Palazzo Caffarelli al Campidoglio
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Palazzo Caffarelli al Campidoglio, chamado também de Palazzo Caffarelli-Clementino[1], é um palácio localizado no lado sudoeste do monte Capitolino, no rione Campitelli de Roma. Ele é assim chamado para diferenciá-lo dos outros palácios da família Caffarelli na cidade, o Palazzo Vidoni Caffarelli e Palazzo Della Porta Negroni Caffarelli, na Via dei Condotti. O edifício abriga hoje uma ala dos Museus Capitolinos e um café famoso por sua panorâmica vista da cidade, o Caffè Capitolino sulla Terrazza Caffarelli[2].
Seu nome é uma referência ao cardeal Scipione Caffarelli, sobrinho do papa Paulo V Borghese[3].
Villa Caffarelli
A história da relação do Palazzo Caffarelli com os alemães começa com Giovanni Pietro I Caffarelli, que foi pajem de Carlos V de Augsburgo quando a família hospedou o imperador no palácio na Via del Sudario durante sua visita a Roma em 1536. Em agradecimento, Carlos V doou-lhe um terreno no alto da escarpa da Rocha Tarpeia, atrás do Palazzo dei Conservatori, uma posição eminentíssima sobre o Tibre e sobre a cidade, tanto do ponto de vista topográfico quanto do histórico, pois ali era o local onde ficava, na Antiguidade, o Templo de Júpiter Capitolino.
Apesar do passado glorioso, todo aquele lado do Capitolino havia se tornado na época um pasto para cabras, o que lhe valeu o seu nome — que ainda hoje se mantém — de Monte Caprino. A construção do edifício, projetado por Gregorio Canonica, aluno de Vignola, foi longa e começou com a recuperação, no próprio local, de colunas antigas por parte de Giovanni Pietro[4], um trabalho que só foi terminado por seu filho, Ascanio Caffarelli décadas depois, entre 1576 e 1583[5][6].
Com o passar dos anos, vários outros anexos foram construídos na propriedade, que tinha um caráter mais agrícola, e depois alugados para particulares. O próprio palácio foi alugado para sediar a embaixada da Prússia em 1823 e, seis anos depois, foi fundado o Istituto di corrispondenza archeologica com o patrocínio do então príncipe-herdeiro da Prússia e posteriormente rei Frederico Guilherme IV. Neste período, os prussianos construíram na propriedade um hospital (Ospedale Teutonico)[7] e uma biblioteca. Finalmente, em 1853, os prussianos acabaram adquirindo toda a encosta ocidental do monte Capitolino, o que não aconteceu sem resistência do papa Pio IX e da Comuna de Roma. Mas todas as tentativas de expropriar a propriedade foram abandonadas por causa da poderosa influência do kaiser[8].
No momento da venda, a propriedade estava assim composta[9]:
- O próprio Palazzo Caffarelli al Campidoglio, incluindo os jardins, o estábulo e todos os anexos.
- Dezenove casas menores no Monte Caprino ligadas ao palácio e alugadas a diversos inquilinos;
- Um jardim e as casas anexas alugadas a Bernardo Lichini;
- Dezesseis cavernas sobre o jardim alugadas a diversos inquilinos;
- Uma pequena casa alugada a Giovanni Battista Salomba;
- O edifício chamado "Granário" (Granarone) na Via Monte Caprino, alugado a Sigmund Braun e outros;
- Uma fonte pública na Rocha Tarpeia alugada a Nicola Romagnoli e o recinto acima dela alugado a Nicola Romagnoli e Mastro Donati;
- Um armazém alugado a Santa Bionducci e outro grande armazém alugado a Maestro d’Orazio.
A última fase da transformação do Monte Caprino pelos prussianos foi a transformação do chamado Granarone, em 1873, na nova e mais ampla sede do Istituto — este edifício ainda é visível a partir da Via del Teatro di Marcello e serve hoje como prédio de escritórios da Comuna de Roma[10].
Toda a propriedade foi recuperada pela Comuna de Roma em 1918 depois do fim do Reino da Prússia no final da Primeira Guerra Mundial. Sobre a biblioteca especificamente se iniciou na época uma contenda jurídica que depois foi resolvida amigavelmente em 1920[11][12]. O palácio foi parcialmente demolido em 1925 para criar o chamado "Terraço Caffarelli" (Terrazza Caffarelli) e, sob ele, o Museo Mussolini (atual Museo Nuovo). Na década de 1950, os espaços do museu no local foram fechados (as obras foram transferidas para o Palazzo Braschi e para depósitos comunais), mas continuaram as escavações arqueológicas no jardim e na fundação do antigo Templo de Júpiter[6].
Palazzo Caffarelli
A entrada do palácio, que ficava de frente para o pátio interno do Palazzo dei Conservatori, se dava por um portal monumental ainda existente na Via delle Tre Pile, composto por um tímpano com uma arquitrave quebrada e dois mascarões: a arquitrave traz a inscrição "IOANNES PETRUS CAFFARELLIUS" na fachada externa e "MDLXXXIIII" na interna[6]. O palácio passou por várias reformas e não era particularmente notável por seus atributos arquitetônicos ou artísticos e nem era considerado tão importante para a família.
A fachada atual apresenta três pisos com nove janelas cada um, mas tinha dezessete no passado; no térreo, se abre um belo portal rusticado encimado por uma varanda fora de alinhamento com ele. Depois da venda para os prussianos, a fachada foi renovada e o interior foi decorado com afrescos[6].
Referências
- «Palazzo Caffarelli-Clementino» (em italiano). Musei Capitolini
- «Il caffé capitolino» (em italiano). Roma-gourmet
- «Palazzi del Campidoglio - page one» (em inglês). Rome Art Lover
- Stampers, John W. (2005). The Architecture of Roman Temples (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. p. 15
- Moroni, Gaetano (1841). Dizionario di erudizione storico-ecclesiastica da S. Pietro sino ai nostri giorno (em italiano). VII. Venezia: [s.n.] p. 140
- «Villa Caffarelli» (em italiano). Roma Segreta
- «Ospedale Teutonico» (em italiano). InfoRoma
- «Palazzo Caffarelli al Campidoglio» (em italiano). InfoRoma
- «Il duca Baldassarre Caffarelli e il suo Palazzo al Campidoglio.» (PDF) (em italiano). 2 de agosto de 2015)
- «Via del Tempio di Giove» (em italiano). Roma Segreta
- «L'Istituto archeologico germanico a Palazzo Caffarelli» (em italiano). Prassi italiana di diritto internazionale 1615/3. Consultado em 20 de agosto de 2018. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2013
- Palombi, Domenico (2006). Rodolfo Lanciani: l'archeologia a Roma tra Ottocento e Novecento (em italiano). Roma: L'Erma di Bretschneider. p. 200ss
Bibliografia
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