponto de vista dos interesses de Estado da França, a desagregação do Concerto Europeu e a participação ativa da França na Segunda Guerra de Independência Italiana, três anos após a assinatura do Tratado de Paris, em 1859, provaram-se desastrosas para a diplomacia francesa no longo prazo.

Em 1859, esperando obter como recompensa o reino de Saboia e Nice, Napoleão III apoia o Piemonte (Reino da Sardenha) contra a Áustria. Agindo dessa forma, a França abriu caminho para a formação de um Estado Nacional italiano, de inspiração liberal, muito mais potente do que a soma dos antigos reinos italianos isolados, amparados na dominação austríaca e na lógica da Legitimidade, do Congresso de Viena.

O mesmo se deu no caso da Prússia. Tendo entrado em guerra contra a Áustria, em favor do Piemonte, a França objetivava, além de obter os mencionados territórios, enfraquecer o Império Austríaco, seu principal adversário alemão. O erro foi ter subestimado o potencial prussiano, agora não mais impedido por mecanismos de freio moral como aqueles estipulados pelo Congresso de Viena. Anos depois, a França e a Europa como um todo assistiriam, impotentes, à materialização de uma forte nação alemã, sob a condução da Prússia. A Unificação da Alemanha viria, portanto, a colocar em cheque não apenas o prestígio, mas também a hegemonia francesa no continente europeu.

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