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Rainha Mãe da Espanha Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Sofia da Grécia,[nota 1] nascida Sofia da Grécia e Dinamarca, (em grego: Σοφία Μαργαρίτα Βικτωρία Φρειδερίκη; Atenas, 2 de novembro de 1938) é a filha mais velha do rei Paulo I da Grécia e da rainha consorte Frederica de Hanôver, e foi Rainha de Espanha de 1975 a 2014 como esposa do rei Juan Carlos I, e desde então detém o título de "Rainha emérita" como mãe do atual rei, Filipe VI. Sofia é a irmã do deposto rei Constantino II da Grécia. Como a sua família foi forçada a exilar-se durante a Segunda Guerra Mundial, ela passou uma parte da sua infância no Egito e retornou à Grécia em 1946. Ela completou a sua educação secundária num internato na Alemanha antes de retornar à Grécia, onde se especializou em puericultura, música e arqueologia.[1][2]
Sofia | |
---|---|
Princesa da Grécia e Dinamarca | |
Rainha Consorte da Espanha | |
Reinado | 22 de novembro de 1975 a 19 de junho de 2014 |
Predecessora | Vitória Eugênia de Battenberg |
Sucessora | Letícia Ortiz Rocasolano |
Nascimento | 2 de novembro de 1938 (86 anos) |
Atenas, Grécia | |
Nome completo | |
Sofìa Margarìta Viktōrìa Friderìkī | |
Marido | Juan Carlos I de Espanha |
Descendência | Elena, Duquesa de Lugo Cristina da Espanha Filipe VI da Espanha |
Casa | Glücksburg (por nascimento) Bourbon (por casamento) |
Pai | Paulo da Grécia |
Mãe | Frederica de Hanôver |
Religião | Catolicismo (anteriormente Ortodoxa Grega) |
Assinatura |
É irmã do falecido rei deposto Constantino II da Grécia e, assim, cunhada da rainha Ana Maria, nascida princesa da Dinamarca e irmã da rainha Margarida II da Dinamarca, e é a mãe do atual rei da Espanha, Filipe VI. Vive no Palácio de Zarzuela, em Madrid.[3]
Primogênita do rei Paulo da Grécia (cristão ortodoxo, da família dinamarquesa Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg - Casa de Glücksburg) e da rainha Frederica, Sofia nasceu com "toda a pompa e seu nascimento foi festejado em todo país heleno", escreve a revista Bekia em sua biografia - veja foto aqui.[4]
Devido a Segunda Guerra Mundial, teve que se exilar, ainda criança, com a família, primeiro no Egito e depois na África do Sul - onde, segundo a Bekia, a família "viveu em condições miseráveis" - retornando em 1946 para a Grécia. Depois, entre 1951 e 1955, viveu no internato alemão Schloss Salem.[1][4]
De volta à Grécia, estudou pediatria, música e arqueologia e trabalhou como enfermeira num orfanato - veja foto aqui.[2][4]
Quando jovem, praticava vela, tendo participado, como suplente, dos Jogos Olímpicos de Roma de 1960, onde seu irmão Constantino ganhou a medalha de ouro nesta modalidade.
