Otávio Gouveia de Bulhões

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Otávio Gouveia de Bulhões

Otávio Gouveia de Bulhões[1] (Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 1906 – Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1990) foi um advogado e economista brasileiro.

Factos rápidos Ministro da Fazenda do Brasil, Ministro da Indústria e Comércio do Brasil ...
Otávio Gouveia de Bulhões
Otávio Gouveia de Bulhões
Otávio Gouveia de Bulhões
Ministro da Fazenda do Brasil
Período 4 de abril de 1964
a 16 de março de 1967
Antecessor(a) Ney Neves Galvão
Sucessor(a) Delfim Netto
Ministro da Indústria e Comércio do Brasil
Período 4 de abril de 1964
a 15 de abril de 1964
Antecessor(a) Egídio Michaelsen
Sucessor(a) Daniel Agostinho Faraco
Diretor-Executivo da Superintendência da Moeda e do Crédito
Período 1 de fevereiro de 1961
a 31 de dezembro de 1962
Antecessor(a) Francisco Vieira de Alencar
Sucessor(a) Júlio de Sousa Avelar
Período 31 de agosto de 1954
a 17 de maio de 1955
Antecessor(a) José Soares Maciel Filho
Sucessor(a) Prudente de Moraes Neto
Dados pessoais
Nascimento 7 de janeiro de 1906
Rio de Janeiro
Morte 13 de outubro de 1990 (84 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Faculdade de Direito do Rio de Janeiro
Cônjuge Yeda Gouveia e Silva (c. 1937)
Filhos(as) 4
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Perfil

Filho de Otávia Gouveia de Bulhões e do diplomata Godofredo de Bulhões, passou a primeira infância na França e na Áustria. Voltou a residir no Rio de Janeiro aos oito anos de idade. Homem de hábitos simples, tido como lacônico e discreto, casou-se com sua prima, dona Yedda, e teve quatro filhos. Foi um grande fã de música clássica e presidente do conselho da Orquestra Sinfônica Brasileira.

Quanto a questões políticas, Octavio mantinha-se neutro. Embora tenha vivenciado anos de profundas transformações no Brasil e no mundo, preocupava-se com o desenvolvimento econômico de seu país.

Já no campo econômico defendia a corrente liderada por Eugênio Gudin, preocupando-se principalmente com a estabilidade da moeda e o combate à inflação. É classificado como liberal dentro do pensamento econômico brasileiro. Foi influenciado desde jovem pelos livros do economista Adam Smith.

Formação e carreira acadêmica

Formou-se bacharel em ciências jurídicas e sociais (Direito) com curso de doutorado pela Faculdade do Rio de Janeiro. Fez curso de especialização em economia na American University (Washington). Foi catedrático por concurso da Faculdade Nacional de Ciências Econômicas do Rio de Janeiro. Foi doutor honoris causa em economia pela Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas. Foi professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Cargos

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Perspectiva

Foi cotado para presidente do Banco Central no governo de Ernesto Geisel, mas a oposição de Mário Henrique Simonsen tirou-o do governo.[2]

Maria da Conceição Tavares era sua assistente na FGV, em novembro de 1975, quando ao tentar tomar um voo para o exterior foi presa pelo Regime Militar, mas libertada por interferência do governo.[2]

Destaques durante o cargo de Ministro da Fazenda (1964-1967)

  • Autorização da emissão de Obrigações Reajustáveis do Tesouro;
  • Elaboração do projeto de sistematização tributária que encaminhado ao Congresso Nacional se converteu na Emenda Constitucional nº. 18 de 1º de dezembro de 1965 e do Anteprojeto do Código Tributário Nacional consubstanciado na Lei nº. 5.172 de 25 de outubro de 1966;
  • Instituição do cruzeiro novo;
  • Reformulação da Legislação do Imposto de Consumo que passou a se denominar Imposto sobre Produtos Industrializados, do Imposto de Renda e do Imposto de Importação;
  • Criação do Imposto sobre Transporte Rodoviário, do Imposto único sobre Minerais e do Imposto sobre Operações Financeiras;
  • Transformação da Superintendência da Moeda e do Crédito em autarquia federal sob a denominação de Banco Central da República do Brasil;
  • Criação do Banco Nacional da Habitação - BNH;
  • Criação da Sociedade de Crédito Mobiliário e Letras Imobiliárias;
  • Reorganização da Divisão do Imposto de Renda e das Diretorias de Rendas Internas e Rendas Aduaneiras transformando-as em Departamentos;
  • Criação do Departamento de Arrecadação e recolhimento de receitas federais por intermédio de estabelecimentos bancários oficiais e privados;
  • Extinção do Imposto do Selo;
  • Criação do Conselho Monetário Nacional;
  • Concessão de estímulos fiscais à capitalização das empresas (Dec. - Lei n° 157/67);
  • Criação do Cadastro Geral de Pessoas Físicas e Jurídicas;
  • Criação do SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados).

Destaques de sua bibliografia

  • Orientação e controle em economia. Rio de Janeiro /Bedeschi, 1941.
  • O banco central no Brasil [Catálogo antigo]. Rio de Janeiro: Ministério da Fazenda, 1946.
  • A margem de um relatório: texto das conclusões da Comissão Mista Brasileiro-Americana de Estudos Econômicos (Missão Abbink). Rio de Janeiro: Ed. Financeiras, 1950.
  • Economia e política econômica. Rio de Janeiro Agir, 1960.
  • Función de los precios en el desarrollo. Mexico: Centro de Estudios Monetarios Latinoamericanos, 1961.
  • Educação para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: Reper, 1966.
  • Dois conceitos de lucro. Rio de Janeiro APEC, 1969.
  • Ensaios econômicos. Rio de Janeiro: APEC, 1972.
  • O Brasil e a política monetária internacional. Rio de Janeiro, 1972.
  • Política monetária brasileira. Brasília IPEAC, 1973.
  • Evolução do capitalismo no Brasil. Rio de Janeiro: Bloch, 1976.

Referências

  1. Seu nome de registro oficial era Octávio Gouvêa de Bulhões. Nome atualizado segundo preconiza o Formulário Ortográfico de 1943, em vigor no Brasil.
  2. Gaspari, Elio (2014). A Ditadura Derrotada 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca. 544 páginas. ISBN 978-85-8057-432-6

Ligações externas

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