Maluridae é uma família de aves pertencentes a ordem Passeriformes. Compreende pequenas aves insetívoras encontradas na Austrália e Nova Guiné. Através de estudos morfológicos e de DNA, foi possível inferir que esta família emergiu da grande radiação adaptativa dos corvídeos que ocorreu na Australásia.
Maluridae | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Gêneros | |||||||||||||||
Descrição e biologia
São aves de tamanho médio a pequeno. Habitam uma grande variedade de ambientes, das florestas tropicais ao deserto, embora a maioria das espécies sejam encontradas nas pastagens e cerrados. O gênero Amytornis apresentam camuflagem com uma padrão negro e marrom das penas, mas os outros gêneros tem freqüentemente plumagem com coloração brilhante, especialmente os machos.[1]
Eles são insetívoros, geralmente alimentando-se na vegetação rasteira. Constroem ninhos abobadados nas áreas de vegetação densa, e não incomum que os filhotes permaneçam no ninho e ajudem na criação dos filhotes da próxima ninhada.[1]
Aves do gênero Malurus são notáveis por várias características comportamentais peculiares. Elas são socialmente monogâmicas e sexualmente promíscuas. Machos de várias espécies colhem pétalas de coloração variada e exibem-nas as fêmeas, por razões ainda desconhecidas.
Sistemática e taxonomia
Como muitas outros animais australianos, os membros desta família foram mal compreendidos pelos primeiros pesquisadores. Eles tiveram uma variada classificação, sendo agrupados nas famílias Muscicapidae, Sylviidae e Timaliidae. No final da década de 1960, estudos morfológicos começaram a sugerir que os gêneros Malurus, Stipiturus, Amytornis, Sipodotus e Clytomyias eram relatados entre si, e seguindo o trabalho pioneiro de Charles Sibley com proteínas do ovo em meados da década de 1970, pesquisadores australianos nomearam a família Maluridae em 1975.[2]
Com o aumento de estudos morfológicos e o progresso nas análises de DNA no final do século XX, o posicionamento da família tornou-se mais claro. A Maluridae é uma das muitas famílias que emergiu da grande radiação adaptativa dos corvídeos na Australásia. Seus parentes mais próximos são as famílias Meliphagidae e Pardalotidae.[3][4] Sua óbvia semelhança com a família Troglodytidae da Europa e Américas não é genética, mas simples conseqüência da evolução convergente entre as espécies que compartilham o mesmo nicho ecológico.
Variação da composição da família Maluridae entre autores | ||
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Autor(es) (Ano) | N° de gênero | Nº de espécies |
Sibley e Monroe (1990; 1993)[5][6] [*] | 5 | 26 [a] |
Howard e Moore (2003)[7] | 5 | 28 |
Clements (2005)[8] | 5 | 27 [b] |
Del Hoyo (2007)[9] | 5 | 25 [c] |
Birdlife International (2008, v. 1)[10] | 5 | 27 [d] |
IOC (2008, v. 1.6)[11] | 5 | 28 |
a. ^ Não inclui ballarae e merrotsyi. b. ^ Não inclui campbelli. c. ^ Não inclui ballarae, merrotsyi e campbelli. d. ^ Não inclui ballarae. |
- Família Maluridae Swainson, 1831
- Subfamília Malurinae Swainson, 1831
- Tribo Malurini
- Gênero Sipodotus Mathews, 1928
- Sipodotus wallacii (G.R. Gray, 1862)
- Gênero Malurus Vieillot, 1816
- Malurus grayi (Wallace, 1862)
- Malurus campbelli [a] Schodde & Mason, 1982
- Malurus alboscapulatus A.B. Meyer, 1874
- Malurus cyanocephalus (Quoy & Gaimard, 1830)
- Malurus amabilis Gould, 1837
- Malurus lamberti Vigors & Horsfield 1827
- Malurus pulcherrimus Gould, 1844