Sua presença em Palma de Mallorca, durante o verão é uma tradição, sendo que durante este período Sofia sempre aproveita para participar de atividades náuticas, como passeios de barco, junto aos familiares.[5]
Ela também é envolvida com questões ambientais, tendo em 2020 ajudado a soltar tartarugas e a limpar a praia durante suas férias em Mallorca.[5][6]
Em 1954, aos 15 anos de idade, conheceu seu futuro esposo, o então príncipe João Carlos de Bourbon, durante um cruzeiro organizado pela mãe, a rainha Frederica - que era, segundo a imprensa, uma inveterada casamenteira que organizava eventos, como saraus e cruzeiros, para que os jovens da realeza europeia pudessem conviver e se conhecer. No entanto, nem João Carlos e nem Sofia se interessaram um pelo outro inicialmente. Segundo a imprensa, quem chamou a atenção da princesa foi o príncipe Haroldo da Noruega.[4][7]
O romance com João Carlos só começou anos depois, em junho de 1961, quando se reencontraram no casamento de Eduardo, Duque de Kent, em Londres.[7]
Eles ficaram noivos em 12 de setembro de 1961 no hotel Beau Rivage de Lausana, Suíça, onde morava a rainha Victoria Eugenia, avó de João Carlos. Segundo Sofia, ele atirou a caixinha que continha seu anel para o ar e disse: "Sofia, pegue". Para a imprensa João disse depois que havia amado a princesa desde o primeiro momento em que a viu. "É uma das poucas mulheres que conheço que é capaz de levar a coroa real com toda dignidade", declarou.[7]
Sofia e João Carlos se casaram em 14 de maio de 1962 em Atenas, primeiro numa cerimônia católica na Catedral de São Dionísio e depois numa cerimônia ortodoxa na Catedral Metropolitana de Atenas - apesar dela ter se convertido ao catolicismo. "143 invitados de 27 monarquias" participaram do evento, escreveu a Vanity Fair em 13 de maio de 2020, quando se comemoravam 58 anos da boda.[4][7]
O vestido da noiva foi feito por Jean Desses e ela usava o véu que havia pertencido à rainha Frederica, sua mãe, e a Tiara da Prússia, feita para a princesa Victoria Luísa da Prússia, sua avó. Suas damas de honra foram sua irmã Irene da Grécia e Dinamarca, a irmã do noivo Pilar de Espanha, e sua futura cunhada, Ana Maria da Dinamarca, junto com as princesas Irene dos Países Baixos, Alexandra de Kent, Benedita da Dinamarca, Ana de Orléans e Tatiana Radziwill.[7]
Sofia e João Carlos tiveram três filhos: a Infanta Elena, nascida em 20 de dezembro de 1963 - veja foto aqui; a Infanta Cristina, nascida em 13 de junho de 1965; e Filipe, o atual rei da Espanha, nascido em 20 de janeiro de 1968, cujo nascimento foi muito esperado pelo casal, já que a dinastia dependia do nascimento de um varão - veja foto aqui.[1][7]
O casal tem oito netos.[1]
Filhos | Netos |
---|---|
Elena (divorciada de Jaime de Marichalar) | Felipe Juan Froilán |
Cristina (casada com Iñaki Urdangarin) | Juan Valentín |
Filipe (casado com Letizia Ortiz Rocasolano) | Prince Herdeira Leonor |
Durante muitos anos, a imprensa falou sobre diversos relacionamentos extraconjugais de João Carlos, inclusive reportando que o casamento com Sofia havia fracassado apenas alguns anos após a boda. Vários nomes de possíveis amantes foram vinculados ao rei, sendo o mais notório deles o da empresária alemã Corinna Larsen. Diversas pessoas do entorno de João Carlos confirmaram a relação depois de sua abdicação, quando o assunto estava mais que nunca repercutindo na imprensa espanhola. Álvaro de Orleans, um parente do rei, disse em julho de 2020 que a relação dos dois havia lhe dado "calafrios". "Aquilo havia se transformado numa paixão muito forte. Havia se transformado em algo tóxico.[8][9][10]
O romance com Corinna teria iniciado no ano de 2004 e terminado na época da abdicação de João Carlos I. Naqueles tempos, segundo relatos, o rei estava a ponto de se divorciar de Sofia para se casar com Corinna. Há também relatos de que a alemã estaria pressionando o rei para se tornar rainha da Espanha. "Ele estava disposto a tudo para iniciar uma nova vida com ela", escreveu o El País em agosto de 2020.[11][11]
