Os papiros mágicos gregos (do latim Papyri Graecae Magicae - PGM; em grego: Ελληνικοί Μαγικοί Πάπυροι) são um conjunto de textos escritos primordialmente em grego antigo (mas também em copta e egípcio demótico), encontrado nos desertos do Egito.[1]

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papyrus (d)
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c. 100-400
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Papiros Mágicos Gregos
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O deus egípcio Set visto em um dos papiros.

A descoberta

Os papiros jogam alguma luz sobre como era o sincrético mundo mágico-religioso do Egito greco-romano e as áreas próximas. Giovanni Anastasi comprou os papiros no Egito por volta de 1827.[2] O "Tesouro de Tebas" também continha o Papiro de Estocolmo e o XV Papiro de Leyden (escritos alquímicos).[3] A sua coleção foi dispersada entre 1840 e 1860.

Conteúdo

Os papiros são, majoritariamente, do período entre o século II a.C. e o século V d.C.

O conjunto dos papiros foi reunido e traduzido pela primeira vez no início do século XX dC pelo estudioso alemão Karl Preisendanz e publicado por ele em dois volumes, em 1928 e 1931. Um terceiro volume estava planejado (contendo novos textos e índices), mas foi destruído durante o bombardeio de Leipzig durante a Segunda Guerra Mundial. Os novos textos foram incorporados na edição de 1974 do volume II (publicado após a morte de Preisendanz). Contudo, os índices circularam apenas entre os estudiosos e ainda assim em umas poucas cópias xerocadas. Estes índices são agora obsoletos, pois os PGM podem agora ser consultados no banco de dados Thesaurus Linguae Graecae e em vários outros dicionários publicados.

Mágica no Egito greco-romano

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Óstraco com defixione

Muitos dos pedaços do papiro são páginas ou trechos fragmentários de livros de encantamentos, repositórios do conhecimento arcano e de segredos místicos. As páginas contém encantos, receitas, fórmulas e orações, misturadas com palavras mágicas - muitas vezes de forma abreviada para as fórmulas mais comuns. Estes encantos variam desde impressionantes conjurações de deuses e demônios malignos até remédios populares, ou até mesmo truques de salão; de espetaculares maldições fatais a encantos de amor, curas para impotência e pequenas doenças.

Em muitos casos, as palavras e frases formuladas são muito similares àquelas encontradas em defixiones (tabuletas de maldição ou de "amarrações", κατάδεσμοι, em grego), como as que se encontram escritas em ostraka, amuletos e tabuletas de chumbo.

Religião no Egito greco-romano

A religião dos "Papiros Mágicos Gregos" é um elaborado sincretismo entre influências religiosas gregas, egípcias, judaicas e mesmo babilônias e cristãs misturadas na situação peculiar do Egito greco-romano. Este sincretismo é evidente de várias formas. Frequentemente, aos Olimpianos são dados atributos de suas contrapartes egípcias, o que pode também ser entendido como estas sendo referenciadas por nomes gregos. Por exemplo, Afrodite (que era associada à egípcia Hator) é chamada pelo epíteto Neferihri - do egípcio Nfr-iry.t, "Belos olhos" (PGM IV. 1266).

Veja também

Referências

  1. Christopher A. Faraone (2001). «Ancient Greek Curse Tablets». Consultado em 11 de abril de 2008, em inglês
  2. Fowden, Garth (1986). The Egyptian Hermes: A Historical Approach to the Late Pagan Mind (em inglês). [S.l.]: CUP Archive. isbn 0521325838
  3. Long, Pam O (2004). Openness Secrecy Authorship: Technical Arts and the Culture of Knowedge from Antiquity to the Renaissance (em inglês). [S.l.]: JHU Press. isbn 0801866065, ISBN 9780801866067

Bibliografia

Ligações externas

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