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Teófilo de Antioquia (?-186). Teólogo, escritor cristão, apologista e Padre da Igreja que, segundo os dados que chegaram até aos dias de hoje, foi o sexto bispo de Antioquia, da Síria, reinando entre 169 e 182[1] ou 188.[2]
Teófilo de Antioquia | |
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Théophile, d’après La Chronique de Nuremberg (1493) | |
Pseudônimo(s) | Theophilus of Antioch |
Nascimento | século II |
Morte | 18 de outubro de 183 Antioquia |
Ocupação | sacerdote |
Religião | cristianismo |
Tendo nascido numa família pagã, natural de uma localidade situada perto do rio Eufrates, nos confins do Império Romano não muito longe da Pérsia, Teófilo recebeu uma sólida formação literária e somente tomou a resolução de se converter à fé cristã após ter conhecido e estudado profundamente a Bíblia. Pouco se sabe acerca da sua vida, mas segundo o que Eusébio de Cesareia escreveu na sua "História Eclesiástica" (IV.20[3]), terá sido o quinto sucessor de Pedro enquanto bispo desta cidade síria, numa informação atestada, também, por São Jerónimo (em De Viris Illustribus 25[4]).
Não se conhece quase nada acerca da obra literária deste autor, mas pelos relatos em segunda mãos - citações e comentários - a mesma deve ter sido extraordinariamente extensa. De ele conservou-se um escrito apologético, dividido em três partes, dirigido ao seu amigo Autólico - "Três Livros a Autólico" - que, pelos seus dados internos, terá sido escrito entre 179 e 181. Esta trata-se de uma obra em defesa dos cristãos que continuavam a ser perseguidos no Império Romano.[5] Como era frequente na Antiguidade, Autólico não terá sido uma figura histórica, mas encarna e personaliza um tipo de pessoa pagã que não devia ser rara nos finais do século II: pessoa culta, conhecedora de outras pessoas igualmente cultas e até de alguns cristãos a quem repudiava por achar as suas doutrinas demasiado simplicistas. Nesta obra Teófilo procura, com enorme elegância e clareza de linguagem, debater tais críticas e convidar o seu possível leitor a ousar aprofundar os seus conhecimentos acerca da fé cristã, defendendo, ainda, de modo acérrimo a moral exemplar dos cristãos. Teófilo foi, ainda, o primeiro autor cristão a escrever um comentário exegético ao livro do Génesis, propondo já então uma interpretação de tendência alegórica (veja Escola de Antioquia). Escreveu, ainda, um "Comentário aos Evangelhos" que se perdeu.
“ | O Filho é-o não ao modo pelo qual os poetas e mitógrafos falam dos filhos dos deuses nascidos por união carnal, mas enquanto "Verbo imanente" que desde sempre está no coração de Deus. E quando Deus deliberou fazer o que desde sempre desejou, engendrou o "Verbo emitido" como primogénito de toda a criação, que não é senão o "Verbo imanente" agindo na criação | ” |
— Três Livros a Autólico II, 22, Teófilo de Antioquia. |
Teófilo foi o primeiro autor cristão a ensinar explicitamente que os livros do Novo Testamento procedem de autores inspirados - à semelhança do que já era admitido a respeito dos do Antigo Testamento - afirmando que, assim, possuiam valor análogo às antigas Escrituras.[6] Doutrinariamente é de particular interesse a sua tentativa de exposição e explicação da doutrina trinitária: foi, mesmo, o primeiro autor a apresentar a distinção na mesma Pessoa - que ao não ser, ainda hoje, entendida e aceite entre muitas denominações cristãs levam muitos a negar a plena divindade de Jesus Cristo - entre o "Logos endiáthetos" - na sua linguagem - isto é, o "Logos "imanente" ou "eterno" ("imanente", em linguagem teológica posterior), que está em e com Deus-Pai desde a eternidade, e o "Logos proforikós" - na sua linguagem - isto é, "Logos "proferido" ou "emitido" ("económico", em linguagem teológica posterior) como matriz e instrumento da criação desde o começo dos tempos. Teófilo foi, ainda, o primeiro autor a usar a palavra "Τριας" - "Trias" - para se referir à unidade na distinção das três pessoas divinas.[7].
Precedido por Eros |
Patriarca de Antioquia 169–182 ou 188 |
Sucedido por Máximo I |
|nome1=
sem |sobrenome1=
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