Pancrácio (em grego: Παγκράτιον; romaniz.: Pankrátion) foi uma antiga arte marcial e antigo desporto de combate sem armas, que segundo a mitologia grega teve início com os heróis Héracles e Teseu.[carece de fontes]Uma mistura de boxe clássico e luta olímpica com golpes e técnicas de lutas que incluem socos, chutes, cotoveladas, joelhadas, cabeçadas, estrangulamentos, agarramentos, quedas, arremessos, derrubadas, imobilizações, torções, chaves e travamento das articulações.
Tudo era permitido, com excepção de enfiar os dedos nos olhos, atacar a região genital, arranhar ou morder. A vitória ocorria quando um dos atletas já não conseguia continuar a lutar, levantando um dedo para que o juiz se apercebesse.
A origem do pancrácio o credencia como o “tataravô do MMA”. Suas regras foram desenvolvidas a partir do wrestling (luta livre) e do pugilato (antecedente do boxe), acrescidas de outras ferramentas que lhe deram um tom mais agressivo e menos elegante que suas artes de origem.[1]
Teve a sua primeira aparição em Jogos Olímpicos na 33.a olimpíada (648 a.C.), quando o vencedor foi o gigante Ligdamis de Siracusa, que conseguia medir o estádio com seus pés, em apenas 600 passos.[nota 1][2]
Lista de vencedores
Na 38.a olimpíada (628 a.C.), introduziram o pancrácio para meninos, e o vencedor foi Deutélidas da Lacônia, mas depois a competição foi descontinuada. Só voltaria na 145.a olimpíada.[2] Ariquião da Figaleia foi vencedor por três vezes, e, mesmo tendo morrido na terceira vez, na 54.a olimpíada (564 a.C.), foi coroado vencedor, porque seu oponente havia concedido a vitória, ao ter sua perna quebrada por Ariquião.[2]
O vencedor da 93.a olimpíada (408 a.C.) foi o gigante Polídamas de Escotussa, que matava leões, e lutava desarmado contra homens armados. Ele estava com Oco, lutando pelos persas. Ele conseguia parar carruagens que vinham em alta velocidade.[2]
Antenor, de Atenas ou de Mileto, foi um dos grandes vencedores do pancrácio, na 118.a olimpíada (308 a.C.).[2]
Na 142.a olimpíada (212 a.C.), Capro de Élida venceu tanto o pancrácio quanto o pále (luta), assim como Héracles havia feito, e foi coroado como o segundo depois de Héracles.[2]
O pancrácio para meninos, que havia sido usado apenas na 38.a olimpíada, é reintroduzido na 145.a olimpíada (200 a.C.), e seu primeiro vencedor foi Fedimo de Alexandria.[2]
Na 156.a olimpíada (156 a.C.), Aristômenes de Rodes vence o pancrácio e o pále, sendo o terceiro, após Héracles, a vencer as duas competições.[2] O quarto foi Protófanes da Magnésia no Meandro, que venceu na 172.a olimpíada (92 a.C.).[2]
Na 178.a olimpíada (68 a.C.), Estratônico de Alexandria, filho de Corrago, venceu o pancrácio e o pále, o quinto depois de Héracles. Nos jogos Nemeus, ele havia vencido quatro coroas no mesmo dia, competindo nu nas competições de crianças e jovens, mas, como ele havia vencido com o favor dos seus amigos e dos reis, foi desqualificado.[2]
O sexto a vencer o pancrácio e o pále, depois de Héracles, foi Marião de Alexandria, filho e Marião, na 182.a olimpíada (52 a.C.).[2] O sétimo foi Arísteas de Estratoniceia ou Menandro, na 198.a olimpíada (13 d.C.).[2]
Apenas oito homens venceram tanto o pancrácio e o pále. O último foi Nicóstrato de Egas, na 204.a olimpíada (37).[2]
Ver também
- Luta greco-romana
- Pigmaquia
- Pále
- P.Oxy. III 466, manuscrito antigo que contém instruções de wrestling
Referências
- esportes.discoverybrasil.uol.com.br/ Arquivado em 16 de fevereiro de 2013, no Wayback Machine. Pancrácio: O MMA da era antiga e a sua história
- Eusébio de Cesareia, Crônica, As Olimpíadas Gregas, Uma lista desde a primeira olimpíada até a 247.a quando Antonino, filho de Severo, era imperador dos romanos [em linha]
Notas
- Para um estádio de cerca de 192 metros, isto dá 19200 / 600 = 32 centímetros por pé; o valor do pé romano era de cerca de 29,6 centímetros.
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