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Teriantropia, segundo a Encyclopedia of Religion, é um termo utilizado para "denotar uma divindade ou criatura combinando a forma ou atributos de um humano com os de um animal". Não é um termo academicamente consistente, pois sua descrição pode abranger contextos de antropomorfismo, imagens de divindades animais, personificações ritualísticas, identificação totêmica de caçador e presa e liminaridade da natureza humana e animal, mas é comum também para o conceito sobrenatural de transmutação de forma de seres humanos em animais, a exemplo da licantropia.[1] Refere-se também ainda a uma cultura desenvolvida no meio digital como novo movimento religioso.[2]
O termo "teriantropia" vem do grego theríon [θηρίον], que traduz-se como "animal selvagem", "fera" ou "besta" (implicitamente mamíferos); e anthrōpos [ἄνθρωπος], que traduz-se por "ser humano". Era um termo usado para se referir sobre folclores de transformação animal na Europa, datando do começo de 1901.[3] As vezes, o termo "zoantropia" é usado no lugar.[4]
Theriantropia foi usado para descrever crenças espirituais em transformação animal de uma publicação japonesa de 1915, "História do Povo Japonês do Início ao Fim da Era Meiji".[5] Uma fonte, "O Humano Predador", aumenta a possibilidade do termo ter sido usado a partir do século XVI em julgamentos criminais de supostos lobisomens.[6]
Assim como licantropia, por vezes teriantropia se refere à habilidade fantástica ou mitológica de alguns humanos se tornarem animais.[7] Nesse contexto, teriantropos são ditos capazes de mudar sua forma. A teriantropia existiu por muito tempo na mitologia, e é demonstrada em desenhos ancestrais de cavernas[8] como por exemplo O Feiticeiro, um pictograma feito em uma caverna paleolítica encontrada em um sítio arqueológico em Pyrénées, localizado em Les Trois Frères, França.
"Teriocefalia" ("encabeçamento animal") se refere a seres que possuem uma cabeça animal acoplada a um corpo humano ou antropomórfico; por exemplo, as formas dos antigos deuses egípcios (como Rá, Suco e Anúbis).
Mudar de forma no folclore, mitologia e antropologia geralmente se refere a alteração da aparência física humana para a de uma outra espécie. Licantropia, normalmente descrita como a transformação de um humano em um lobo (ou lobisomem), é provavelmente a forma mais conhecida de teriantropia, seguida pela cinantropia (transformação em um cachorro) e ailuranthropy (transformação em um gato).[9] Werehyenas são presentes em histórias de diversas culturas africanas e euroasiáticas. Lendas turcas ancestrais falam sobre xamãs capazes de alterar sua forma conhecidos como kurtadams, que se traduz como "homem lobo".[carece de fontes] Os gregos antigos descreveram a cinantropia, de κύων kyōn[10] (ou "cão"), que se aplicava a seres mitológicos capazes de alternar entre a forma humana e a forma de cão, ou que possuíam características combinadas de tanto cães quanto humanos.[carece de fontes]
O termo existe desde pelo menos 1901, quando era aplicado a histórias chinesas sobre humano transformando-se em cachorros, cachorros se tornando pessoas e relações sexuais entre humanos e caninos.[11] O antropólogo David Gordon White disse que a Asia Central é o "vórtice da cinantropia" pois as raças dos homens-cães eram normalmente postas lá por escritores antigos. Os cinantropos são também conhecidos em Timor. Eram descritos como humanos-caninos capazes de transformar outras pessoas em animais, mesmo contra sua vontade.[carece de fontes]
O folclore europeu também menciona werecats, que podem se transformar em panteras ou animais domésticos de tamanho alargado.[12] Lendas africanas descrevem pessoas que se transformam em leões ou leopardos, enquanto os werecats asiáticos são tipicamente são tipicamente retratados como se tornando tigres.[carece de fontes]
Dentre um conjunto de pacientes psiquiátricos, a crença de ser parte animal, ou licantropia clínica, é geralmente associada com psicose severa, mas nem sempre se relaciona com algum diagnóstico psiquiátrico específico ou descobertas neurológicas.[13] Outros reconhecem a licantropia clínica como uma desilusão no sentido de auto-desordem encontrada nas desordens afetiva e esquizofrênicas, ou como um sintoma de outras desordens psiquiátricas.[14]
Terians (ou therians) são indivíduos que acreditam ou sentem que eles são animais não-humanos em sentido espiritual.[15][16] Também há outros que afirmam ter uma conexão psicológica ou neuro-biológica — ao invés de espiritual — com a espécie animal específica. Ambos os casos constantemente usam o termo "disforia de espécie" para descrever seus sentimentos de desconexão de seus corpos humanos seu desejo subjacente de viver como sua criatura auto-declarada.[17]
As subculturas de terians e vampiros são relacionadas a comunidade otherkin, e são consideradas como parte da mesma por muitos otherkin, mas tem cultura e historicamente movimentos distintos, apesar da sobreposição de alguns de seus membros.[17]
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