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A scala naturae ("escada da natureza", em latim) ou cadeia dos seres é uma estrutura hierárquica de toda a matéria e vida, pensada na filosofia grega antiga e no cristianismo medieval como tendo sido estabelecida por Deus. A cadeia se inicia com Deus e descende em anjos, demônios, estrelas, a Lua, reis, nobres, plebeus, animais selvagens, animais domésticos, árvores, outras plantas, pedras preciosas, metais preciosos e outros minerais.[1] A Grande Cadeia do Ser é um conceito derivado de Platão, Aristóteles (em sua Da História dos Animais), Plotino e Proclo. Mais desenvolvido durante a Idade Média, alcançou plena expressão no neoplatonismo inicial moderno.[2][3]
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A ideia é também recorrente na história da biologia segundo a qual, todos os organismos podem ser ordenados de maneira linear, contínua e progressiva, começando pelo mais simples até alcançar o mais complexo, que normalmente se identifica com o ser humano.
A ideia da scala naturae remonta até às mais antigas representações da natureza, como a Escada de Jacob, na Bíblia. Em filosofia, o início desta ideia encontra-se no Timeu de Platão, na qual as formas animais aparecem como resultado da degradação progressiva a partir do Homem. Há uma hierarquia do ser na teoria das ideias, vista por exemplo na scala amoris (escada do amor) de Platão, e desenvolvida por platonistas posteriores, como na Árvore de Porfírio. No livro oitavo da Ilíada de Homero, versos mencionam uma "corrente de ouro" que liga Zeus ao mundo e a todos os outros deuses,[4] a qual foi vista como uma analogia para a cadeia dos seres; Macróbio cita-a em sua obra O Sonho de Cipião como a sucessão de todas as coisas entre o Céu e a Terra, umas mais ou menos degeneradas que outras e que descendem ligadas como elos.[5] Essa noção platônica é também presente na Divina Comédia de Dante, em que alude a um "grande mar do ser"[6] e descendência de substâncias.[7]
Aristóteles construiu várias séries orgânicas em função de diversos critérios. Não obstante, se trata todavia de uma conceptualização muito vaga da ideia, que não chegará a sistematizar-se até ao Renascimento, quando começa a proliferar o interesse pelas formas intermédias entre animais e plantas. Destaca-se a obra de Edward Tyson.
No século XVIII a ideia da scala naturae conhece o seu apogeu, vinculando-se com o tema da unidade anatómica dos animais. A obra de Leibniz e seus trabalhos sobre o Cálculo infinitesimal darão um novo impulso à ideia, que se resume na célebre frase "A natureza não faz saltos". Assim, a crença na scala naturae torna-se comum para a maioria dos naturalistas, como Buffon ou Lineu, se bem que seja Charles Bonnet quem levou mais adiante esta convicção.
O poeta Alexander Pope em seu Ensaio sobre o Homem cita a "vasta cadeia do ser".
Lamarck é o primeiro naturalista a oferecer uma interpretação filogenética da cadeia dos seres. Segundo Lamarck, a tendência intrínseca da natureza até ao aumento da complexidade daria conta do tronco ascendente, desde os organismos mais simples até ao mais complexos.
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