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Oposição Síria
grupos políticos que se opõem a Bashar al-Assad Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Oposição Síria (em árabe: المعارضة السورية, Al-Mu'aradah Al-Suriyah) era o termo genérico dado aos grupos e indivíduos que buscavam de alguma forma mudar ou derrubar o regime baathista da Síria. O termo "oposição" (em árabe "mu'araDah") era usado normalmente para descrever os atores políticos tradicionais, ou seja, a pessoa com um histórico de dissidência, não o utilizando assim para nomear todos aqueles que lutavam contra o regime da família Assad no território sírio. No começo de 2011, a oposição, que até então ou era silenciada ou representada por pequenos grupos autorizados pelo regime, organizou-se em comitês regionais pelo país. A maior parte da oposição tinha origem nativa e vinha de áreas rurais sunitas de classe baixa.[3] Porém seu nascimento pode ser traçado as classes médias trabalhadoras, aos jovens e a grupos étnicos com pouca participação política permitida pelo Estado.[4]
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Os grupos de oposição começaram a sua auto-proclamada revolução em março de 2011, quando tomaram as ruas dos principais centros urbanos para protestar por mais democracia e pelo fim do regime de Bashar al-Assad. Os primeiros movimentos contra o governo teriam caráter pacífico e buscavam uma transição moderada de poder. Contudo, com a repressão, soldados desertores e civis armados iniciaram uma insurreição armada contra o regime. A partir de julho do mesmo ano, combates violentos já eram reportados em várias cidades pela Síria, dando início a uma "guerra civil" propriamente dita. O principal grupo armado no começo do conflito a se opor ao governo central foi o "Exército Livre da Síria", encabeçado por ex oficiais do regime que mudaram de lado.[5]
Na deflagração da Guerra Civil Síria, diversos grupos e facções rebeldes da oposição se uniram para formar o Conselho Nacional Sírio (CNS),[6] que recebeu vasto apoio internacional, na forma de dinheiro e armas. Nações islâmicas e ocidentais abertamente começaram a apoiar politicamente as organizações que lutavam contra o regime Assad.[7][8][9][10] Um novo grupo, dessa vez mais amplo, foi formado logo depois: a Coalizão Nacional Síria da Oposição e das Forças Revolucionárias. Estas organizações foram criadas para tentar legitimar e trazer uma voz única a todo o movimento antiAssad.[11] A oposição síria se inspirava em outros movimentos que buscavam mudanças políticas na região, no contexto da Primavera Árabe.
Com o decorrer dos anos, a oposição, contudo, começou a se descentralizar. A constante guerra de atrito contra o regime e disputas internas por poder dentro da própria oposição fez com que estes enfraquecessem sua posição. Se aproveitando disso, organizações extremistas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), outrora amigos dos rebeldes, passaram a combater tanto o governo quanto a oposição, com seu objetivo maior de conquistar o poder hegemônico na região. O conflito na Síria passou então de uma simples luta por poder para uma guerra de cunho sectário e religioso, ceifando a vida de mais de 400 mil pessoas.[12]
Em setembro de 2013, segundo um estudo feito pela Jane's Information Group, foi estimado que havia cerca de 100 mil pessoas em armas lutando contra o regime Assad, fragmentados em cerca de mil grupos. Destes, cerca de 10 000 seriam extremistas ligados a movimentos radicais como a al-Qaeda. No decorrer dos anos, suas fileiras teriam sido engrossadas por pelo menos 16 000 guerrilheiros estrangeiros.[13] Também foi estimado que, entre 30 000 e 35 000 dos militantes que lutavam pela oposição seriam fundamentalistas não ligados às facções mais extremistas, focando exclusivamente na Síria (sem um propósito regional como o EIIL), e não em um projeto pan-islâmico mais amplo. Outros 30 000 seriam qualificados como militantes islâmicos moderados e apenas uma minoria dos rebeldes teria uma agenda secular.[14]
No final de 2024, vários grupos de oposição sírios lançaram ofensivas simultâneas que levaram à queda do regime de Assad e ao estabelecimento de um governo de transição.[15][16][17] Em 10 de dezembro, Mohammed al-Bashir, anteriormente chefe do Governo de Salvação Sírio, tornou-se primeiro-ministro do governo de transição sírio.[18][19]
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Grupos oficiais da oposição síria
Territórios controlados e organizações governativas
Ver também
Notas
- A bandeira adotada pela oposição síria durante a recente guerra civil. Esta bandeira pertencia a era republicana do país, antes do golpe de 1963 que colocou os baathistas no poder.
