Loading AI tools
ponte ferroviária em Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Ponte Rainha D. Amélia, também conhecida por Ponte D. Amélia, é uma antiga ponte ferroviária portuguesa, que foi convertida para uso rodoviário. Foi inaugurada em 14 de Janeiro de 1904, como parte da Linha de Vendas Novas[1] tendo sido substituída em 2001 pela Nova Ponte D. Amélia.
Ponte Rainha D. Amélia | |
---|---|
Ponte vista de uma das entradas. | |
Arquitetura e construção | |
Início da construção | Julho de 1902 |
Término da construção | Finais de 1903 |
Data de abertura | 14 de Janeiro de 1904 |
Data de encerramento | 2001 (ao tráfego ferroviário) |
Comprimento total | 840 metros |
Largura | 5 metros |
Geografia | |
Cruza | Rio Tejo |
Localização | Muge e Porto de Muge, SMG , Portugal |
Coordenadas |
O seu nome é em homenagem à Rainha D. Amélia.[carece de fontes]
As peças metálicas da ponte foram feitas pela fábrica Fille Lilles, que também construiu as pontes de Muge e da Vala da Azambuja.[2] A construção das peças foi supervisionada pelo engenheiro Audouard, que tinha uma boa reputação neste tipo de projectos.[3]
O projecto original, datado de 1901, descreve a ponte como estando assente sobre treze pilares e dois encontros, formando catorze vãos de 60 m, totalizando 840 m.[4]
O contra-vento foi previsto inferior e horizontal, e a sobrecarga utilizada baseou-se no peso de uma locomotiva e o seu tender correspondente.[4] O coeficiente de resistência para os banzos foi calculado em 9, e, para as rotundas e carlingas, 7,5, tendo o coeficiente de trabalho adoptado ao lançamento sido de 9.[4] O cálculo dos momentos de flexão foi efectuado segundo o método de Clapeyron, e a curva involtória dos máximos momentos foi determinada pela construção das parábolas dos momentos, as secções transversais das madres, e os seus respectivos momentos de inércia e módulos de resistência.[4] A viga foi verificada pelo processo do engenheiro Xavier Cordeiro.[4]
Os pilares, fundados a ar comprimido, com caixões de ferro preenchidos com formigão hidráulico composto por pedra calcária da quinta Sub-Serra, de Alhandra,[3] deveriam ter 10 m acima da água, de forma a ultrapassar os níveis reportados nas cheias de 1876, que fizeram as águas subir cerca de 5 m.[4]
As alturas do soco, do fuste e do capitel são correspondentemente de 1,50, 8,065 e 0,50 m; a espessura junto ao soco é de 3,064 m e no colo de 2,50 m, com um jorramento de 0,035 m.[3] O paramento das faces planas é composto por fiadas de enxilharia, tendo o revestimento sido construído com silhares e juntouros; o revestimento dos talhantes de secção semi-circular foi feito com cantaria de almofadado rústico, e os encontros, de alvenaria hidráulica.[3] Os cunhais e cimalha são compostos por cantaria, feita de calcário cinzento azulado das pedreiras de Rio de Mouro.[3] A construção dos pilares e dos encontros foi executada pelo engenheiro Reynaud.[3]
A viga do tabuleiro, em aço macio, em quádrupla rótula reforçada com prumos nos nós, encontra-se fixa no pilar central, podendo dilatar-se para os dois extremos, sobre os rolos respectivos; as duas madres, com 6,717 m de altura, encontram-se distanciadas a 5,040 m, e ligadas entre si por meio de contraventamentos, de forma a reforçá-las e evitar a sua deformação.[3] O tabuleiro, inferior, inclui carlingas com 5,040 m de largura e que se distanciam 3,333 m entre si, e que estão travadas por longarinas, situadas a intervalos de 1,8 m.[4]
Esta estrutura veio substituir uma ponte de carácter provisório, de metal e madeira, que tinha sido construída aproveitando peças de uma antiga ponte da Linha do Norte, sobre o Rio Vouga.[5]
Foi esboçada pelo engenheiro António de Vasconcellos Porto em 1901,[4] tendo a primeira estaca sido batida em Julho de 1902, como acto cerimonial para o início da construção da ponte.[6] Nos finais desse ano, as peças para o primeiro tramo já se encontravam a caminho de Lisboa, vindas das oficinas da sociedade Fille Lilles,[7] e nos inícios do ano seguinte já tinha sido entregue o quinto pilar.[8] Em Abril, já tinham sido colocados oito pilares e montadas três tramos do tabuleiro,[9] e em Setembro, já se previa que a ponte estaria concluída em Novembro desse ano.[10] Em Outubro, já tinham sido corridos os 11º e 12º tramos, encontrando-se em construção os dois seguintes,[11] e no mês seguinte, já tinha sido instalada a via desde a ponte até à Estação de Vendas Novas.[12] Em Dezembro, já se tinham iniciado as inspecções de via em toda a Linha de Vendas Novas, tendo a abertura ao serviço sido prevista para 1 de Janeiro.[13]
Na altura da sua construção, a Ponte Rainha D. Amélia era considerada a mais extensa da Península Ibérica, para caminho de ferro.[3] O autor foi elogiado pelo Conselho Técnico de Obras Públicas, devido à perfeição com que elaborou este projecto.[4] À inauguração, a 14 de Janeiro de 1904, assistiu o rei D. Carlos, esposo da patrona.[1] A Linha de Vendas Novas, entre Setil, na Linha do Norte, e Vendas Novas, na Linha do Alentejo, entrou ao serviço em 15 de Janeiro de 1904.[14]
Após a construção na década de 1980 de uma nova ponte ferroviária, que a substituiu, a reafectação desta ponte para uso rodoviário local foi repetidamente reclamada; no verão de 1996, o então secretário de Estado das Obras Públicas, Crisóstomo Teixeira, prometeu a obra para 1997.[1] Previa-se em finais de 1996, ainda em fase de estudos, que a circulação fosse em via única semaforizada, estando por averiguar a capacidade de carga para trânsito pesado.[1] As câmaras envolvidas, Cartaxo e Salvaterra de Magos, previam gastar respetivamente 14 M$ e 18 M$ em acessos.[1]
Em 2001 foi finalmente alvo de obras e reconvertida para tráfego automóvel e pedonal, ligando deste modo, Muge, no concelho de Salvaterra de Magos, e Porto de Muge, no concelho do Cartaxo, bem como a localidade de Valada, que, antes desta ligação, ficava frequentemente isolada em períodos de cheia[1].
Em 2022, está a ter obras de reabilitação nos pilares num investimento de 1.7 Milhões de euros que visam “reforçar as condições de integridade dos pilares da ponte e a protecção das suas fundações contra os efeitos da erosão provocada pela corrente do rio”.
A empreitada, na ponte consiste na “limpeza das superfícies dos pilares e encontros, selagem das juntas entre pedras de alvenaria dos pilares”, e “protecção da base dos pilares […] com recurso a cofragens metálicas e microbetão submerso”, a par da “substituição dos aparelhos de apoio sobre o pilar P13 e encontro E2”, entre outros.
Esta obra é da responsabilidade da IP, que gere o equipamento em parceria com os municípios de Salvaterra de Magos e Cartaxo.[15]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.