Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Revolta dos xiitas no Iraque em 1979–1980, também conhecida como a Primeira Revolta de Sadr, ocorreu após a Revolução Islâmica (1978-1979) no vizinho Irã, quando os clérigos xiitas iraquianos prometeram derrubar o Iraque Baathista, dominado por muçulmanos sunitas - especificamente a família Saddam Hussein. Saddam e os seus adjuntos acreditavam que os distúrbios tinham sido inspirado pela Revolução Iraniana e instigados pelo governo do Irã.[1] Os tumultos eclodiram em maio de 1979 e se intensificaram em junho - levando a milhares de torturados e mortos em Najaf. A revolta abrandou com a detenção em abril de 1980 do líder dos xiitas iraquianos Muhammad Baqir al-Sadr e sua posterior execução.
As obras de Al-Sadr atraíram a ira do Partido Baath, levando a repetidos aprisionamentos, onde ele era frequentemente torturado. Apesar disso, continuava com o seu trabalho após ser libertado.[2] Quando os baathistas prenderam o aiatolá Al-Sadr em 1977, sua irmã Amina Sadr bint al-Huda fez um discurso na Mesquita de Imam Ali em Najaf, convidando o povo a se manifestar. Muitas manifestações foram realizadas, forçando os baathistas a libertar Al-Sadr, que foi colocado em prisão domiciliar.
Entre 1979 e 1980, ocorreram tumultos anti-baathistas nas áreas xiitas do Iraque por grupos que estavam trabalhando em direção a uma revolução islâmica em seu país.[3] Saddam e seus oficiais acreditavam que os distúrbios haviam sido inspirados pela Revolução Iraniana e instigados pelo governo do Irã.[1] Após a revolução no Irã, a comunidade xiita do Iraque convocou Mohammad Baqir al-Sadr para ser seu "Aiatolá Khomeini iraquiano", liderando uma revolta contra o regime baathista. Assim, líderes comunitários, chefes tribais e centenas de membros comuns do público prestaram sua lealdade a al-Sadr.[4] Os protestos eclodiram em Bagdá e nas províncias predominantemente xiitas do sul em maio de 1979.[4] Por nove dias, os protestos contra o regime se desenrolaram, mas foram reprimidos.[4] A prisão do clérigo levou a outra onda de protestos em junho, após um influente e poderoso apelo da irmã de al-Sadr, Bint al-Huda. Mais confrontos ocorreram entre as forças de segurança e os manifestantes. Najaf foi sitiado e milhares foram torturados e executados.[4]
Muhammad Baqir al-Sadr foi finalmente preso em 5 de abril de 1980 com sua irmã Sayedah Bint al-Huda.[5] Ambos formaram um poderoso movimento militante em oposição ao regime de Saddam Hussein.[6]
Em 9 de abril de 1980, Al-Sadr e sua irmã foram mortos após serem severamente torturados por seus captores baathistas.[2] Os sinais de tortura podiam ser vistos nos corpos.[6][7][8] Os baathistas estupraram Bint Houda na frente de seu irmão.[8] Um prego de ferro foi martelado na cabeça de Al-Sadr e ele foi incendiado em Najaf.[2][5] Foi relatado que o próprio Saddam os matou.[6] Os baathistas entregaram os corpos de Baqir Al-Sadr e Bintul Huda a seu primo Sayyid Muhammad al-Sadr.[6] Ambos foram enterrados no cemitério Wadi-us-Salaam, na cidade sagrada de Najaf, na mesma noite.[5] Suas execuções não levantaram críticas dos países ocidentais visto que Al-Sadr havia apoiado abertamente o aiatolá Khomeini no Irã.[7]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.