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Rosacrucianismo ou Rosacruz é um movimento filosófico que se popularizou na Europa no início do século XVII após a publicação de vários textos que pretendiam anunciar a existência de uma ordem esotérica até então desconhecida para o mundo.[1] Rosacruz é um nome atribuído com base no lendário personagem Christian Rosenkreutz, que é o ponto de partida para várias organizações rosacruzes. A misteriosa doutrina da ordem é supostamente "construída sobre verdades esotéricas do passado antigo", que "oculta ao homem comum, fornece uma visão da natureza, do universo físico e do domínio espiritual".[2] Seus manifestos não falavam extensivamente sobre o assunto, mas mencionavam a Kabbalah, o Hermetismo e o Cristianismo. O movimento era então tido em conta como um "Colégio de Invisíveis" nos mundos internos, formado por grandes adeptos, com o intuito de prestar auxílio à evolução espiritual da humanidade.
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Alguns metafísicos consideram que o rosacrucianismo pode ser compreendido, de um ponto de vista mais amplo, como parte, ou mesmo como fonte, do hermetismo cristão, patente no período dos tratados ocidentais de alquimia que se segue à publicação da Divina Comédia de Dante. Alguns historiadores, no entanto, sugerem a sua origem num grupo de protestantes alemães, entre os anos de 1607 e 1616, quando três manifestos anônimos foram elaborados e lançados na Europa: Fama Fraternitatis R.C., Confessio Fraternitatis e Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz. A influência desses textos foi tão grande que a historiadora Frances Yates denominou este período do século XVII de Iluminismo Rosacruz. O Rosicrucianismo apareceu pela primeira vez no século XVII como um movimento de reforma em Tubinga dentro do protestantismo alemão.
Os Manifestos Rosacruzes anunciaram uma "reforma universal da humanidade", através de uma ciência supostamente mantida secreta por décadas até que o clima intelectual possa recebê-la. As controvérsias surgiram sobre se eram um engano, se a "ordem da Rosacruz” existia como descrito nos manifestos, ou se todo era uma metáfora disfarçando um movimento que realmente existia, mas de uma forma diferente . Em 1616, Johann Valentin Andreae designou-o como um "ludibrium". Ao prometer uma transformação espiritual num momento de grande turbulência, levaram muitas pessoas a iniciar-se na busca do conhecimento esotérico e místico. Filósofos ocultistas do século XVII, como Michael Maier, Robert Fludd, e Thomas Vaughan se interessaram pela visão do rosacruz do mundo.[3] De acordo com o historiador David Stevenson, influenciou a Maçonaria quando emergia na Escócia.[4] Em séculos posteriores, muitas sociedades esotéricas alegaram derivar movimento rosacruz primordial. O Rosicrucianismo é simbolizado pela chamada Rosa-Cruz.
De acordo com a narrativa exposta no documento "Fama Fraternitatis" (1614), Christian Rosenkreuz (de início apenas designado por "Irmão C.R.C."), nasceu em 1378 na Alemanha, junto ao rio Reno. Os seus pais teriam sido pessoas ilustres, mas sem grandes posses materiais. Sua educação começou aos quatro anos numa abadia onde aprendeu grego, latim, hebraico e magia. Em 1393, acompanhado de um monge, visitou Damasco, o Egito e o Marrocos, onde estudou com mestres do ocultismo, depois do falecimento de seu mestre, em Chipre. Após seu retorno à Alemanha, em 1407, teria fundado a Ordem Rosa Cruz (constituída por um pequeno grupo de não mais que oito pessoas), de acordo com os ensinamentos obtidos com os mestres árabes, que o teriam curado de uma doença, iniciando-o também no conhecimento das práticas do ocultismo. Teria passado, ainda, cinco anos na Espanha, onde três discípulos redigiram os textos iniciadores da sociedade. Depois, teriam formado a "Casa Sancti Spiritus" ("Casa do Espírito Santo"), onde, através da cura de doenças e do amparo daqueles que necessitavam de ajuda, foram desenvolvendo a confraria, que pretendia, no futuro, orientar os monarcas na boa condução dos destinos da humanidade. Segundo o texto "Fama Fraternitatis", C.R.C. morreu em 1484. Após sua morte, a ordem se extinguiu. A localização da sua tumba permaneceu desconhecida durante 120 anos até 1604, quando foi redescoberta, e então a Ordem Renasceu. Observe-se que "Christian Rosenkreuz" seria apenas um nome simbólico: Christian, de Cristo ou Christos ou Khrestos; Rosen ou Rosa, e Kreuz ou Cruz.
