A Catedral e o Bazar (em inglês: The Cathedral and the Bazaar) é um ensaio de Eric S. Raymond sobre métodos de engenharia de software, baseado em suas observações do processo de desenvolvimento do Linux e suas experiências administrando o projeto open source fetchmail.[1] Foi primeiramente apresentado pelo autor no Linux Kongress em 27 de Maio de 1997 e publicado como parte do livro com o mesmo nome em 1999. É normalmente considerado como o manifesto do movimento Open source.

Factos rápidos The Cathedral and the Bazaar, Edição brasileira ...
The Cathedral and the Bazaar
A Catedral e o Bazar
A Catedral e o Bazar[BR]
Autor(es) Eric S. Raymond
Idioma em inglês
País EUA
Assunto Engenharia de software
Editora O'Reilly Media
Lançamento 1999
Páginas 241 p.
ISBN 1-565-92724-9
Edição brasileira
Tradução Erik Kohler
Lançamento 1998
Páginas 14 p.
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A tese central do ensaio de Raymond é que "Dado um número de olhos suficiente, todos os erros são triviais" (que é o enunciado da Lei de Linus, ou análogo a Lei de Metcalfe): se o código fonte está disponível para teste, escrutínio e experimentação pública, então os erros serão descobertos rapidamente. Em contraste, Raymond alega que uma quantidade de tempo e energia irregular deve ser gasta procurando por erros no modelo da Catedral, quando as diversas versões de código são avaliadas por um número limitado de desenvolvedores.

Modelos de Desenvolvimento

Resumir
Perspectiva

O ensaio apresenta dois diferentes modelos de desenvolvimento de um software livre:

  • O modelo Catedral, no qual o código fonte está disponível para cada release do software, mas o código desenvolvido entre dois releases é restrito a um grupo de desenvolvedores exclusivo. Os projetos Emacs e GCC são apresentados no ensaio como exemplos.
  • O modelo Bazar, no qual o código é desenvolvido de forma totalmente aberta e pública, utilizando a Internet. Raymond credita Linus Torvalds, líder do projeto Linux, como o inventor deste modelo de desenvolvimento de software. Ele também fornece alguns relatos anedóticos da aplicação desse modelo ao projeto Fetchmail.

Este ensaio ajudou a convencer a maioria dos projetos open source e softwares livres a adotar o modelo do Bazar, completa ou parcialmente — incluindo os projetos Emacs e GCC, os exemplos originais para um modelo Catedral. Mais notavelmente, isso ainda providenciou o empurrão final para a Netscape Communications Corp abrir o código de fonte do Netscape Communicator e iniciar o projeto Mozilla.

O modelo da Catedral é também o modelo de desenvolvimento típico para software proprietário — com a restrição adicional de o código fonte não ser normalmente providenciado com as atualizações — e um uso comum da frase "a Catedral e o Bazar" é contrastar o desenvolvimento proprietário com o desenvolvimento de código aberto (mais tarde, o próprio Raymond usou a expressão dessa maneira em relação aos Documentos de Halloween). Porém, o ensaio original preocupa-se somente com o software livre e não fazia nenhuma referência ao desenvolvimento proprietário.

Boas práticas

  1. Todo bom trabalho de software começa colocando o dedo na ferida de um programador. [2]
  2. Os programadores bons sabem o que escrever. Os grandes sabem o que reescrever (e reusar).[2]
  3. Planeje jogar algo fora; você irá, de qualquer maneira. [2]
  4. Se você tiver a atitude certa, problemas interessantes irão encontrá-lo.[2]
  5. Quando você perde interesse em um programa, sua última obrigação a fazer com ele é entregá-lo a um sucessor competente.[2]
  6. Tratar seus usuários como co-desenvolvedores é seu caminho mais fácil para uma melhora do código e depuração eficaz.[3]
  7. Libere cedo. Libere frequentemente. E ouça seus fregueses.[4]
  8. Dada uma base grande o suficiente de beta-testers e co-desenvolvedores, praticamente todo problema será caracterizado rapidamente e a solução será óbvia para alguém.[4]
  9. Estrutura de dados inteligentes e código burro trabalham muito melhor que ao contrário. [5]
  10. Se você tratar seus beta testers como seu recurso mais valioso, eles irão responder tornando-se seu mais valioso recurso.[5]
  11. A melhor coisa depois de ter boas idéias é reconhecer boas idéias dos seus usuários.[6]
  12. Frequentemente, as soluções mais impressionantes e inovadoras surgem ao se perceber que o seu conceito do problema estava errado.[6]
  13. A perfeição, em projetar, é alcançada não quando não há mais nada a adicionar, mas quando não há nada para jogar fora.[6]
  14. Qualquer ferramenta deve ser útil da maneira esperada, mas uma ferramenta verdadeiramente boa leva ela própria a usos que você nunca esperou.[7]
  15. Quando escrevendo um software gateway de qualquer tipo, faça tudo para perturbar o conjunto de dados o menos possível, e nunca jogue fora informação a não ser que o destinatário force você a isto![7]
  16. Quando sua linguagem não está perto de um Turing completo, açúcar sintático pode ser seu amigo. [8]
  17. Um sistema de segurança é tão seguro quanto seu segredo.[8]
  18. Para resolver um problema interessante, comece achando um problema que é interessante para você.[9]
  19. Contanto que o coordenador do desenvolvimento tenha uma mídia pelo menos tão boa quanto a Internet, e saiba como liderar sem coerção, muitas cabeças são inevitavelmente melhores que uma.[9]

Referências

  1. José Fernando Perez (1 de Junho de 2002). «A catedral e o bazar». Consultado em 15 de Julho de 2017[ligação inativa]
  2. Raymond, Eric (2 de agosto de 2002). «The Mail Must Get Through». http://www.catb.org/~esr/writings/cathedral-bazaar/cathedral-bazaar/ar01s02.html. Consultado em 18 de março de 2021
  3. Raymond, Eric (2 de agosto de 2002). «The Mail Must Get Through». http://www.catb.org/~esr/writings/cathedral-bazaar/cathedral-bazaar/ar01s03.html. Consultado em 18 de março de 2021
  4. Raymond, Eric (2 de agosto de 2002). «Fetchmail Grows Up». http://www.catb.org/~esr/writings/cathedral-bazaar/cathedral-bazaar/ar01s08.html. Consultado em 18 de março de 2021

Bibliografia

Ver também

Ligações externas

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