Pan Ku ou Pangu (em chinês: 盤古 (chinês tradicional); 盘古 (chinês simplificado); romaniz.: Pángǔ (pinyin); P'an ku (Wade–Giles) foi o primeiro ser vivo e a origem da existência distinta das coisas segundo a versão mais conhecida do mito da criação na mitologia chinesa.

Mito da criação

Thumb
Pan Ku

A versão do mito mais antiga restante é do século III, no Sanwu Liji ("Registros Históricos das Três Divindades Soberanas e Cinco Deuses") por Xu Zheng:[1]

"Céu e Terra estavam na condição de caos [hun-tun] como um ovo de galinha, dentro do qual nasceu P'an-ku. Após 18.000 anos, quando o Céu e Terra foram separados, o yang puro formou o Céu e o yin turvo formou a Terra. P'an-ku estava entre eles. Seu corpo se transformava nove vezes ao dia, enquanto sua cabeça apoiava o Céu e seus pés estabilizavam a Terra. A cada dia, o Céu aumentava dez pés de altura e a Terra, a cada dia, dez pés de espessura. P'an-ku que estava entre eles diariamente aumentou de tamanho. Depois de outros 18.000 anos, é assim que o Céu e a Terra foram separados por sua distância atual de 90.000 li"

Segundo a versão encontrada no texto do século VI Shu I Chi:[1]

"Após a morte de P'an-ku, sua respiração tornou-se o vento e as nuvens, sua voz o trovão, seus olhos esquerdo e direito o Sol e a Lua, seus quatro membros e cinco "corpos" (dedos) os quatro quartos do terra e cinco grandes montanhas, seu sangue os rios, seus músculos e veias os estratos da terra, sua carne o solo, seu cabelo e barba as constelações, sua pele e pelos do corpo as plantas e árvores, seus dentes e ossos os metais e pedras, sua medula o ouro e pedras preciosas, e seu suor a chuva. Os parasitas (pulgas) em seu corpo, impregnados pelo vento, tornaram-se seres humanos".

Pangu dentro do ovo cósmico simboliza Taiji[2] e faz parte do mitologema do Homem Cósmico (ver Macrocosmo e microcosmo), relacionado também com o Purusha indiano.[1]

Hoen-Tsin

Ele também é conhecido como Hoen-Tsin, personagem da mitologia chinesa que representa o caos primordial donde surgiu o céu e a terra. De acordo com a mitologia chinesa, Hoen-Tsin cresceu 30 quilômetros por dia durante 11.500 anos. Depois, quando se tornou grande demais para o universo, morreu.[carece de fontes?]

Origem

O primeiro escritor a registrar o mito de Pangu foi Xu Zheng durante o período dos Três Reinos. Recentemente, seu nome foi encontrado em uma tumba datada do ano 156.[3]

Wen Yiduo derivou filologicamente o nome a partir dos caracteres pan-hu, com o significado de "cabaça", em seu simbolismo associado ao ancestral cachorro do Homem.[1] Outro significado alternativo traduz o termo composto como "antiguidade enrolada (como um embrião ou cobra)", pan significaria uma vasilha, remetendo a uma casca de ovo ou cabaça que abarcaria o universo na cosmologia Hun Tian, ou também como verbo "examinar" e "enrolar"; gu significa antigo ou sólido.[1]

Derk Bodde relacionou o mito às mitologias ancestrais do povo Miao e do povo Yao no sul da China.[4]

Ver também

Referências

  1. Girardot, N. J. (1988). Myth and Meaning in Early Taoism: The Theme of Chaos (Hun-tun) (em inglês). [S.l.]: University of California Press
  2. I. Robinet, Paula A. Wissing : The Place and Meaning of the Notion of Taiji in Taoist Sources Prior to the Ming Dynasty, History of Religions Vol. 29, No. 4 (May 1990), pp. 373-411
  3. Derk Bodde, "Myths of Ancient China", in Mythologies of the Ancient World, ed. by Samuel Noah Kramer, Anchor, 1961, p. 383.

Wikiwand in your browser!

Seamless Wikipedia browsing. On steroids.

Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.

Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.