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escritor Brasileiro, ficcionista, desenhista, articulista e roteirista de filmes, histórias em quadrinhos e fotonovelas Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Rubens Francisco Lucchetti, mais conhecido como R. F. Lucchetti (Santa Rita do Passa Quatro, 29 de janeiro de 1930 – Ribeirão Preto, 4 de abril de 2024[1]), foi um ficcionista, desenhista, articulista e roteirista de filmes, histórias em quadrinhos e fotonovelas.
R. F. Lucchetti | |
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Nascimento | Rubens Francisco Lucchetti 29 de janeiro de 1930 Santa Rita do Passa Quatro |
Morte | 4 de abril de 2024 (94 anos) Ribeirão Preto |
Cidadania | Brasil |
Filho(a)(s) | Marco Aurelio Lucchetti |
Ocupação | escritor, roteirista, redator, argumentista de banda desenhada, romancista, caricaturista, roteirista de cinema, autor de banda desenhada |
Distinções | |
Obras destacadas | As Máscaras do Pavor |
É considerado o "Papa da Pulp fiction" no Brasil.
Seu pai, Américo Lucchetti, era fotógrafo profissional e calígrafo. Fã de literatura policial, o escritor afirma ter tido contato aos 11 ou 12 anos com duas edições da revista Mistérios da Editorial Lu que trazia histórias do herói pulp O Sombra.[2]
É pai do professor universitário e escritor Marco Aurélio Lucchetti,[3] autor de diversos livros sobre histórias em quadrinhos (A Ficção Científica nos Quadrinhos, As Sedutoras dos Quadrinhos, Desnudando Valentina: Realidade e Fantasia no Universo de Guido Crepax) e editor de uma publicação on line, Jornal do Cinema.
Morou em São Paulo (1933-1945 e 1966-1972), Ribeirão Preto (1945-1966 e 1982-1995) e Rio de Janeiro (1972-1982). E, desde o final de 1995, reside em Jardinópolis, que fica a cerca de vinte quilômetros distante de Ribeirão Preto.
Durante 54 anos, foi casado com Teresa Pereira Lima, falecida em 2011.
É autodidata. Frequentou até o quarto ano primário, estudando no Grupo Escolar "Tomas Galhardo", em Vila Romana, na capital paulista.
Além de sua intensa atividade literária e artística, exerceu as mais variadas profissões. Foi desde almoxarife até chefe de escritório.
Aos 12 anos, publica o conto A Única Testemunha, em um jornal de bairro chamado O Lapiano.[4]
Aos 13 anos de idade, começou a trabalhar como office boy numa loja de autopeças pertencente a parentes de sua mãe.
A partir de 1948 iniciou sua atividade jornalística; e, durante quinze anos (1948-1963), colaborou em todos os jornais existentes na época em Ribeirão Preto: Diário da Manhã, A Tribuna, A Cidade, O Diário, Diário de Notícias e A Palavra. Escrevia folhetins, contos, poemas e textos sobre Cinema e Literatura. Também publicou na revista pulp X-9,[5] publicada pelo jornal O Globo e depois assumida pela Rio Gráfica Editora de Roberto Marinho.[6]
Entre 1953 e 1962, foi proprietário de uma loja, a Monroe Auto Peças Ltda., localizada na Avenida Saudade, em Ribeirão Preto, uma cidade do interior do estado de São Paulo.
Em 1956, atendendo a um pedido de Aloysio Silva Araújo, famoso homem da radiofonia brasileira que, na época, era diretor de broadcasting da PRA-7 Rádio Clube de Ribeirão Preto, criou: o Grande Teatro de Aventuras, que era apresentado diariamente, de segunda a sexta-feira, nos finais de tarde; e o Grande Teatro A-7, que ia ar nas noites de domingo e que uma vez por mês era substituído pelo Grande Teatro de Mistério.
