Técnica Levallois
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A técnica Levallois[1] é um tipo distintivo de talhamento da pedra, desenvolvido pelos precursores dos humanos modernos durante o período Paleolítico (período da tecnologia da pré-história humana ou tecnologia lítica,[2] no período de c.3,3 milhões à c.10 mil anos atrás).
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Formalmente, a técnica Levallois pode ser definida como um procedimento complexo de lascado que, por meio de uma preparação especial da face superior do núcleo (e, opcionalmente, da sua periferia e a sua plataforma de percussão) consegue predeterminar, total ou parcialmente, a forma e o tamanho da lasca antes de ser extraída. Assim, o talhe lítico segue uns passos concretos que ocasionam uns resultados muito específicos.
História
Resumir
Perspectiva
Este procedimento lítico recebe o seu nome devido a que os primeiros achados decorreram no século XIX na comuna francesa de Levallois-Perret, situada no departamento de Altos do Sena. O conceito Levallois variou muito de então até a atualidade: inicialmente não se distinguia a extração predeterminada da discoide (ambas eram denominadas genericamente como "núcleos musterienses"). Foi o arqueólogo e etnólogo francês Henri Breuil o primeiro a usar o termo Levalloisien,[3] embora enfatizando os aspectos morfológicos das lascas e dos núcleos, do ponto de vista formal (silhueta, talão formatado...). Apesar dos estudos de V. Commont, estes foram interpretados de modo enviesado, levando a discriminar diversas culturas de caráter Levallois ou, mais propriamente "mustero-Levalloisenses" no Paleolítico Médio da bacia Mediterrânea e do Próximo Oriente, baseadas no caráter formatado do talão e, não na essência mesma da ideia Levallois.
A forma predeterminada dunha lasca [é o] único critério válido da técnica Levallois— F. Bordes, 1953, página 226
Extensão do conceito
Cronologicamente, é uma das inovações técnicas do Acheulense pleno, embora se desenvolverá, sobretudo, no Musteriense (entre os estádios isotópicos 10 e 8), implicando um importante avanço tecnológico na indústria lítica. Geograficamente, é desenvolvido na África, onde existem variantes muito específicas, também na Europa e ao sul da Ásia. De fato, o método Levallois não chega a desaparecer totalmente no Paleolítico Superior, reaparecendo no Neolítico[4] e na Pré-História Recente Australiana.[5] Também há notícias de o método Levallois ter sido reinventado na América,[6] o que justifica a seguinte cita:[7]
É interessante notar que esta técnica foi desenvolvida independentemente, e de diversos modos, em diversos pontos do Globo— François Bordes, 1971, página 19
Referências
- Também se utiliza a forma com inicial minúscula, levallois; ver Pesquisas: Antropologia, Edições 56-60, p. 179, Editora Instituto Anchietano de Pesquisas, 2000 e Eduardo da Cunha Serrão, Aspectos e métodos da pre-história: ciclo de palestras na Fundação Eng.o António de Almeida, p. 68 novembro-dezembro 1977; Edição 1 de Trabalhos do Grupo de Estudos Arqueológicos do Porto. Editora Grupo de Estudos Arqueológicos do Porto, 1978.
- Christian, David (2014). Big History: Between Nothing and Everything. New York: McGraw Hill Education. p. 93
- Breuil, Henri (1926). «Palaeolithic industries from the beginning of the Rissian to the beginning of the Wurmian glaciation». Man. [S.l.]: Número 116
- Camps, Gabriel (1981). «Les industries lithiques néolithiques». Manuel de recherche préhistorique. [S.l.]: Doin Éditeurs, Paris. ISBN 2-7040-0318-1. Pp. 110-111
- Morello R., Fabia (2005). «Tecnología y métodos para el desbaste de lascas en el norte de Tierra del Fuego: Los núcleos del sitio Cabo San Vicente» (PDF). Magallania. Volume 33 (Número 2). Chile. Pp. 29-56.
- Bordes, François (1971). «Les maîtres de la pierre». Sciences Avenir. Tomo 7 (Número especial, fora de categoria). pp. 13-25
Variantes
Referências
- Benito del Rey, Luis e Benito Álvarez, José-Manuel (1998). «Núcleos de Extraciones Predeterminadas». Métodos y materias instrumentales en Prehistoria y Arqueología (La Edad de la Piedra tallada más antigua). Tomo II.-Tecnología y tipología. [S.l.]: Gráficas Cervantes, Salamanca. ISBN 84-95195-05-4 . pp 79-99.
- Van Riet Lowe, C. (1945). «The evolution of the Levallois technique in South Africa». Man. [S.l.]: Número 45. pp. 49–59
- Boëda, Éric (1988). «Analyse technologique du débitage du niveau II A». Le gisement paléolithique moyen de Biache-Saint-Vaast (Pas-de-Calais). Volume I, 1re (Stratigraphie, environnement, études archéologiques). Mémoires da Société Préhistorique Française nº 2 (directeurs: Alain Tuffreau Jean Somme), pp. 184-214.
Ver também
Ligações externas
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