O joão-bobo (nome científico: Nystalus chacuru) é uma ave piciforme da família Bucconidae.[1] É encontrada na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Peru, onde habita florestas tropicais e subtropicais secas, florestas tropicais e subtropicais úmidas, matas de galeria e cerrados.
João-bobo | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Descrição
O joão-bobo é uma ave arredondada e rechonchuda, com uma cabeça relativamente grande, uma coroa marrom-escura barrada e um bico alaranjado com ponta preta.[2] A ave tem plumagem dorsal marrom, com pintas e barras castanhas-escuras, e o peito é salpicado de preto e branco. A parte superior do peito é branca, estendendo-se até um colarinho branco estreito a médio em volta do pescoço. Há uma mancha branca na orelha de tamanho médio, e que é circundada em preto. As partes inferiores são de cor creme, canela, esbranquiçado a acinzentado com listras pretas. Possui uma cauda de tamanho médio em marrom escuro e levemente graduada, com barras estreitas e bem espaçadas, e ponta pálida. Mede cerca de 21–22 cm de comprimento e pesa entre 48–64 g.[3][4]
Distribuição e habitat
A espécie ocorre do alto rio Madeira (Amazonas, Maranhão, Nordeste do Brasil e leste do Peru), ao Rio Grande do Sul, Paraguai, Bolívia e Argentina.[5] Também é comum em partes do Sudeste e Centro-oeste do Brasil,[3] onde concentra-se na região do Cerrado e no litoral sudeste do Atlântico do norte do estado da Bahia, cobrindo grande parte do Pantanal oriental e norte, e áreas do sul da Caatinga. A espécie é bastante comum na Bolívia, mas é incomum na Argentina.[3] No Peru, a espécie é rara, mas local, onde é encontrada em várias localidades amplamente dispersas: o Vale de Mayo (talvez nenhum registro recente), os Vales do Mantaro, Apurímac e Urubamba em altitudes entre 1000 e 2200 m.[6][7]
Habita principalmente áreas abertas, o estrato médio e borda de floresta tropical seca, borda de cerradão, vegetação secundária, floresta de galeria, floresta aberta, pastagem arborizada, campos, cerrado, savana tropical, matagal, e campos abertos com vegetação dispersa; também pode ser encontrada em cafezais, ao lado de ferrovias e em ruas arborizadas em subúrbios rurais.[3]
Dieta
Sua dieta aparenta ser oportunista e consiste primariamente em artrópodes e pequenos vertebrados, como lagartos,[8] anfíbios (incluindo rãs venenosas) e até pequenos marsupiais.[9] Alimenta-se de invertebrados como vespas sociais,[10] besouros, lepidópteros, homópteros e outros insetos, e também larvas de insetos, milípedes, centopeias, escorpiões, e até onicóforos e caranguejos.[3]
Nome popular
A origem do nome popular "joão-bobo" vem do fato de que, quando se sente ameaçada, a ave permanece imóvel, mas quando é apanhada pelo predador, finge-se de morto para escapar.[5] Também é conhecida pelos nomes de capitão-de-bigode, chacuru, chicolerê, colhereiro, dormião, dorminhoco, fevereiro, jacuru, joão-tolo, jucuru, macuru, paulo-pires, pedreiro, rapazinho-dos-velhos, sucuru e tamatiá.[5]
Subespécies
Duas subespécies são reconhecidas:[3]
- Nystalus chacuru uncirostris - encontrado no leste do Peru, nordeste da Bolívia e Brasil adjacente.
- Nystalus chacuru chacuru - encontrado no nordeste, leste e sul do Brasil, leste do Paraguai e nordeste da Argentina (Misiones).
Referências
- «Os Nomes Portugueses das Aves do Mundo» (PDF). europa.eu. 20 de junho de 2021. Consultado em 12 de julho de 2023
- Mata, Jorge Rodriguez; Erize, Francisco; Rumboll, Maurice (2006). Aves de Sudamerica: Guia de Campo Collins (em espanhol). [S.l.]: Letemendia. ISBN 978-9872173296
- Rasmussen, Pamela C.; Collar, Nigel; Kirwan, Guy M. (4 Março 2020). «White-eared Puffbird (Nystalus chacuru)». In: del Hoyo, J.; Elliott, A.; Sargatal, J.; Christie, D. A.; de Juana, E. Birds of the World. Ithaca, NY: [s.n.] doi:10.2173/bow.whepuf1.01
- van Perlo, Ber (2009). A Field Guide to the Birds of Brazil (em inglês). Oxford: Oxford University Press. p. 547. ISBN 978-0-19-974565-4
- Terra da Gente. «João-bobo tem nome curioso e se faz de morto para escapar de predadores». G1. Consultado em 15 de junho de 2016
- Schulenberg, T.S.; Stotz, D.F.; Lane, D.F.; O'Neill, J.P.; Parker III, T. A. (2010). Birds of Peru (em inglês). Princeton: Princeton University Press. p. 266. ISBN 978-1-4008-3449-5
- Torres, Miriam; Cuyos-Palacios, Margot; Hernández, Flor (Junho 2019). «Nuevos registros de aves en el valle del río Mantaro, Huancavelica - Perú». Ecología Aplicada (em espanhol). 18 (1): 67–76. ISSN 1726-2216. doi:10.21704/rea.v18i1.1308
- Gurgel, Getulio de Assis; Quintas Filho, Sergei Studart (2013). Registro oportunístico de Nystalus Chacuru (Piciformes: Bucconidae) predando Ameivula ocellifera (Squamata: Sauria: Teiidae). Heringeriana (Relatório). 7. pp. 177–178. ISSN 2359-165X
- Crozariol, M.A.; Gomes, F. B. R. (2010). «Insetívoro ou oportunista? A dieta do João-bobo, Nystalus chacuru (Galbuliformes: Bucconidae)» (PDF). Atualidades Ornitológicas. 154: 4–5
- Raw, A. (1997). «Avian predation on individual Neotropical social wasps (Hymenoptera, Vespidae) outside their nests». Orn. Neotropical. 8 (1): 89–92
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