Ralídeos (Rallidae) é uma família de aves Gruiformes que inclui as saracuras, sanãs, galinhas-d'água, pintos-d'água, frangos-d'água e carquejas. O grupo habita regiões pantanosas, margens de rios ou lagos em zonas de vegetação densa.

Várias espécies tem distribuição ampla, sendo que muitos apresentam registros fragmentados - reflexo de seus comportamentos crípticos.

Há espécies migratórias como Gallinula, Porphyrio martinica e as Fulica. Porphyrio martinica é a única espécie que sabidamente realiza migrações transatlânticas "regularmente". Aparentemente tais voos são involuntários, sendo as aves carregadas pelos ventos sobre o Atlântico meridional. Outro caso de migração transatlântica refere-se à espécie Gallinula angulata. Essa espécie foi registrada pela primeira vez no Novo Mundo no dia 10 de janeiro de 2005 no Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Rio Grande do Norte. Muito provavelmente tal evento é acidental, tendo sido a ave carregada por ventos e correntes marinhas até o continente americano (Bencke et al., 2005).

Morfologia

Os ralídeos têm em geral pés longos terminando em dedos muito compridos que facilitam a locomoção em terrenos semi-submersos ou sobre vegetação flutuante. Algumas espécies, gênero Fulica, possuem lobos natatórios laterais em adaptação ao nado.

As asas são curtas e arredondadas; estas aves deslocam-se sobretudo em terra, mas muitas possuem excelente capacidade para nadar. Apesar disso, voam bem, mas tendem a não fazê-lo. Em geral deixam os pés pendentes ao voar (curtas distâncias). Muitas espécies endêmicas de ilhas perderam a capacidade de voar.

São bem camuflados em decorrência dos padrões de cor de suas plumagens. Por outro lado apresentam bicos e pés vivamente coloridos. Os bicos de muitas espécies é esverdeado e os pés frequentemente avermelhados. Tais cores são perdidas ou apagadas nos períodos de descanso reprodutivo.

Em alguns ralídeos ocorre a muda "em bloco" das rêmiges; perdem todas as penas das asas simultaneamente, incapacitando seu vôo.

Hábitos

São aves de índole inquieta, refletido no quase constante movimento de suas caudas, que é levantada verticalmente.

Muitas espécies apresentam hábitos crepusculares, passando o dia escondidas na vegetação. Tais espécies saem, em geral, à tarde, para se alimentar.

São tímidos e reclusos, traindo-se apenas pela voz.

Alimentação

São onívoros, alimentando-se tanto de recursos vegetais (capim e brotos) quanto animais (insetos, crustáceos e mesmo pequenos vertebrados).

Espécies grandes pilham ovos de outras aves (Aramides). As carquejas (Fulica) coletam plantas no fundo de corpos d'água rasos.

Reprodução

Pouco se sabe sobre as cerimônias pré-nupciais da grande maioria das espécies de Rallidae, sendo que os registros são em geral feitos com animais em cativeiro.

Consta que Laterallus constrói ninhos grandes e resistentes, confeccionados de folhas e capim e em parte cobertos; uma pequena abertura lateral. Ocasionalmente afastados da água.

Ovos de cores bem variadas (amarelo, rosado ou branco) podendo ou não ser manchados. O período de incubação é de aproximadamente 16 dias em Gallinula chloropus e Porphyrio martinica; e cerca de 23 dias para Laterallus leucopyrrhus.

Filhotes usualmente cobertos por plumas negras.

Na nova taxonomia de Sibley-Ahlquist o grupo é promovido ao estado de ordem com o nome de Ralliformes.

Espécies

A lista está incompleta e foca as espécies brasileiras. A ordem e nomenclatura segue as orientações do CBRO.

Aramides

Laterallus

Porzana

Pardirallus

Gallinula

Porphyrio

Fulica

Referências

  1. «Rails, Crakes & Coots». IOC World Bird List (em inglês). Consultado em 14 de Setembro de 2011

Bibliografia

Ligações externas

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