Foi um dos fundadores do Clube de Cinema de Ribeirão Preto. Entre 1960 e 1962, realizou, em parceria com o artista plástico e cenógrafo Bassano Vaccarini, uma série de filmes de animação (alguns desses filmes foram pintados na própria película; outros, filmados quadro a quadro), que projetaram nacional e internacionalmente o nome de Ribeirão Preto no cenário cultural.
Entre 1960 e 1965 idealizou, organizou e realizou, sob suas expensas, uma série de manifestações culturais.
A partir de 1960, começou a publicar esporadicamente na imprensa paulistana, escrevendo artigos para os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Shopping News, entre outros.
Em 1961, foi gerente de um dos principais cinemas de Ribeirão Preto: o Cine Centenário, que ficava no centro da cidade.
Em 1964, publicou sua primeira história em quadrinhos, uma adaptação do conto A Única Testemunha, ilustrada por Paulo Hamasaki,[5]publicada na segunda edição da revista O Corvo, da Editora Outubro.[7] Escreveu inúmeros roteiros de histórias em quadrinhos para alguns dos maiores desenhistas do Brasil, como Nico Rosso, Eugênio Colonnese, Rodolfo Zalla, Julio Shimamoto, Sérgio Lima, José Menezes, Osvaldo Talo, Juarez Odilon, Wilson Fernandes, Sampa (Francisco Ferreira Sampaio), Flávio Colin e Edmundo Rodrigues. Começou a publicar histórias aos doze anos, na década de 1940, seu primeiro texto publicado foi "A Única Testemunha", escrito sob a influência e o impacto da leitura dos contos "O Gato Preto" e "O Coração Revelador", de Edgar Allan Poe. Na maioria das vezes, assinava com pseudônimos (sugeridos quase sempre pelos próprios editores, que não acreditavam num nome latino assinando histórias de Mistério e Horror) ou heterônimos, como Theodore Field, Terence Gray, Mary Shelby, Peter L. Brady, Christine Gray, R. Bava, Isadora Highsmith, Helen Barton, Frank Luke, Brian Stockler e Vincent Lugosi.[8][9] Escreveu e publicou ao todo 1.547 livros, trezentas histórias em quadrinhos, 25 roteiros de filmes e centenas de programas de rádio e televisão e inúmeros contos para revistas pulp.[10][11] Criou dois reality shows (A Mansão dos 13 Condenados e Jogo das Palavras) e escreveu duas peças de teatro. Um de seus livros, Noite Diabólica, publicado em 1963, é considerado "o primeiro livro de Terror escrito no Brasil".[12]
Correspondeu-se, nas décadas de 1960 e 1970, com os críticos e pesquisadores Vasco Granja (de Portugal) e Luis Gasca (da Espanha). Colaborou, durante muitos anos, no jornal A República (de Lisboa), nas revistas portuguesas Celulóide, Plateia e Tintin e na revista norte-americana CTVD: Cinema - Tv - Digest.
Em 1966, poucos meses após haver se mudado para a cidade de São Paulo, iniciou uma parceria com o cineasta José Mojica Marins, para o qual escreveu quase duas dezenas de roteiros de longas-metragens e, entre outras coisas, os scripts dos programas de tevê Além, Muito Além do Além e O Estranho Mundo de Zé do Caixão.
Com o ilustrador, desenhista e quadrinista Nico Rosso, criou diversas revistas de histórias em quadrinhos (A Cripta, O Estranho Mundo de Zé do Caixão, Zé do Caixão no Reino Terror, A Sombra, entre outras), que renovaram os quadrinhos brasileiros de Horror.
Entre junho de 1968 e julho de 1970, foi redator-chefe da Projeção, uma revista destinada aos exibidores cinematográficos.
No final da década de 1960, criou três revistas pulp: Série Negra, Aventura e Mistério e Mistérios.
