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escritor português Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Ricardo Ribeiro do Espírito Santo Silva ComC • GCC • ComB (Lisboa, 12 de novembro de 1900 — Cascais, Cascais, 2 de novembro de 1955), nascido Ricardo Ribeiro do Espírito Santo e Silva, foi um banqueiro, economista, grande amador de arte, mecenas e desportista português.[1]
Ricardo Ribeiro do Espírito Santo Silva | |
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Nascimento | 12 de novembro de 1900 Lisboa |
Morte | 2 de novembro de 1955 (54 anos) Cascais, Cascais, Portugal |
Ocupação | Banqueiro, mecenas |
Filho do rico negociante cambista José Maria do Espírito Santo Silva, falecido em 1915, fundador, em 1883, da sociedade Silva, Beirão, Pinto & Cia., que deu origem, no decorrer dos tempos, por sucessivas transformações, às firmas J. M. do Espírito Santo Silva & Cia. e Espírito Santo Silva & Cia., ambas do maior prestígio, transformada esta última, em 1920, no Banco Espírito Santo, depois Banco Espírito Santo & Comercial de Lisboa, uma das entidades financeiras e bancárias de maior importância na vida portuguesa; e de sua segunda mulher, Rita de Jesus Ribeiro.[1][2]
Licenciou-se em Ciências Económicas e Financeiras, com altas classificações, no Instituto Superior de Contabilidade, Economia e Finanças da Universidade Técnica de Lisboa. Foi o sucessor direto de seu pai na gestão de importantes negócios a que emprestou os seus grandes conhecimentos, especial tato administrativo e o prestígio da sua forte personalidade social. Em 1932, sucede a seu irmão, José Ribeiro do Espírito Santo Silva, na liderança do Banco Espírito Santo (BES), até à sua morte em 1955. Durante o período em que presidiu ao BES, o banco funde-se com o Banco Comercial de Lisboa, passando a designar-se por Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa, em 1937, uma das entidades financeiras e bancárias de maior importância na vida portuguesa, na primeira fila das organizações congéneres. Em 1944 era Presidente do Conselho de Administração e da Direção daquele último banco. Para além de banqueiro, Ricardo do Espírito Santo também foi Presidente da Comissão Executiva da Sociedade Anónima Concessionária da Refinação de Petróleos em Portugal (Sacor), empresa petrolífera portuguesa, do Conselho de Administração da Sociedade Agrícola do Cassequel, etc. Foi Diretor do Grémio dos Bancos e Casas Bancárias e foi Presidente da Assembleia Geral da Sociedade de Ciências Económicas, de Lisboa.[1][2]
Ricardo do Espírito Santo foi, também, um homem dedicado às artes e à cultura, tendo coleccionado diversas pinturas, mobiliário e tapeçarias. Em 1953, cria a Fundação Ricardo do Espírito Santo, uma "Escola-Museu de Artes Decorativas", instalada no Palácio Azurara, em Alfama, Lisboa, que viria a doar ao Estado português. Foi o seu primeiro presidente do Conselho Directivo. Organizou um ano depois, em 1954, uma importante exposição de ourivesaria portuguesa em Paris.[2]
Publicou, na imprensa da especialidade, muitos e autorizados artigos sobre assuntos económicos e, especialmente, bancários, e assuntos de arte antiga, sobretudo pintura, pois foi um dos conhecedores mais notáveis do seu meio, sendo possuidor de vastas e belas coleções de pintura, mobiliário, tapeçarias, etc, que tornaram a sua opulenta residência em Cascais uma das mais belas de Portugal e notável entre as mais notáveis da Europa, frequentada pela grande sociedade e as mais altas personalidades, havendo sido seu hóspede o Duque de Windsor, Eduardo, antes de ser enviado às Bahamas como Governador.[1] Como apaixonado colecionador e grande especialista de História da Arte, patrocinou a publicação de várias obras, entre as quais o Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, de Fernando de Pamplona, as Obras-Primas da Pintura Flamenga em Portugal, de Luís Reis Santos, e a reedição da Cerâmica Portuguesa, de José Queirós e, de colaboração com J. Lloyd Hyde, e com ilustrações originais de Eduardo Malta, preparou a obra Chinese Porcelain for the European Market, que só foi publicada em 1956, no ano seguinte ao da sua morte.[2]
Homem multifacetado e grande desportista eclético, praticou diversos desportos como o ténis e ganhou algumas taças de esgrima, foi Capitão, por várias vezes, da equipa portuguesa de golfe, e da equipa de golfe do Estoril, sendo campeão nacional desta modalidade em 1933. Foi Presidente do aristocrático Sporting Clube de Cascais e gozou da merecida reputação de um dos mais extraordinários jogadores de bridge portugueses, com fama no estrangeiro.[1]
Durante a Segunda Guerra Mundial, não obstante a ascendência judaica de sua mulher, Ricardo do Espírito Santo Silva chegou a ser considerado, pelo MI6, um agente alemão, relacionado com a estadia, entre Junho e Outubro de 1940, do Duque de Windsor (denominação dada após a abdicação à Coroa Britânica ao Rei Eduardo VIII) com a sua mulher Wallis Simpson, em casa do banqueiro português. Existe, por outro lado, um telegrama do embaixador alemão em Madrid, enviado ao ministro dos Estrangeiros, Ribbentrop, a informá-lo de que se havia posto «em contacto com o nosso confidente, e anfitrião do Duque, o banqueiro Ricardo Espírito Santo Silva».[4]
Casou-se em Lisboa com sua co-cunhada Mary Pinto de Morais Sarmento Cohen (Lisboa, 8 de Março de 1903 - Cascais, Cascais, 22 de Agosto de 1979), meia-sobrinha do 1.º Barão de Sendal, aos 18 anos,[5][6] da qual teve quatro filhas:
Faleceu em consequência dum ataque cardíaco que sofreu no pós-operatório duma operação ao estômago.
Tem diversos arruamentos com o seu nome:
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