Coucieiro
freguesia do município de Vila Verde, Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Coucieiro é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Coucieiro do Município de Vila Verde, freguesia com 4,21 km² de área[1] e 526 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 124,9 hab./km².
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Freguesia | ||||
Igreja de Coucieiro | ||||
Símbolos | ||||
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Localização | ||||
Localização de Coucieiro em Portugal | ||||
Coordenadas | 41° 40′ 33″ N, 8° 23′ 46″ O | |||
Região | Norte | |||
Sub-região | Cávado | |||
Distrito | Braga | |||
Município | Vila Verde | |||
Código | 031311 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 4,21 km² | |||
População total (2011) | 526 hab. | |||
Densidade | 124,9 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | São João | |||
Sítio | Coucieiro |
Demografia
A população registada nos censos foi:[2]
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Distribuição da População por Grupos Etários[4] | ||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos |
2001 | 78 | 76 | 246 | 111 |
2011 | 69 | 64 | 293 | 105 |
2021 | 62 | 54 | 285 | 125 |
História
Pertencia ao concelho de Pico de Regalados. Após a extinção deste concelho, por decreto de 24 de outubro de 1855, passou para o concelho (atual município) de Vila Verde.[5]
Descrição de Coucieiro no Dicionário geográfico de 1751
"Freguesia na Provincia de Entre Douro e Minho, Arcebispado de Braga, Comarca de Viana Foz do Lima, Concelho de Regalados: tem cento e sete visinhos, Está situada parte em planicie, e parte em valles. A Igreja Paroquial, dedicada a S. João Bautista, tem tres Altares, o mayor com o Sacrario, o do Rosario, e o de S. Sebastião. Foy dos Templarios, e he sagrada. Pegada a esta Igreja ha huma Capellinha do Senhor com a Cruz às costas. O Paroco he Reytor, apresentação do Ordinario: e tem de congrua quarenta mil reis. Na quinta do Paço, desta Freguesia, ha huma Ermida de N.S. do Rosario, e outra no Paço e Casa de Linhares, de N.S. da Luz. Os frutos de mayor abundancia são, milho grosso, centeyo, e milho alvo: tem vinho verde, pouco, e de má qualidade, logo ferve nas vazilhas, e depois de fervido, nem para vinagre presta. Passa por aqui o rio Homem".[6]
Lugares
Além da sede, a Freguesia de Coucieiro engloba os seguintes lugares: Barreiros, Cachadas, Carcavelos, Carvalhal, Carvalho, Igreja, Feira, Figueirinha, Fundego, Fundo de Vila, Linhares, Mascate, Passos, Ponte, Quintas, Quintela, Seara, Souto, Tojal, Toural, Varges, Veiga e Vilar.
Lenda
Na freguesia de Couciero existe a lenda de D. Sapo, (há outra lenda de D. Sapo parecida na freguesia de Cardielos, Viana do Castelo), alcunha dada a Gonçalo d’Evreux ou Gonçalo Martins de Abreu[7], cavaleiro normando, que terá introduzido na suas terras o direito da primeira noite, ou da pernada muito praticado em França.
“Conta a lenda que há muitos anos viveu na freguesia de Coucieiro um fidalgo dominador das suas terras e daqueles que as trabalhavam. Representava o Rei.
Encontrando-se o Rei tão afastado da povoação, o tal fidalgo (Dom Sapo) mandou anunciar que iria dormir com todas as noivas que fossem do seu domínio, depois dos respetivos casamentos. Se a noiva se recusasse a dormir com ele apanhava uma multa que durante a vida toda não a conseguiria pagar; era uma multa muito pesada!
Certo dia, um alfaiate encantou-se por uma dessas noivas … Quando foi avisado da ordem de Dom Sapo, pensou numa maneira de a evitar: apresentar-se ao fidalgo, vestido de noiva e liquidá-lo. Se bem o pensou, melhor o fez e com a sua arma – a tesoura – matou o Dom Sapo. Temendo a sua morte, como represália, foi à procura do Rei para lhe confessar o seu crime. Chegado ao Rei, o alfaiate disse:
– Venho pedir a Vossa Majestade que me absolva, pois lá para a região de Regalados... matei um sapo. O Rei pensou e olhando para tão modesta confissão, disse:
– Se mataste um sapo é menos um, estás perdoado … O alfaiate ganhou novo fôlego e continuou:
– Pois, mas esse sapo era o Fidalgo lá da nossa terra, que talvez abusando dos privilégios, queria dormir com a minha noiva … O Rei olhou para ele, e disse:
– Estás perdoado! Palavra de Rei não volta atrás".[8]
Património
- Casa de Carcavelos nasceu e morreu nessa casa Francisco de Campos de Azevedo Soares, 1.º Conde de Carcavelos.
- Capela do Senhor do Calvário
- Igreja Paroquial de Coucieiro (de origem românica foi reedificada em 1888).
- Mamoa de Linhares.
- Paço de Linhares que pertenceu a Gonçalo de Barros, Comendador do Mosteiro de Santo André de Rendufe e do Mosteiro de São Salvador de Bravães, durante o século XV, e os seus descendentes[9].
- Citânia de São Julião.
Personalidades
- Gonçalo Martins de Abreu, natural de Evreux (França), viveu em Coucieiro, foi o fundador da casa dos Abreus, e general na batalha dos Arcos de Valdevez em 1140.
- Francisco de Campos de Azevedo Soares, (Coucieiro, Casa de Carcavelos, 22 de Abril de 1818 - Coucieiro, 14 de Outubro de 1901), filho de João Manuel de Azevedo Soares, Capitão de Auxiliares na Guerra Peninsular e Magistrado e de sua mulher Antónia Luísa da Silva e Campos. Foi um político e juiz português. Presidente da Câmara Municipal do Pico de Regalados, Presidente da Câmara Municipal de Braga (1856-1857), Governador Civil do Distrito em 1862, Conselheiro de Sua Majestade foi elevado à Grandeza, como 1.º Conde de Carcavelos em 1889.
Referências
- «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos»
- Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022
- Paróquia de Coucieiro, ADMINISTRATIVA, ARCHEEVO, 27 de Abril de 2015
- Dicionário Géografico, Padre Luis Cardoso, Lisboa, 1751 tome 2 p.681 http://purl.pt/13938/4/98719/98719_item4/98719_PDF/98719_PDF_24-C-R0090/98719_0000_capa-capa_t24-C-R0090.pdf
- A quinta do Paço ou de D. Sapo, pertenceu até 1640 aos herdeiros de Gonçalo Martins de Abreu, o último proprietário descendente em linha direta foi Pedro Gomes de Abreu "que passou a Castella no tempo do Rey D. João IV onde o fizerão Conde de Regalados", Abreus: Nobiliário de Famílias de Portugal, Felgueiras Gayo, Braga p.45 site: http://purl.pt/12151. Ver também: A Torre do Paço, no site da junta de Freguesia em https://coucieiro.com/freguesia/patrimonio/
- Manuel José da Costa Felgueiras Gaio, Nobiliário de famílias de Portugal, Tomo V-VI, p. 135
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