Uma outra lenda menos conhecida, foi veiculada pelo historiador maçónico E. J. Marconis de Negre - que, juntamente com seu pai, Gabriel M. Marconis é considerado o fundador do Rito de Memphis-Misraim da maçonaria. Com base em conjecturas anteriores (1784) de um estudioso rosa-cruz, o Barão de Westerode, a Rosa-cruz teria como origem uma sociedade secreta e altamente hierarquizada (ao contrário dos ideais da Fraternidade, expostos nos manifestos) do século XVIII da Europa Central ou oriental, denominada "Gold und Rosenkreuzer" (Rosa Cruz de Ouro), que teria tentado, sem sucesso, submeter a maçonaria ao seu poder. A Ordem Rosa-cruz teria sido criada no ano 46, quando um sábio gnóstico de Alexandria, de nome Ormo, e seis discípulos seus foram convertidos por Marcos, o evangelista. Seu símbolo, dizia-se, era uma cruz vermelha encimada por uma rosa, daí a designação de Rosa Cruz. A Ordem teria nascido, portanto, da fusão do cristianismo primitivo com a mitologia egípcia. Rosenkreuz teria sido, segundo essa versão, apenas um iniciado e, depois, Grande Mestre - não o fundador.
De acordo com Maurice Magre (1877–1941), no seu livro Magicians, Seers, and Mystics, Rosenkreutz terá sido o último descendente da família Germelschausen, uma família alemã do século XIII. O seu castelo encontrava-se na Floresta da Turíngia, na fronteira de Hesse, e eles abraçavam as doutrinas Albigenses. Toda a família teria sido condenada à morte pelo Landgrave Conrad da Turíngia, excepto o filho mais novo, com cinco anos de idade. Ele teria sido levado secretamente por um monge, um adepto albigense do Languedoc, e colocado num mosteiro sob influência dos albigenses. Lá teria sido educado e viria a conhecer os quatro irmãos que mais tarde estariam a ele associados na fundação da Irmandade Rosacruz. A história de Magre deriva supostamente da tradição oral local. A existência real de Christian Rosenkreuz divide certos grupos de Rosacrucianos. Alguns o aceitam, outros consideram Christian Rosenkreuz como um pseudónimo usado por personagens realmente históricos (Francis Bacon, por exemplo).
A primeira informação conhecida publicamente, acerca desta irmandade, encontra-se nos três documentos denominados "Manifestos Rosacruz", o primeiro dos quais (Fama Fraternitatis R. C., ou "Chamado da Fraternidade da Rosacruz") foi publicado em Kassel (Alemanha) em 1614 - ainda que cópias manuscritas do mesmo já circulassem desde 1611. Os outros dois documentos foram: Confessio Fraternitatis ("Confissões da Fraternidade Rosacruz") (1615), publicado também em Kassel, e Chymische Hockeit Christiani Rosenkreuz ("Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz") (1616), publicado na então cidade independente de Estrasburgo (anexada à França, em 1681).
Deve-se notar que no segundo manifesto Confessio Fraternitatis, de 1615, é feita a defesa da irmandade, exposta no primeiro manifesto em 1614, contra vozes que se levantavam da sociedade, colocando em causa a autenticidade e os reais motivos da Ordem Rosacruz. Nesse manifesto, podem-se encontrar as seguintes passagens que demonstram a linha condutora do pensamento da irmandade: que o requisito fundamental para alcançar o conhecimento secreto, de que a Ordem se faz conhecer como possuidora, é que "sejamos honestos para obter a compreensão e conhecimento da filosofia"; descrevendo-se simultaneamente como cristãos, "Que pensam vocês, queridas pessoas, e como parecem afetados, vendo que agora compreendem e sabem, que nós nos reconhecemos como professando verdadeira e sinceramente Cristo", não de um modo exotérico, "condenamos o Papa", e sim no verdadeiro sentido esotérico do cristianismo: "viciamo-nos na verdadeira Filosofia, levamos uma vida Cristã". O modo como são expostos os temas nos manifestos originais e a descrição dos mesmos aponta para grande similaridade com o que é conhecido atualmente acerca da filosofia Pitagórica, principalmente na transmissão de conhecimentos e ideias através de aspectos numéricos e concepções geométricas.