No dia 20 de agosto de 2020, numa entrevista exclusiva para a BBC espanhola, Corinna pela primeira vez disse abertamente que os dois tinham mantido uma relação entre 2004 e 2009 e que o rei sempre havia continuado a estar próximo dela depois, tendo em 2014 tentado retomar o relacionamento. Ela também disse que ele havia tido outros casos extraconjugais e que um deles teria sido o motivo da ruptura entre os dois. "Fiquei devastada, porque não esperava", disse, se referindo ao fato dele manter outro relacionamento, além do com ela e sua esposa, a Rainha Sofia.[12]
O sofrimento de Sofia durante o casamento rendeu um livro, chamado A Solidão da Rainha, que afirma que "ela se casou com quem não a queria".[13]
Outra das polêmicas envolveu a descoberta de uma fortuna secreta de cerca de 100 milhões de dólares pertencente ao rei, que fez com que ele, pouco antes das investigações começarem na Espanha, deixasse secretamente o país em agosto de 2020 e se refugiasse em Dubai. Alguns veículos de imprensa chegaram a criticar Sofia, dizendo ser impossível que ela não conhecesse as atividades do marido. "Durante toda crise (...) sempre se pretendeu proteger Sofia e ela era apresentada como a mulher abnegada que durante décadas teve que sofrer os desmandos e infidelidade do rei", escreveu o Diário 16 em meados de agosto de 2020.[14]
Com o grego como língua materna e com o castelhano, catalão, francês, inglês e alemão falados fluentemente, Sofia viajou com o marido dentro da Espanha e para o estrangeiro, principalmente para as chamadas "viagens de cooperação", que segundo a Vanitatis, são um dos "principais trabalhos da consorte real", além de ter a sua própria agenda.[15]
Ela é presidente da Fundação Rainha Sofia, que em 1993 enviou fundos para ajudar as pessoas na Bósnia e Herzegovina e é presidenta honorária da Escuola Superior de Música Rainha Sofia.[1]
Segundo sua biografia oficial, "além dos atos oficiais e institucionais, a rainha dá grande atenção a atividades sociais e assistenciais", participando de "vários projetos internacionais para o desenvolvimento da mulher de áreas rurais e de classes sociais mais desfavorecidas, através da concessão de microcrédito".[1]
É também um membro honorário da Real Academia de Belas-Artes de São Fernando e da Academia Real da História e é doutora honorária das Universidades de Rosário (Bogotá), Valladolid, Cambridge, Oxford, Georgetown, Évora, Nova Iorque e Seisen (Tóquio).[1]
O Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, como o Aeroporto Rainha Sofia, em Tenerife, receberam o seu nome.
Em 2010, Sofia representou a Espanha no casamento da princesa Vitória da Suécia. Também participou da 19ª Edição da Copa do Mundo Futebol, quando a seleção espanhola foi a campeã Mundial.
Após a abdicação do marido, sua agenda se viu reduzida e ela se dedica a participar de eventos que em sua maioria são de cunho cultural e social.[16]
Sofia estava na Grécia numa visita privada a seu irmão, o rei Constantino II, quando uma Junta Militar deu o Golpe de Estado em 1967. Constantino foi então despojado de seu título, posses e obrigado a sair do país.
Com exceção de uma breve estadia para o funeral da sua mãe, em 1981, Sofia não visitou a Grécia republicana até 1998, quando ela e o marido fizeram uma visita oficial como convidados do então presidente Konstantinos Stephanopoulos.
Nos últimos anos, no entanto, com a permissão para que Constantino II voltasse para a Grécia, Sofia tem visitado frequentemente o seu país-natal e é presença anual na celebração da Páscoa Ortodoxa, por exemplo.[17][18][19] No dia 10 de janeiro de 2023, morre o irmão da rainha Sofia, o rei Constantino II, vítima de um derrame aos 82 anos.
Nome | Nascimento | Casamento | Seus filhos |
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Infanta Elena, Duquesa de Lugo | 20 de dezembro de 1963 | com Jaime de Marichalar em 18 de março de 1995 e divorciada 21 de janeiro de 2010 | Felipe de Marichalar e Bourbon |
Victoria de Marichalar e Bourbon | |||
Infanta Cristina de Bourbon | 13 de junho de 1965 | com Iñaki Urdangarin em 4 de outubro de 1997 | Juan Valentín Urdangarin y Borbón |
Pablo Nicolas Urdangarin y Borbón | |||
Miguel Urdangarin y Borbón | |||
Irene Urdangarin e Bourbon | |||
Rei Felipe VI | 30 de janeiro de 1968 | com Letizia Ortiz em 22 de maio de 2004 | Leonor, Princesa das Astúrias |
Infanta Sofia |
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