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Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Um telescópio refletor é um telescópio óptico que usa uma combinação de espelhos curvos e planos para refletir a luz e formar uma imagem.[1][2] Os telescópios refletores podem assumir diversos formatos, destinados a corrigir determinados erros ou diminuir algumas interferências e, por usarem conjuntos de espelhos, também podem ser chamados de catóptricos.
As funções que são desempenhadas por um telescópio refletor, como a necessidade de fotografar objetos a distâncias infinitas, visualizá-los em diferentes comprimentos de onda de luz, juntamente com a necessidade de ver a imagem que o espelho primário produz, mostram que sempre há algum comprometimento no design ótico dele, dessa forma, não é capaz de produzir imagens perfeitas.
Utilizando-se de dois espelhos, em que o espelho primário focaliza a luz em um ponto comum em frente à sua própria superfície refletora, o espelho secundário é projetado em uma posição próxima a esse ponto focal, obstruindo, de forma parcial, a luz de alcançar o espelho primário. Isso causa uma redução na quantidade de luz que o sistema coleta, bem como uma perda de contraste na imagem devido aos efeitos de difração da obstrução.[3]
Foi concebido por Isaac Newton no século XVII, como alternativa aos telescópios refratores, que causavam muitas aberrações cromáticas. Embora os refletores ainda causem outros tipo de alterações (aberrações esféricas), permitem objetivas de diâmetros muito maiores e, hoje em dia, são em disparado os mais utilizados na pesquisa astronômica e na astronomia.
É comum atribuir-se a Isaac Newton a invenção do telescópio refletor, porém na verdade o grande mérito de Newton foi o de ter sido o primeiro a construir um telescópio refletor capaz de rivalizar com os refratores de sua época. Antes de Newton, Zucchi, Cavalieri, Mersenne, Descartes e Gregory, todos consideraram alguma forma de telescópio que usasse espelhos côncavos e lentes convexas, mas nenhum deles chegou, efetivamente, a construir um.[4][5]
Uma tentativa séria de construção partiu de Zucchi em 1616, o telescópio deveria possuir o espelho primário côncavo inclinado com respeito ao tubo, de forma que a imagem seria formada lateralmente, fora do tubo, para evitar a interferência da cabeça do observador. Porém em função da baixa qualidade do espelho produzido, nunca chegou a ser construído.[4][5]
Newton projetou seu telescópio refletor com o intuito de sanar o problema da aberração cromática, existente em todos os telescópios refratores (até a invenção da lente acromática). O telescópio de Newton usava um espelho primário côncavo e um secundário plano e inclinado de 45o, assim a imagem formava-se na lateral do tubo, onde era colocada a ocular. Seu primeiro instrumento foi construído em 1668, mas permaneceu praticamente desconhecido. Tratava-se de um instrumento pequeno, o espelho primário possuía 3,4 cm de diâmetro e uma distância focal de 16 cm, usava uma ocular plano-convexa, produzindo um aumento de 35 vezes. O espelho era metálico, feito de uma liga de cobre e estanho e a despeito das imperfeições que ocasionavam aberração esférica, o próprio Newton afirmava que seu desempenho era igual ou melhor que refratores de 120 cm de distância focal da época, embora fosse menos luminoso.[4][5]
A aberração esférica acontece porque um espelho esférico não é capaz de concentrar em um foco comum a luz de um objeto distante, visto que o reflexo dos raios de luz que atingem o espelho próximo a sua borda não aproximam-se de um mesmo ponto (não convergem) com aqueles que refletem mais perto do centro do espelho. Por esse fato, usa-se espelhos parabólicos, a fim de concentrar toda a luz em um foco comum. Além disso, os espelhos parabólicos funcionam de maneira satisfatória com objetos perto do centro da imagem que produzem; isso ocorre quando a luz viaja paralela ao eixo óptico do espelho. Contudo, em direção à borda desse mesmo campo de visão, elas sofrem outras aberrações, porém alguns telescópios, como o telescópio Ritchey-Chrétien, um dos variantes do telescópio Cassegrain, e os telescópios catadióptricos já são capazes de corrigir.[6]
No outono de 1671, Newton construiu um segundo telescópio com as mesmas características, mas de melhor qualidade, que foi apresentado à Royal Society de Londres em 11 de Janeiro de 1672, gerando grande interesse.[4][5]
Em 1723 o escocês James Short, criou o primeiro telescópio com aberração cromática aproximadamente zero, era um Telescópio newtoniano com um espelho côncavo feito de speculum, uma mistura de estanho e cobre. Já o telescópio acromático, ou seja sem nenhuma aberração cromática foi fabricado em 1736 pelo matemático Chester Moor Hall, no qual era constituído por vidros com formação diferentes, que fazia com que os feixes de luz, que passavam pelo espelho, desviasse por ângulos diferentes, porém também variavam o ângulo de desvio, de cor para cor, de forma diferente, tornando possível a criação de uma objetiva, com a combinação de duas lentes constituídas por materiais diferentes, que não apresentassem aberração cromática.
Nos dias de hoje os espelhos dos telescópios são construídos, a partir de blocos de vidro, na qual por meio de polimento da-se a forma desejada a um dos lados do vidro e é aplicado sobre o mesmo, na câmara de vácuo, uma fina camada de alumínio. Além disso, com a intenção de reduzir ainda mais a aberração cromática têm sido construídas objetivas com três elementos, denominadas “apocromáticas”.[7]
Existem diversos motivos para que os telescópios refletores sejam os mais utilizados em pesquisas astronômicas.[8] Dentre estes, estão:
Os telescópios refletores podem ser divididos em dois grandes grupos, de acordo com o tipo de objetiva:[1][2]
Dentro da primeira categoria (refletores) podem-se destacar:
A segunda categoria de telescópios refletores são os catadióptricos, nos quais é utilizado uma lente corretora à frente do espelho primário côncavo. A função desta lente é remover a aberração esférica causada pelo espelho primário. Dessa forma pode-se utilizar espelhos de forma esférica que além de mais simples de fabricar que os parabólicos, apresentam um maior campo de observação. Sistemas que usam apenas lentes são conhecidos como dióptricos e sistemas que usam apenas espelhos como catóptricos, daí o nome catadióptricos adotado por estes instrumentos mistos.[1][2]
Nesta categoria podem-se citar:
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