- A data citada de 25 de março de 2011 é referente ao dia em que líderes da Oposição Síria exigiram formalmente a deposição de Bashar al-Assad.[1][2]
Referências
- Slackman, Michael (26 de março de 2011). «Syrian Troops Open Fire on Protesters in Several Cities». The New York Times. Consultado em 10 de dezembro de 2024
- Marsh, Katherine (25 de março de 2011). «Syria unleashes force on protesters demanding freedom as unrest spreads». The Guardian. Consultado em 10 de dezembro de 2024
- BEN HUBBARD; ERIC SCHMITT e MARK MAZZETTI (11 de setembro de 2014). «U.S. Pins Hope on Syrian Rebels With Loyalties All Over the Map». The New York Times (em inglês). The New York Times
- «"SYRIA: The struggle continues: Syria's grass-roots civil opposition"» Página acessada em 2 de novembro de 2014.
- «"Defecting troops form 'Free Syrian Army', target Assad security forces"». Consultado em 2 de novembro de 2014. Arquivado do original em 27 de novembro de 2011 Página acessada em 2 de novembro de 2014.
- «The main components of the Syrian opposition». London: BBC Arabic. 24 de fevereiro de 2012. Consultado em 1 de setembro de 2013
- thejournal.ie. «EU ministers recognise Syrian National Council as legitimate representatives». Consultado em 29 de fevereiro de 2012
- Andrew Rettman. «France recognises Syrian council, proposes military intervention». EUObserwer. Consultado em 24 de novembro de 2011
- «Clinton to Syrian opposition: Ousting al-Assad is only first step in transition». CNN. 6 de dezembro de 2011
- «UK Recognizes Syrian Opposition». International Business Times. 24 de fevereiro de 2012
- «Syria's newly-formed opposition coalition draws mixed reaction». Xinhua. 13 de novembro de 2012. Consultado em 25 de janeiro de 2013
- «"Syria explained: How it became a religious war"» Página acessada em 2 de novembro de 2014.
- CHRIS FRANCESCANI; ROBERT WINDREM (29 de outubro de 2014). «Foreign Fighters Pouring Into Syria Faster Than Ever, Say Officials». NBC (em inglês). National Broadcasting Company. Consultado em 30 de outubro de 2014
- IHS Jane's. «Syria: nearly half rebel fighters are jihadists or hardline Islamists, says IHS Jane's report» (em inglês). The Daily Telegraph. Consultado em 2 de novembro de 2014
- «Ousted Syrian leader Assad flees to Moscow after fall of Damascus, Russian state media say». AP News (em inglês). 8 de dezembro de 2024. Consultado em 10 de dezembro de 2024
- jcookson. «Experts react: Rebels have toppled the Assad regime. What's next for Syria, the Middle East, and the world?». Atlantic Council (em inglês). Consultado em 10 de dezembro de 2024
- «HTS, overthrown Syrian PM task Mohammed al-Bashir with forming transitional government». The Jerusalem Post | JPost.com (em inglês). 9 de dezembro de 2024. Consultado em 10 de dezembro de 2024
- «Syrian rebels name Mohammed al-Bashir head of transitional government». Le Monde (em inglês). Consultado em 10 de dezembro de 2024
- «Der Islamist im Anzug: Wer ist der syrische Übergangspremier Mohammed al-Bashir?» [The Islamist in a suit: who is the Syrian interim prime minister Mohammed al-Bashir?]. Die Presse (em alemão). 10 de dezembro de 2024. Consultado em 13 de dezembro de 2024
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