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José da Silva Reis (Leiria, 1787 Angra, 12 de outubro de 1832) foi um oficial do Exército Português que distinguiu como destacado apoiante da causa miguelista, tendo comandado as forças fiéis a D. Miguel presentes na ilha de São Miguel, nos Açores. Derrotado na batalha da Ladeira da Velha, foi aprisionado e julgado, sendo enviado como preso político para a cidade de Angra, onde foi assassinado pela escolta que o trazia de volta para a Fortaleza de São João Baptista após um interrogatório judicial.[1][2][3]

Factos rápidos
José da Silva Reis
Nascimento 1787
Leiria
Morte 12 de outubro de 1832
Angra do Heroísmo
Cidadania Portugal
Ocupação oficial
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Biografia

Após ter concluído os estudos elementares em Leiria, partiu para Lisboa, onde estudou gramática latina e francês. Destinado à carreira militar, concluiu o curso de Matemática e Fortificações nas Reais Academias de Lisboa. Assentou praça na arma de Artilharia, e concluído o curso foi promovido em 1807 a segundo-tenente no Regimento de Artilharia n.º 1. Já no contexto das invasões francesas a Portugal e da Guerra Peninsular, em 1812 foi promovido a primeiro-tenente. Tendo-se distinguido na frente de batalha na Guerra Peninsular, em 1817 foi promovido a capitão e transferido para o Regimento de Artilharia n.º 4 e enviado para o Rio de Janeiro, tendo permanecido no Brasil entre 1817 e 1822, regressando a Lisboa após a independência brasileira. No entretanto fora promovido em 1818 ao posto de major do corpo de Artilharia da Divisão Auxiliadora e em 1820 a tenente-coronel.[1]

Regressado a Lisboa, voltou a integrar o Regimento de Artilharia n.º 4, destacando-se no apoio à facção realista e às pretensões do campo miguelista. Em 1827 foi promovido a coronel e nomeado comandante do Regimento de Artilharia n.º 3, aquartelado em Elvas.[1]

Com elementos do Regimento de Elvas, foi destacado para a expedição miguelistas que visava submeter a ilha Terceira que partiu de Lisboa a 15 de junho de 1829, com as funções de comandante da artilharia expedicionária.[1] Quando, pós a derrota na Batalha da Praia, ocorrida a 11 de agosto de 1829, o capitão-general Henrique de Sousa Prego decidiu fazer regressar a Lisboa maior parte das tropas expedicionárias, como oficial de confiança do capitão-general miguelsita, o coronel Silva Reis foi nomeado comandante dos 720 militares destinados a reforçar a guarnição miguelista da ilha de São Miguel, ficando encarregado da fortificação e defesa da ilha.[1]

Apesar dos seus esforços no sentido de reforçar a defesa da ilha e de preparar a guarnição para repelir o previsível ataque dos liberais que se reforçavam na ilha Terceira com a chegada de tropas vindas do depósito de emigrados de Plymouth e do Brasil, quando o desembarque efetivamente ocorreu, a 1 de agosto de 1831, no Pesqueiro da Achadinha, ao comando das tropoas miguelistas não foi capaz de desenvolver os movimentos necessários para contrariar o desembarque e depois a movimentação das forças invasoras comandadas pelo 7.º conde de Vila Flor, o general António José de Sousa Manuel de Meneses. Nesses dias comandou, a partir de um posto de comando instalado na freguesia da Ribeirinha da Ribeira Grande, as tropas miguelistas que acabaram derrotadas na Ladeira da Velha.[4]

Após o recontro da Ladeira da Velha, e a consequente conquista da ilha de São Miguel pelos liberais, episódio que encerrou a campanha liberal nos Açores e consolidou o seu domínio no arquipélago, as tropas e os armamentos capturados engrossaram o exército liberal, sendo os oficiais que recusaram a adesão aos princípio dos constitucionais desterrados para a ilha de Santa Maria. O comandante das forças miguelistas vencidas, o coronel José da Silva Reis, foi aprisionado e julgado, condenado a 4 anos de prisão, e enviado preso para a ilha Terceira. Em Angra viria a ser assassinado,[5] a 12 de outubro 1832, pelas oito horas da noite, quando foi mandado à presença do corregedor, na companhia do capitão José Joaquim Barreira, para serem interrogados sobre uma revolta que se acreditava estar a ser preparada. No regresso foram assassinados na esplanada do Castelo de São João Baptista, alegando depois os membros da escolta que os presos queriam fugir.[6] A viúva, Mathilde Henriqueta da Palma Silva Reis, viria em 1836 a reivindicar a concessão de uma pensão (do montepio dos militares).[7]

Foi miguelista convicto e por isso recebeu a Medalha da Fidelidade ao Rei, outorgada por D. João VI, e a Medalha da Real Efígie, de D. Miguel I.[1]

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Referências

Bibliografia

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