Poça de maré
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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As poças de maré[1] são poças que se formam entre as rochas e os sedimentos próximos à orla marítima, na zona entremarés, por efeito da retenção de massas de água, quando se dá a maré baixa. Dão-se sobretudo na costa de mares temperados, mas também as há em mares tropicais. Este fenómeno também se pode observar em corpos de água doce, embora seja mais característico do mar, devido à ressaca e à maré, que agem com regularidade.[2]
Por se tratar de espaços de fácil acesso, são usadas tradicionalmente pelo ser humano, para a captura de espécies marinhas como moluscos, crustáceos, peixes pequenos, entre outros.[3]
As poças de maré representam um biótopo intermédio entre o infralitoral, permanentemente submerso, e o ambiente rochoso envolvente, que está sujeito à subida e descida do nível da água, ao sabor dos ciclos de maré.[3]
Qualquer que seja a sua posição na praia, o espaço contido pelas poças de maré nunca fica exposto ao ar, funcionando como refúgio para elementos da flora e da fauna de níveis inferiores da praia.[3]
O ambiente das poças é condicionado pela maré e pela posição destas na praia.[3] O ambiente físico de poças situadas a um nível baixo da praia, mais próximas do mar, apresenta uma menor variabilidade ambiental do que as situadas a um nível mais alto.[3]
As comunidades das poças de maré costumam ser semelhantes em termos de composição específica às do ambiente marinho adjacente.[3] Alguns organismos de maior mobilidade, como peixes, crustáceos e moluscos, característicos do infralitoral podem refugiar-se temporariamente nas poças, durante a descida da maré.[3]
A temperatura é um dos factores que mais afecta as características das poças de maré.[3] Ao contrário do mar que, por causa da enorme massa de água que alberga, ora aquece, ora arrefece lentamente, variando dentro de um leque de valores geralmente restrito, as poças de maré, devido aos pequenos volumes de água que conservam, estão sujeitas a alterações muito mais rápidas.[3]
Com efeito, a temperatura diária de uma poça de maré pode variar dentro de uma gama da ordem dos 15° C.[3] Também é frequente que a temperatura atinja valores letais ou sub-letais para muitos organismos, constituindo um limite sério à sua distribuição horizontal na praia.[3]
Por outro lado, enquanto que o aquecimento de uma poça exposta durante a maré baixa é gradual, o arrefecimento, quando a água do mar inunda a poça com a subida da maré, é muito brusco, podendo induzir choque térmico nos organismos mais sensíveis.[3]
Nas poças de maré, a salinidade também é variável, podendo oscilar entre os 5 e os 25-50 PSU.[3] No verão, nas poças de menor profundidade, a evaporação de água pode ser suficiente para levar à precipitação de sais. Tal como acontece com a temperatura, durante a subida da maré os níveis de salinidade de uma poça de maré podem variar bruscamente e afectar os organismos que nelas vivam, induzindo-lhes choque osmótico letal.[3]
Também houve alguns filósofos e escritores, que se viram intrigados pelas poças de maré. Com efeito, um exemplo disso mesmo, encontra-se na obra The Log from the Sea of Cortez, de John Steinbeck, onde se pode ler[4]:
“ | « É aconselhável levantar o olhar das poças de maré para as estrelas e depois tornar a baixá-lo volta até às poças de maré. » (« It is advisable to look from the tide pool to the stars and then back to the tide pool again. | ” |
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