Para a Editora Prelúdio, fez roteiros de uma revista em quadrinhos de Zé Caixão ilustrada por Nico Rosso,[13] além de roteiros para Juvêncio, o justiceiro do sertão, baseada em uma série de rádio de mesmo nome do gênero nordestern (um western ambientado no Nordeste brasileiro),[14][15] além de criar diversas revistas masculinas em pequeno formato: Mulheres em Preto e Branco, Mulheres para Fim de Semana, Mulheres Só para Homens, Show de Mulheres e Show Girl. Logo em seguida, roteirizou a biografia em quadrinhos do apresentador e empresário Silvio Santos, Silvio Santos - Vida Luta e Glória, ilustrada por Sérgio M. Lima.[16] O quadrinho foi feito para auxiliar a Editora Prelúdio da crise financeira após Mojica transferir os direitos das revistas do Zé do Caixão para outra editora. Esta é a única biografia autorizada por Silvio Santos, e a tiragem de 200 mil exemplares foi esgotada rapidamente.[17]
Para a editora carioca Cedibra (Companhia Editora Brasileira), que pertencia à espanhola Bruguera, produziu novelas de bolso de horror e de detetive & mistério, além de traduzir autores espanhóis.[9][18]
De 1972 a 1981 foi um dos editores da Cedibra (filial brasileira da editora espanhola Editorial Bruguera). Em 1974, para a Cedibra, criou uma série do gênero space opera chamada Equipe Aquarius para Coleção SOS - Ficção Científica, onde usou o pseudônimo K. L. Munro.[9]
Por intermédio de José Mojica Marins, conheceu, em 1977, o cineasta Ivan Cardoso, para quem escreveu os roteiros dos filmes O Segredo da Múmia, As Sete Vampiras, O Escorpião Escarlate e Um Lobisomem na Amazônia. Na década de 1980, escreveu roteiros para Calafrio e Mestres do Terror, dois gibis de Terror publicados pela Editora D-Arte, de Rodolfo Zalla.
Em 2003, com o lançamento do filme A Liga Extraordinária, publica pela Opera Graphica, o livro Os Extraordinários, onde reconta as seguintes histórias: As Minas do Rei Salomão de Henry Rider Haggard, Drácula de Bram Stoker, 20 Mil Léguas Submarinas de Júlio Verne, O Médico e o Monstro de Robert Louis Stevenson, Os Assassinatos da Rua Morgue de Edgar Allan Poe, Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle, além de um texto sobre Jack, o Estripador.[19] Também pela editora publicou o livro de bolso O Guerreiro do Espaço (2003), usando o pseudônimo de “J. C. Lenehan”.[10]
Em 2014, a Editorial Corvo, uma empresa do grupo Editorial ACP, lançou a Coleção R. F. Lucchetti, que irá publicar quinze de seus livros. O primeiro título da coleção é As Máscaras do Pavor.
Em 2015 o radialista e escritor Rafael Spaca lançou o livro Conversações com R.F.Lucchetti (Editora Verve).
Ainda em 2015, publicou pela Editora Laços a romantização de seu roteiro original de O Escorpião Escarlate.[20] No ano seguinte, lança a romantização de As Sete Vampiras.
Atualmente, está escrevendo um roteiro de longa-metragem: O Lago das Mortas-Vivas, cujas protagonistas, cinco jovens zumbis, aterrorizam uma pequena cidade do interior do Brasil.
Em 2016 é lançado o curta-metragem R.F.Lucchetti, a Multiplicidade da Linguagem, de Rafael Spaca.
Em 2018 pela Editora Sebo Clepsidra, publicou Poemas de Vampiros, ilustrado por Anasor e organizado por seu filho Marco Aurélio Lucchetti, que reúne poemas escritos em várias épocas. No mesmo ano, a editora faz um financiamento coletivo no Catarse de uma biografia em quadrinhos de Edgar Allan Poe, escrita por Lucchetti com desenhos de Eduardo Schloesser.[21]
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