- Malurus elegans Gould, 1837
- Malurus cyaneus (Latham, 1783)
- Malurus splendens (Quoy & Gaimard, 1830)
- Malurus coronatus Gould, 1858
- Malurus alboscapulatus A.B. Meyer, 1874
- Malurus melanocephalus (Latham, 1802)
- Malurus leucopterus Dumont, 1824
- Gênero Clytomyias Sharpe, 1879
- Clytomyias insignis Sharpe, 1879
- Gênero Sipodotus Mathews, 1928
- Tribo Stipiturini
- Gênero Stipiturus Lesson, 1831
- Stipiturus malachurus (Shaw, 1798)
- Stipiturus mallee Campbell, 1908
- Stipiturus ruficeps Campbell, 1899
- Gênero Stipiturus Lesson, 1831
- Tribo Malurini
- Subfamília Amytornithinae Mathews, 1946
- Gênero Amytornis Stejneger, 1885
- Amytornis barbatus Favaloro & McEvey, 1968
- Amytornis housei (Milligan, 1902)
- Amytornis woodwardi Hartert, 1905
- Amytornis dorotheae (Mathews, 1914)
- Amytornis merrotsyi [b] Mellor, 1913
- Amytornis striatus Gould, 1840
- Amytornis goyderi (Gould, 1875)
- Amytornis textilis (Dumont, 1824)
- Amytornis purnelli (Mathews, 1914)
- Amytornis ballarae [c] Condon 1969
- Gênero Amytornis Stejneger, 1885
- Subfamília Malurinae Swainson, 1831
Notas
a. ^ Foi considerada como uma espécie distinta de M. grayi por Sibley e Monroe (1990;1993), entretanto, para Beehler et al. (1986), Coates (1990), Clements (1991-2005), Vuilleumier et al. (1992), entre outros, a diferença entre os dois táxons é mínima. Mary Lecroy em um estudo comparando os dois táxons manteve-os unidos, até uma nova análise; poucos exemplares de campbelli são conhecidos.
b. ^ Foi considerada como uma subespécie de A. striatus, até ser elevada a espécie distinta por Schodde e Mason (1999) e Christidis (1999).
c. ^ Foi considerada como uma subespécie de A. purnelli, até ser elevada a espécie distinta por Schodde e Mason (1999).
Referências
- GARNETT, S (1991). FORSHAW, J, ed. Encyclopaedia of Animals: Birds. Londres: Merehurst Press. 196 páginas
- SCHODDE, R (1975). Interim List of Australian Songbirds. Melbourne: RAOU
- BARKER,, F. K; BARROWCLUGH, G. F.; GROTH, J. G. (2002). «A phylogenetic hypothesis for passerine birds; Taxonomic and biogeographic implications of an analysis of nuclear DNA sequence data». Proc. R. Soc. Lond. B. 269: 295–308
- BARKER, F. K; CIBOIS A.; SCHIKLER, P.; FEINSTEIN, J.; CRACRAFT, J. (2004). «Phylogeny and diversification of the largest avian radiation». Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 101 (30): 11040–11045
- SIBLEY, C. G.; MONROE, B. L. Jr. Distribution and Taxonomy of Birds of the World. New Haven: Yale University Press, 1990.
- SIBLEY, C. G.; MONROE, J. E. Jr. A Supplement to Distribution and Taxonomy of Birds of the World. New Haven: Yale University Press, 1993.
- DICKINSON, E. C. (ed.). The Howard and Moore Complete Checklist of the Birds of the World. eª ed. Princeton: Princeton University Press, 2003.
- CLEMENTS, J. F. The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2005.
- del HOYO, J.; ELLIOT, A.; CHRISTIE, D. A. (eds.). Handbook of the Birds of the World volume 12: Picathartes to Tits and Chickadees. Lynx Edicions, 2007.
- BirdLife International (2008). The BirdLife checklist of the birds of the world, with conservation status and taxonomic sources. Version 1. Acessado em <http://www.birdlife.org/datazone/species/>.
- GILL, F.; WRIGHT, M.; DONSKER, D. (2008). IOC World Bird Names (version 1.6). Acessado em <http://www.worldbirdnames.org/> [09 de agosto de 2008].
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