A publicação dos manifestos provocou imensa excitação por toda a Europa. Foram feitas inúmeras reedições e circularam diversos panfletos relacionados com os textos, embora os divulgadores de tais panfletos pouco ou nada soubessem sobre as reais intenções do(s) autor(es) original(ais) dos textos, cuja identidade permaneceu desconhecida por muito tempo.
Em sua autobiografia, o teólogo Johannes Valentinus Andreae ou Johann Valentin Andreae (1586-1654), declarou que o terceiro manifesto rosa-cruz, "Núpcias Químicas", publicado anonimamente, era de sua autoria e posteriormente descreveu o texto como um ludibrium. É convicção de alguns autores que Andreae o teria escrito como se fosse o contraponto da Companhia de Jesus.[carece de fontes] No entanto, esta teoria foi posteriormente contestada por historiadores, principalmente os católicos, que consideravam os documentos como simples propaganda ocultista, de inspiração protestante, contra a influência do bispo de Roma.
Os manifestos mostravam a necessidade de reforma da sociedade humana, do ponto de vista cultural e religioso, e a forma de atingir esse objetivo através de uma sociedade secreta que promoveria essa mudança no mundo. O texto "Núpcias Químicas de Christian Rosenkreutz", contudo, foi escrito em forma de um romance pleno de simbolismo e descreve um episódio iniciático na vida de Christian Rosenkreuz, quando já tinha 81 anos.
Em Paris, em 1622 ou 1623, foram colocados cartazes misteriosos nas paredes, mas não se sabe ao certo quem foram os responsáveis por esse feito. Estes cartazes incluíam o texto: "Nós, os Deputados do Alto Colégio da Rosa-Cruz, fazemos a nossa estada, visível e invisível, nesta cidade (…)" e "Os pensamentos ligados ao desejo real daquele que busca irá guiar-nos a ele e ele a nós". A sociedade europeia da época, dilacerada por guerras, tantas vezes originadas por causa da religião, favoreceu a propagação destas ideias que chegaram, em pouco tempo, até a Inglaterra e a Itália.
Os primeiros seguidores são geralmente identificados como médicos, alquimistas, naturalistas, boticários, adivinhos, filósofos e homens das artes, acusados muitas vezes de charlatanismo e heresia pelos seus opositores. Aparentemente sem um corpo dirigente central, assumem-se como um grupo de "Irmãos" (confraria).
Tradicionalmente, os rosa-cruzes se dizem herdeiros de tradições antigas que remontam à alquimia medieval, ao gnosticismo, ao ocultismo, ao hermetismo no antigo Egito, à cabala e ao neoplatonismo. Em The Muses' Threnodies, de H. Adamson (Perth, 1638) encontra-se o seguinte: "Pois o que pressagiamos não está em grande,
Pois somos irmãos da Rosa Cruz;
Temos a Palavra Maçónica e a segunda visão,
Coisas por acontecer nós podemos prever acertadamente.".
O rosacrucianismo pode ser compreendido, de um ponto de vista mais amplo, como parte da corrente de pensamento hermético-cristã. Nesse contexto, é clara a influência do Corpus Hermeticum que, após 1000 anos de esquecimento, foi traduzido em 1460 por Marcílio Ficino, a figura central da Academia Platônica de Florença, para atender a uma encomenda de Cosme de Médici. Nas Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz, é dito que "Hermes é a fonte primordial". Verifica-se também a influência do pensamento de Paracelsus, citado na Fama Fraternitatis RC: "Teofrasto (Paracelso), por vocação, foi também um desses heróis. Apesar de não haver entrado em nossa Fraternidade, não obstante, ele leu diligentemente o Livro M."
A grande maioria dos personagens relacionados com o lançamento dos "Manifestos Rosacruzes" se originaram do meio luterano alemão. É de se notar que o próprio Lutero foi um dos primeiros a utilizar uma "rosa-cruz" (o "selo de Lutero", ou "rosa de Lutero") como símbolo de sua teologia. Abaixo de muitas rosas de Lutero está a frase: “O coração do cristão permanece em rosas, quando ele permanece sob a cruz.”
