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espécie de crustáceo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Pollicipes pollicipes (Gmelin, 1789) é uma espécie de crustáceo cirrípede, conhecida pelos nomes comuns de percebe ou perceve,[2] com distribuição natural nas costas rochosas do nordeste do Oceano Atlântico, desde o Canal da Mancha às Canárias e Cabo Verde. É parente próximo das espécies Pollicipes polymerus da costa oeste da América do Norte,[3] e Pollicipes elegans, da costa do Chile,[4] espécies também comercializadas como percebes.[2] É muito apreciado como alimento na Península Ibérica, sendo uma das iguarias típicas do litoral de Portugal e da Galiza.
percebe , perceve Pollicipes pollicipes | |||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Pollicipes pollicipes (Gmelin, 1789)[1] | |||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||
O corpo dos percebes adultos é claramente dividido em duas partes: a unha ou capítulo e o pedúnculo.[5]
O capítulo é uma concha com várias placas calcárias, dentro da qual está localizado o que se considera o corpo do percebe. O capítulo protege o percebe de predadores e da desidratação durante a maré baixa ou quando transitoriamente exposto ao ar.[5]
O pedúnculo é a parte inferior do percebe, constituindo uma estrutura alongada e flexível, revestida por pequenas escamas, que une a unha ao substrato. No seu interior encontram-se os órgãos reprodutores femininos e a glândula adesiva que produz a substância que permite ao percebe aderir ao substrato.[5]
É um marisco com características próprias, que se assemelha popularmente com pé de porco. A pesca ou captura do percebe é uma atividade perigosa, sendo comum acidentes de queda nas rochas ou arrastamento pelo mar que redundam na morte do percebeiro, designação dada às pessoas que se dedicam à apanha deste crustáceo.
P. pollicipes tem distribuição natural nas costas rochosas do Atlântico nordeste entre os paralelos 48° N e 28° N, ao longo das costas da França, Espanha, Portugal, Marrocos e Senegal, incluindo as ilhas Canárias.[6] Existe uma população com distribuição disjunta nas ilhas do arquipélago de Cabo Verde, perto do paralelo 16° N.[7] A periferia da área de distribuição natural da espécie também se estende até as Ilhas Britânicas, com populações esparsas na costa sul da Inglaterra e, possivelmente, sudeste da Irlanda,[8] embora não haja registos modernos da presença nessa região.[9] A espécie também está presente, embora seja rara, no Mar Mediterrâneo.[10]
O habitat típico de Pollicipes pollicipes é as rochas expostas em regiões com águas movimentadas, especialmente a zona intertidal de falésias[5] em áreas forte hidrodinamismo.
Em dezembro de 2016, um pedaço de madeira à deriva coberto de percebes chegou a uma praia da Nova Zelândia, despoletando a imaginação dos locais sobre que estranha criatura seria, já que o animal é desconhecido na região.[11]
Pollicipes pollicipes é uma espécie hermafrodita protândrica,[10] para a qual alguns autores sugerem que o modo de fecundação preferencial é a reprodução por fecundação cruzada, processo em que um indivíduo troca gametas com outro, ao invés de se autofecundar.[10] A fecundação ocorre na cavidade do manto, formando-se duas lamelas de ovos. Os ovos desenvolvem-se nesse local até eclodirem, libertando larvas na forma de náuplios.
As larvas passam por sete estágios durante os quais podem nadar livremente. O processo dura pelo menos um mês. As larvas mantém o tipo náuplio durante seis estágios,[12] apenas assumindo a forma larvar típica dos cirrípedes, a forma cypris, no sétimo e último estágio, quando procuram um substrato para se fixar.[10] Após a fixação, tomam a forma adulta, séssil, típica dos percebes.
A espécie Pollicipes pollicipes tende a formar aglomerados numerosos de indivíduos sobre rochas e outras estruturas rígidas costeiras, como os cascos de navios naufragados.[8]
Alimentam-se por filtragem, nutrindo-se das partículas que conseguem coletar com seus cirros. Esses cirros possuem uma intrincada estrutura ciliar, permitindo que o P. pollicipes tenha uma dieta variada, incluindo diatomáceas, detritos, crustáceos, copépodes, camarões e moluscos.[13]
P. pollicipes são capturados para consumo humano em diversas regiões da sua área de distribuição natural, especialmente para comercialização no mercado espanhol, no qual podem custar até €90,00 por quilograma.[6] Como resultado, suspeita-se que as populações ibéricas da espécie estejam em declínio.[5][10] A escassez na costa ibérica levou à importação para Espanha e Portugal de percebes da espécie Pollicipes polymerus capturados na costa canadiana do Oceano Pacífico.
Muito apreciado na Espanha e Portugal, existem vários pratos confeccionados a partir deste animal, sendo considerado uma iguaria, particularmente na Galiza.
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