Partenogénese (português europeu) ou partenogênese (português brasileiro) (do grego παρθενος, "virgem", + γενεσις, "nascimento"; uma alusão à deusa grega Atena, cujo templo era denominado Partenon) refere-se ao crescimento e desenvolvimento de um embrião sem fertilização. São fêmeas que procriam sem precisar de machos que as fecundem.
Atualmente, a biologia evolutiva prefere utilizar o termo telitoquia, por considerá-lo menos abrangente que o termo partenogênese.
A partenogênese ocorre naturalmente em plantas agamospérmicas, invertebrados (e.g. pulgas de água, afídeos, abelhas) e alguns vertebrados (e.g. lagartos, salamandras, peixes, serpentes). Os organismos que se reproduzem por este método estão geralmente associados a ambientes isolados como ilhas oceânicas. Na maioria dos casos, no entanto, a partenogénese é apenas uma possibilidade eventual, sendo a reprodução com contribuição gênica paterna a mais comum. Esta alternância pode surgir por pressão ambiental.
Tipos de Partenogênese
De acordo com o sexo dos organismos gerados, a partenogênese pode ser de três tipos:
Partenogênese em invertebrados
Em abelhas
Na sociedade das abelhas ocorre um fato curioso: tanto os óvulos fecundados como os não fecundados podem originar novos indivíduos. As rainhas e as operárias resultam do desenvolvimento de óvulos fecundados, sendo, portanto, diploides. A diferenciação entre elas é estabelecida pelo tipo de alimento fornecido às formas larvais:
- As larvas que originam rainhas recebem geleia real como alimento.
Os zangões, cujas larvas são nutridas com pólen e mel, são haploides, uma vez que resultam do desenvolvimento de óvulos não fecundados. Os zangões, originando-se de óvulos não fecundados, herdam todos os genes que possuem da "mãe" (rainha), uma vez que não têm "pai".
Lista de casos
Ano | Caso | Quantidade | Fonte |
---|---|---|---|
1984 | Documentação de que os lagartos de manchas amarelas fêmeas podem procriar sem machos. | Múltiplos filhotes | [1] |
2006 | Partenogênese em dragão-de-komodo, no Zoológico de Chester, no Reino Unido. | Múltiplos filhotes | [2] |
2007 | Partenogênese em tubarões-martelo, no jardim Zoológico de Henry Doorly, em Nebraska. | Um filhote | [3] |
2008 | Partenogênese em tubarão-galha-preta, no aquário da Virgínia, nos Estados Unidos. | Um filhote | [4] |
2017 | Partenogênese em tubarão zebra, na Austrália. | Três filhotes | [5] |
2019 | Partenogênese em cobra sucuri, no Aquário de New England, nos Estados Unidos. | Dois filhotes | [6] |
2019 | Partenogênese em dragão-d'água-chinês, no instituto Smithsonian, nos Estados Unidos. | Múltiplos filhotes | [7] |
2024 | Partenogênese em cação-liso, onde fêmeas do aquário de Cala Gonome têm gerado filhotes desde 2020. | Múltiplos filhotes | [8] |
Referências Bibliográficas
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