Remove ads
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Resíduo computacional, também conhecido como resíduo eletrônico ou lixo eletrônico, são os equipamentos eletrônicos descartados ou obsoletos.[1] A definição inclui computadores, televisores, telemóveis/celulares, entre outros dispositivos. Na União Europeia, é referido resíduo de equipamentos eletrônicos (REEE),[2] havendo a classificação dos produtos por categoria conforme a Diretiva de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos.[3]
Os resíduos de equipamentos eletrônicos, se descartados de forma inadequada, constituem um sério risco para o meio ambiente, pois possuem em sua composição metais pesados altamente tóxicos, como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, além de outros compostos químicos como os BFRs (Brominated Flame Retardants). Em contato com o solo, os metais pesados contaminam o lençol freático; se queimados, os BFRs liberam toxinas perigosas ao meio ambiente. Portanto, a manipulação e processamento dos REEE, de forma incorreta e desprotegida, contamina os seres humanos que executam estas tarefas e o meio ambiente à sua volta.
Tipos de substância nocivas e seus efeitos:
Em função da complexidade do problema da contaminação e do aumento considerável da produção, consumo e consequente descarte de eletroeletrônicos, foi necessária a elaboração de leis específicas, atualmente em vigor em diversas partes do mundo.
Em Janeiro de 2003, entrou em vigor a directiva 2002/95/CE da União Europeia que regulamenta o tratamento de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos, obrigando (entre outros) os fabricantes a se responsabilizar por todos os eletrônicos produzidos.[3] Em vigor está também a directiva Directiva 2002/95/CE (RoHS) que restringe o uso de determinadas substâncias perigosas em equipamentos eléctricos e electrónicos.[5]
No dia 5 de agosto de 2010 foi aprovada a Lei Federal n. 12.305, que instituiu em 2010 a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) na legislação ambiental brasileira nº 12.305,[6] que obriga a dar destinação adequada para os resíduos sólidos, inclusive os eletrônicos. No Estado de São Paulo foi promulgada em julho de 2009 a Lei Estadual 13.576 que institui normas e procedimentos para a reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico.[7]
A legislação norte-americana não prevê uma regulamentação nacional mas sim, soluções em nível estadual. Até 2012, apenas 24 estados haviam criado suas legislações específicas.[8] Por serem signatários, com ressalvas, da Convenção da Basiléia[9] que bane a exportação de lixo eletrônico, os EUA descartam parte substancial (entre 50 e 80%[10] ) do seu REEE para países como China e Índia, além de diversos países africanos, nos quais a ausência de legislação adequada facilitam a contaminação das pessoas e do meio-ambiente.
A África do Sul possui uma iniciativa[11] de âmbito nacional, relacionada com a reciclagem dos REEE.
Na maioria dos outros países africanos não existe legislação específica e, na verdade, parte deles ainda sofre com o envio de REEE vindos da EU e dos EUA, apesar das restrições.[12]
Para conter os problemas de contaminação previamente descritos, são necessárias regulamentações e procedimentos que garantam a segurança dos trabalhadores envolvidos na reciclagem e do meio-ambiente. Isso denomina-se gerenciamento ou gestão dos REEE.
Para realizar a gestão e reciclagem dos REEE divide-se o processo em etapas chamadas coleta, desmontagem, pré-processamento e processamento.[13] A coleta consiste em receber os REEE, seja através de sistemas que recolhem nas casas dos consumidores, seja através de iniciativas de mutirão de coleta ou o sistema de ecopontos.[14][15] Depois de coletados, os REEE passam por um processo de manufatura reversa, onde são desmontados e cada material é classificado.[16] As substâncias tóxicas devem ser neutralizadas, utilizando-se diversos processos físico-químicos.
Os materiais que podem ser transformados em matérias-primas são encaminhados para esse fim. Estão incluídos plásticos, ferro, alumínio, fios e cabos, entre outros. Algumas frações como monitores tipo CRT, alguns tipos de baterias, lâmpadas de mercúrio podem apresentar dificuldades ou custos elevados para serem dercontaminados. Nesse caso, estes subprodutos devem sofrer disposição adequada.
Basicamente existem duas abordagens para o tratamento dos REEE: a manual e a automatizada.
A desmontagem manual permite uma maior seletividade no processo, evitando perdas ao classificar cada matéria-prima da forma correta. Por outro lado é mais lento, de mão-de-obra intensiva e, menos seguro do ponto de vista da saúde e do ambiental. A abordagem manual para os países em desenvolvimento é defendida fortemente pela UNEP em seu relatório de 2009[13]
A automatização permite um processamento mais rápido, mais seguro e com menos mão-de-obra mas também menos eficiente na recuperação de materiais por misturar materiais diferentes.
A reciclagem de computadores é um termo genericamente utilizado para designar a reciclagem de computadores (na íntegra ou partes) como matéria-prima para novos produtos do ramo ou o reaproveitamento e a reutilização destes. Segundo dados do Greenpeace, por ano, são produzidos até 50 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos no mundo inteiro.[17]
Existem diversos projetos internacionais (como Solving the E-waste Problem, StEP, da Universidade das Nações Unidas) tratando questões da reutilização de equipamentos eléctricos e electrónicos.[18] Um dos projetos locais e caritativas é a iniciativa linux4afrika da associação alemã FreiOSS que reequipa computadores doados com a distribuição Linux Edubuntu e organiza o transporte dos computadores para a África, principalmente para escolas de Moçambique e Tanzânia.
Em 2007 o Governo do Brasil anunciou um plano de implantação de uma rede nacional de Centros de Recondicionamento e Reciclagem de Computadores (CRC). O plano faz parte do projeto Inclusão digital e visa recuperar computadores descartados anualmente pelos órgãos governamentais e pela iniciativa privada e destiná-los à telecentros, escolas e bibliotecas.[19]
O projeto brasileiro MetaReciclagem começou com um grupo que reciclava computadores, mas atualmente define-se como uma rede aberta que promovia a desconstrução e apropriação de tecnologias.[20]
Em São Paulo foi instalado o primeiro centro público de reciclagem de lixo eletrônico em agosto de 2009 por iniciativa da Universidade de São Paulo.[21]
Durante a Rio+20 [1] [2] , o Ministério das Comunicações, no Pier Mauá - Rio de Janeiro, manteve um espaço aberto de Rodas de Conversa para fomento de diálogo em torno de alguns temas.
Uma dessas rodas, intitulada "Lixo eletrônico: impactos e transformações", ocorreu em 16 de junho de 2012 e nela foram debatidas questões relativas à gestão integrada e gerenciamento do lixo eletrônico, as responsabilidades de empresas e do poder público (logística reversa), a legislação, os movimentos, projetos e programas que desenvolvem ações para minimizar os impactos causados por esses resíduos ao ambiente.
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.