Aníbal Augusto Milhais nasceu às 6 horas da manhã do dia 9 de julho e foi batizado a 21 de julho de 1895, na então denominada freguesia de Valongo, filho de António Manoel e Umbelina Rosa Milhais, "jornaleiros" (agricultores)[2] e naturais da mesma freguesia.[3]
No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História, deturpado, mas sempiterno: o Soldado Milhões.
De seu verdadeiro nome Aníbal Augusto Milhais, viu-se sozinho na sua trincheira, apenas munido da sua arma, uma metralhadora Lewis, conhecida entre os lusos como a Luísa. Munido de coragem, enfrentou sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e ingleses para as posições defensivas da retaguarda. Vagueando pelas trincheiras e campos, ora de ninguém ora ocupados pelos alemães, o Soldado Milhões continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho. Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um médicoescocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agradecido, que deu conta ao exércitoaliado dos feitos do soldadotransmontano.
Regressado a um acampamento português, o comandante Ferreira do Amaral saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!".[4]
A 17 de abril de 1920, casou civilmente em Murça com Teresa de Jesus.[3]
Morreu a 3 de junho de 1970, em Valongo de Milhais, sua terra natal.[3]
Medalha do Soldado Milhões, Câmara Municipal de Murça do escultor Laureano Eduardo Pinto Guedes (1970)[7].
Busto do Soldado Milhões, na Praceta Herói Milhões em Murça.Busto do Soldado Milhões, na Praceta Herói Milhões em Murça do escultor Laureano Eduardo Pinto Guedes (1972-1973)[8].
Exposição permanente do espólio (pistola, caderneta militar e medalhas) no Museu Militar do Porto[9]