É amplamente discutível se os chamados "reformadores radicais" teriam exercido uma forte influência sobre os rosacruzes, ou, como algumas evidências parecem sugerir, se teriam sido os Rosacruzes a influenciar esses reformadores. Esses pensadores e teólogos luteranos acreditavam que a Reforma de Lutero deveria ser ampliada, que a doutrina ortodoxa não era suficiente e que o Cristão devia realizar a comunhão mística com Deus. Entre outros, é possível citar os nomes de Caspar Schwenckfeld, Sebastian Franck e Valentin Weigel. Johann Arndt, teólogo luterano alemão cujos escritos místicos circularam amplamente na Europa no século XVII, amigo e mentor espiritual de Johann Valentinus Andreae e amigo muito próximo de Christoph Besold, também é uma influência conhecida. Arndt foi muito influenciado pelas idéias de Valentin Weigel, e é considerado o “pai” do movimento pietista alemão.
O místico e teósofo luterano alemão Jacob Boehme e o educador Jan Amos Comenius foram contemporâneos do movimento rosa-cruz original do século XVII e também davam testemunho de uma mesma sabedoria. Comenius chegou a denominar a Unidade dos Irmãos da Boêmia-Morávia, da qual ele foi um dos líderes principais antes de seu desaparecimento, como "Fraternitas Rosae Crucis". Além disso, ele tinha em Johann Valentin Andreae sua primeira fonte de inspiração, considerando-o “um homem de espírito ígneo e de inteligência pura”, tendo-o contactado e recebido deste o archote para dar continuidade à tarefa iniciada. Muitos dos que responderam ao chamado dos manifestos rosacrucianista, como Michael Meier e Robert Fludd, também se ligavam à mesma fonte de força espiritual.
O historiador francês Paul Arnold foi o primeiro a considerar os três manifestos como a obra comum do "Círculo de Tubinga", ou seja, o grupo que se reuniu ao redor do (futuro) teólogo Johann Valentinus Andreae e dos juristas Tobias Hess e Christoph Besold, na Universidade de Tubinga (Alemanha). Frances Yates, no entanto, relacionou o rosacrucianismo "clássico" do século XVII unicamente a Frederico do Palatinado e sua corte inglesa em Heidelberg.
Apesar do sucesso da tese de Yates, os historiadores Richard van Dülmen, Martin Brecht e Roland Edighoffer reconstituíam os fatos graças a uma pesquisa histórica aprofundada, que aconteceu a partir de 1977. Brecht e Edighoffer estudaram, ao mesmo tempo e independentemente um do outro, e finalmente provaram a autoria dos manifestos. Andreae se fez conhecer como o autor dos textos (sua “obra pessoal”) e Tobias Hess, defensor do milenarismo e partidário de Paracelso (que, como afirma o historiador Carlos Gilly, "Andreae honrou e defendeu após sua morte, como pai, irmão, mestre, amigo e companheiro"), teria sido o mestre e iniciador do grupo de onde saíram os manifestos da Rosa-Cruz.
Muitos procuraram responder ao "chamado" emitido pelos rosacruzes no século XVII, não apenas naquele séculos, mas também nos seguintes, quando várias organizações com o nome Rosacruz surgiram. Também no século XX surgiram muitas organizações com este nome, todas elas de certa forma co-herdeiras do tesouro espiritual da Rosacruz do século XVII.
O Emblema Rosacruz, embora com variações, apresenta-se sempre como uma cruz envolvida por uma coroa de rosas, ou com uma rosa ao centro da cruz. A rosa representa a espiritualidade, enquanto a cruz representa a matéria.
Outra faceta da Rosa-cruz mais conhecida é o 18º Grau (representando simbolicamente a 9ª Iniciação Menor), o grau de "Cavaleiro Rosa-Cruz", do "Capítulo da Rosa-Cruz" do "Rito Escocês Antigo e Aceito" da Franco-Maçonaria, que tem como símbolos principais o Pelicano, a Rosa e a Cruz.
Diversos livres pensadores[quem?] defendem que o Rosacrucianismo não é mais do que uma Ordem constituída mas, uma corrente de pensamento, cuja filiação ocorre pela adoção de certas posturas de vida.
