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escritor português Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Raul Sangreman Proença (Caldas da Rainha, 10 de maio de 1884 — Porto, 20 de maio de 1941), mais conhecido por Raul Proença, foi um escritor, jornalista, bibliotecário e filósofo português, membro do grupo que fundou a revista Seara Nova. Tem uma escola secundária com o seu nome nas Caldas da Rainha.
Raul Proença | |
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Nome completo | Raul Sangreman Proença |
Nascimento | 10 de maio de 1884 Caldas da Rainha, Portugal |
Morte | 20 de maio de 1941 (57 anos) Porto, Portugal |
Nacionalidade | Português |
Ocupação | Escritor, jornalista e intelectual |
Magnum opus | Páginas de política |
Formado em Ciências Económicas e Financeiras pelo Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, de pensamento multifacetado, definiu-se filosoficamente como idealista e realista, defensor do socialismo democrático no seio de um regime parlamentarista.
Afirmou-se como figura cimeira do pensamento político português no primeiro quartel do século XX, marcando decisivamente a intervenção cívica durante a Primeira República Portuguesa, cujos vícios generalizados e corrupção criticou duramente.
Integrou, para além da Renascença Portuguesa, o grupo fundador da Seara Nova (1921) e o chamado Grupo da Biblioteca (1919-1926). Trabalhou como bibliotecário, ascendendo a chefe dos serviços técnicos da Biblioteca Nacional de Lisboa, da qual era funcionário desde 1911, tendo ali colaborado diretamente com Jaime Cortesão quando este dirigiu a instituição.
Combateu o Sidonismo (1918) e a Ditadura Militar (1926) que, em 1927, o condenou ao exílio em Paris.
É, ainda assim, "vítima" da mentalidade da sua época, aderindo a dogmas racistas, então populares em certos meios republicanos. Publica neste tópico, por exemplo, "A Ditadura Militar: História e Análise de Um Crime", na qual defende a democracia de homens como Mussolini que a destruiram no seu país. Mas defende também a Eugenia, por uma "raça mais pura", apelando a uma "política da raça" que corrija a decadência portuguesa, cuja causa principal dizia ser a "degradação étnica" por culpa da "nossa sensualidade" "em contacto com outros povos". Declara portanto uma "política fisiológica "a mais importante das políticas", "defendendo o português de maiores abastardamentos", procurando uma raça "indemne", a par de re-educação nacional. Declararia também, contrariando aqui os dogmas da época, a "superiodidade intelectual da mulher portuguesa sobre o homem", ainda que declarasse isto como um "extraordinário" sintoma de uma "catástrofe étnica e educativa".[1]
Regressou a Portugal em 1932, já acometido da grave doença mental que o levaria ao internamento no Hospital Conde de Ferreira, no Porto, onde faleceu vítima de febre tifóide.
Dedica um longo estudo filosófico à teoria do eterno retorno de Nietzsche, obra em dois volumes só postumamente publicada.
Criador do "Guia de Portugal", viajou, registou, escreveu. Gostava do seu país. Raul Proença é avô de Raúl Proença Mesquita, que hoje se afirma nas artes, na escrita e no pensamento.
Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Pela Grei [2] (1918-1919) e Homens Livres [3] (1923).
A 30 de junho de 1980, foi agraciado, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.[4]
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