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título religioso Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Patriarca, originalmente, era uma pessoa que exercia uma autoridade autocrática no papel de pater familias sobre uma família estendida. O sistema de governo de famílias pelo homem mais velho é denominado patriarcado.
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A palavra é derivada do grego πατριάρχης, patriarchēs,[1] que significa "chefe" ou "pai de família",[2] uma composição de πατριά, patria[3]("família") e ἄρχειν, archein[4] ("governar").[2][5][6][7]
Abraão, Isaac e Jacó são geralmente chamados de patriarcas do povo de Israel e o período no qual eles viveram é chamado de Época Patriarcal. A palavra "patriarca" original adquiriu seu significado religioso na Septuaginta, a versão grega da Bíblia.[8]
Atualmente, a palavra tem um significado eclesiástico específico. Designa os mais altos bispos na hierarquia da Igreja Ortodoxa, das Igrejas Ortodoxas Orientais, da Igreja Católica (acima dos arcebispos maiores e primazes) e da Igreja do Oriente (algumas utilizam também o termo "papa", como é o caso da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria). O cargo e a circunscrição eclesiástica de um patriarca são chamados de "patriarcado". Em algumas Igrejas, o patriarca recebe o titulo de católico (Catholikós), e sua circunscrição é o catolicato ou catolicossato (Catholikossato). Historicamente, um patriarca geralmente era a escolha lógica para agir como etnarca de uma comunidade identificada com uma determinada confissão religiosa dentro de um Estado de fé diferente (como os cristãos no Império Otomano, por exemplo).
Patriarcas da Igreja do Oriente, por vezes chamada de Igreja Nestoriana, "Igreja da Pérsia", Igreja Sassânida ou, atualmente, de Igreja Assíria do Oriente, identificam sua linhagem até os patriarcas do século I.
Os patriarcas católicos apõem ao respectivo brasão de armas a cruz arquiepiscopal (cruz dupla) e o capelo verde de 30 borlas debruadas a ouro. No caso de serem metropolitas usam também o pálio no brasão. Aos Patriarca de Lisboa foi ainda concedido, como privilégio adicional (outorgado por bula papal), o direito perpétuo de serem nomeados cardeais no consistório seguinte ao da sua investidura no cargo. Os Patriarcas latinos que ascendam à dignidade cardinalícia tomam o título de cardeal-patriarca.
Na Pentarquia formulada pelo imperador bizantino Justiniano I (527–565), o imperador designou como patriarcado para o bispo de Roma toda a Europa cristianizada (incluindo quase toda a moderna Grécia), com exceção de uma pequena área à volta de Constantinopla e ao longo da costa do Mar Negro. Ele ainda incluiu neste patriarcado a porção ocidental do norte da África. O sistema de Justiniano recebeu reconhecimento formal no Concílio Quinisexto de 692, que a Sé de Roma, contudo, não reconhece.
Os papas do passado utilizavam ocasionalmente o título de Patriarca do Ocidente sem defini-lo claramente. A partir de em 1863, o título passou a aparecer no "Anuário Pontifício", que, em 1885, tornou-se uma publicação semioficial da Santa Sé. Na edição de 2006, o título foi suprimido. O Pontifício Conselho para Promoção da Unidade Cristã explicou a decisão num comunicado emitido no final do mesmo ano, que afirmou que o título havia se tornado "obsoleto e praticamente inútil" e que era "sem sentido insistir na sua manutenção". Desde o Concílio Vaticano II, a Igreja Latina, com a qual o título poderia ser mais facilmente associado, passou a ser organizada como diversas conferências episcopais e seus agrupamentos internacionais.[16]
Seis das Igrejas Católicas Orientais são lideradas por patriarcas que reivindicam uma (ou mais) das antigas sés patriarcais:
Quatro outras Igrejas Católicas Orientais são lideradas por um prelado conhecido como "arcebispo maior", um título criado em 1963, essencialmente equivalente ao de patriarca[17]:
Em suas igrejas sui iuris, não há diferenças entre patriarcas e arcebispos maiores. Porém, existem diferenças na ordem de precedência (ou seja, os patriarcas precedem os arcebispos maiores) e na forma de ascensão: a eleição de um arcebispo maior precisa ser confirmada pelo papa antes que ele possa assumir o posto,[18] ao passo que os patriarcas prescindem desta aprovação. Eles precisam apenas solicitar ao papa, o mais cedo possível, a concessão da chamada "comunhão eclesiástica".[19][20]
O decreto Orientalium Ecclesiarum (1964),[21] sobre as Igrejas orientais católicas, do Concílio Ecumênico Vaticano II reafirmou a tradição dos patriarcados orientais (diferente dos patriarcados ocidentais de rito latino, que são considerados só meramente honoríficos) nos seguintes termos:
“ | Desde antiquíssimos tempos vigora na Igreja a instituição do patriarcado, já reconhecida pelos primeiros concílios ecumênicos. Pelo nome de patriarca oriental entende-se o bispo que no próprio território ou rito tem a jurisdição sobre todos os bispos, não excetuados os metropolitas, sobre o clero e o povo, de acordo com a norma do direito e salvo o primado do romano pontífice. Onde quer que se constitua, fora dos limites do território patriarcal, um hierarca de algum rito, permanece ele agregado à hierarquia do patriarcado do mesmo rito, de acordo com as normas do direito.
(...) |
” |
De acordo com o Código de Direito Canônico (1983), "o título de patriarca e de primaz, além da prerrogativa de honra, não implica, na Igreja Latina, nenhum poder de regime, a não ser que conste o contrário quanto a algumas coisas, por privilégio apostólico ou por costume aprovado." Jesus Hortal, canonista brasileiro comentador da edição brasileira do Código de Direito Canônico assim esclarece o título de patriarca:
“ | Patriarca (literalmente, "superpai") é um título de longa tradição na Igreja. Designou originariamente os bispos de Alexandria, Antioquia e Roma. Posteriormente, a esses três, foram acrescentados outros dois: os de Constantinopla e Jerusalém. Juntos formam a "Pentarquia", que, na mentalidade ortodoxa, seria uma espécie de organismo colegiado de direção eclesial. No ocidente, portanto, há um único patriarca, no sentido histórico: o papa. No oriente, pela multiplicação dos ritos, há também uma multiplicidade de patriarcas católicos. Todos eles têm verdadeira jurisdição sobre os metropolitanos, os bispos sufragâneos e os fiéis. Por outra parte, no ocidente, o papa foi concedendo, em caráter honorífico, esse título a alguns prelados. Todos os patriarcas ocidentais, exceto o papa, carecem de qualquer jurisdição que lhes advenha do título. | ” |
“ | Primaz (etimologicamente, "o primeiro"), que é diferente de patriarca, é um título existente em várias nações. Normalmente é atribuído à sé mais antiga, independentemente de sua importância atual. Por isso, no Brasil, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia é a sé primaz. Mas o seu arcebispo - igual aos demais primazes - não tem nenhuma autoridade sobre as outras dioceses do país. | ” |
O título de "patriarca" também é utilizado por líderes de algumas igrejas relativamente recentes, principalmente pelas chamadas Igrejas Católicas Independentes, que não estão em comunhão com nenhuma das igrejas cristãs históricas:
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