No início do século XVII, os manifestos causaram entusiasmo por toda a Europa, ao declararem a existência de uma irmandade secreta de alquimistas e magos que se preparavam para transformar as artes, as ciências, a religião e o panorama intelectual da Europa. Guerras entre política e religião populavam então o continente. Os trabalhos eram re-editados várias vezes, seguidos de numerosos panfletos, favoráveis outrora. Entre 1614 e 1620, cerca de 400 manuscritos e livros eram publicados e eram então discutidos os documentos Rosacruzes. O pico do furor Rosacruz foi alcançado quando dois pósteres misteriosos apareceram nas ruas de Paris em 1622 com o espaçamento de alguns dias entre um e outro. O primeiro dizia Nós, os Deputados do Colégio principal da Rosacruz, demoramo-nos visível e invisívelmente nesta cidade pela graça do Altíssimo (...), e o segundo acabava com as palavras Os pensamentos anexados ao real desejo de procurar irão conduzir-nos a ele e dele a nós.[5]
O lendário primeiro manifesto, Fama Fraternitatis Rosae Crucis (1614), era inspirado no trabalho de Michael Maier (1568–1622) da Alemanha; Robert Fludd (1574–1637) e Elias Ashmole (1617–1692) de Inglaterra; Teophilus Schweighardt Constantiens, Gotthardus Arthusius, Julius Sperber, Henricus Madathanus, Gabriel Naudé, Thomas Vaughan e outros.[6] Em Theatrum Chimicum britannicum de Elias Ashmole (1650) este defende os Rosacruzes. Alguns trabalhos posteriores que impactaram o Rosicrucianismo foram o "Opus magocabalisticum et theosophicum" por George von Welling (1719) - da inspiração alquímica e paracelsiana e do "Aureum Vellus ou Goldenes Vliess" Por Hermann Fictuld em 1749.
Michael Maier foi nomeado Pfalzgraf (Conde Palatino por Rodolfo II do Sacro Império Romano-Germânico e Rei da Hungria e Rei da Boêmia . Ele também foi um dos defensores mais proeminentes dos Rosacruzes, transmitindo claramente detalhes sobre a "Cruz dos Irmãos da Rosa" em seus escritos. Maier fez a declaração firme de que os Irmãos do R.C. Existem para avançar artes inspiradas e ciências, incluindo a alquimia. Os pesquisadores dos escritos de Maier salientam que ele nunca afirmou ter produzido ouro, nem Heinrich Khunrath nem nenhum dos outros "Rosicrucianos". Suas escritas apontam para uma alquimia simbólica e espiritual, em vez de uma operativa. Em uma combinação de estilos diretos e velados, esses escritos transmitiram os nove estágios da transmutação involutiva-evolutiva do "corpo triplo" do ser humano, a "alma tripla" e o "espírito triplo" Entre outros conhecimento esotérico relacionados ao "Caminho da Iniciação".
Em seu panfleto de 1618, "Pia et Utilissima Admonitio de Fratribus Rosae Crucis", Henrichus Neuhusius escreveu que os rosacruzes partiram para o leste devido à instabilidade européia causada pelo início da Guerra dos Trinta Anos . Em 1710, Sigmund Richter, fundador da sociedade secreta da Cruz Dourada e Rosada, também sugeriu que os Rosacruzes haviam migrado para o leste. Na primeira metade do século XX, René Guénon, um pesquisador do oculto, apresentou a mesma ideia em algumas de suas obras.[7] Um eminente autor do século XIX, Arthur Edward Waite apresentou argumentos que contradizem essa ideia.[8] Foi neste campo fértil do discurso que surgiram muitas sociedades Rosacruzas. Eles foram baseados no oculto, inspirados pelo mistério deste "Colégio dos Invisíveis".
Alguns estudiosos modernos, por exemplo Adam McLean e Giordano Berti, assumem que, entre os primeiros seguidores da Cruz da Rosa, havia também o teólogo alemão Daniel Cramer, que em 1617 publicou um tratado bizarro Intitulado "Societas Jesus et Rosae Crucis Vera", que contém 40 figuras emblemáticas acompanhadas de citações bíblicas.[9]
A ideia de tal ordem, exemplificada pela rede de astrônomos, professores, matemáticos e filósofos naturais na Europa do século XVI, promovida por homens como Johannes Kepler, Georg Joachim Rheticus, John Dee E Tycho Brahe, deu origem ao Colégio Invisível. Este foi o precursor da Royal Society fundada em 1660.[10] Foi constituído por um grupo de cientistas que começaram a realizar reuniões regulares para compartilhar e desenvolver o conhecimento adquirido por investigação experimental. Entre estes foram John Wilkins, John Wallis e Robert Boyle, que escreveu: "as pedras angulares do Colégio Invisível (ou como se denominam o Filosófico), de vez em quando me honram com a companhia deles...".[11]
Entre o final do século XIX e o início do século XX surgiram várias organizações inspiradas na Tradição da Rosacruz. Existem atualmente diversas e distintas ramificações Rosacrucianas. Apresenta-se de seguida uma breve descrição acerca das mais divulgadas:
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