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Museu em Belém, Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Museu de Arte de Belém (MABE) é um museu público municipal localizado na cidade de Belém, capital do estado do Pará, Brasil. Fundado em 1991, é subordinado à Fundação Cultural do Município de Belém. Sua sede é o Palácio Antônio Lemos, edificação em estilo neoclássico erguido na segunda metade do século XIX para ser sede da Intendência Municipal, tombado pelo poder público nas instâncias federal, estadual e municipal.[1][2]
Museu de Arte de Belém | |
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Informações gerais | |
Inauguração | 1991 (33 anos) |
Diretor | Maria Beatriz Borba Florenzano |
Website | https://fumbel.belem.pa.gov.br/espacos-culturais/museu-de-arte-de-belem-mabe/ |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Belém |
Coordenadas | 1° 27′ 21″ S, 48° 30′ 08″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O acervo, de mais de 1.500 obras[3], é composto por pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, fotografias e exemplares de artes aplicadas (mobiliário e porcelana), procedentes do Brasil e do exterior e produzidos entre os séculos XVIII e XX. Possui biblioteca especializada em artes visuais (aproximadamente mil volumes), auditório, três salas de exposição permanentes e duas para exposições temporárias. O MABE mantém outros dois espaços expositivos na cidade, a Galeria Municipal de Arte e o Museu de Arte Popular, este último situado no distrito de Icoaraci.[2]
A partir da década de 1970, graças à expansão dos modernos meios de comunicação e o rompimento do isolamento físico de outras regiões do território brasileiro por meio da construção da Rodovia Belém-Brasília, a cidade de Belém passou a ter maior acesso ao fluxo de informações e de divulgação de eventos, integrando-se de forma mais plena ao cenário artístico brasileiro. Dessa forma, os artistas paraenses passaram a ter acesso facilitado a eventos anteriormente restritos, sobretudo no eixo Rio-São Paulo, passando a integrar, por exemplo, as exposições promovidas pela Fundação Bienal de São Paulo e os Salões Nacionais de Artes Plásticas organizados pela Fundação Nacional de Artes. Essa tendência se intensifica na década de 1980, marcada pelos movimentos pró-redemocratização, responsáveis por agregar parte considerável das classes artística e intelectual. Surgem diversas organizações culturais, proliferam na cidade os grupos teatrais e, em 1982, é criado o Salão Arte Pará, que se torna um importante marco na difusão das artes locais.[4]
É nesse contexto que surge, no ano de 1983, a Pinacoteca Municipal de Belém, com a função de catalogar, conservar e difundir o acervo artístico pertencente ao poder público municipal, composto por obras adquiridas desde o início do século XX, por ocasião das mostras de cunho acadêmico realizadas na capital. Em 1986, é criado, novamente por iniciativa da prefeitura, o Museu da Cidade de Belém, a partir do acervo da Pinacoteca Municipal. Três anos depois, é estabelecida a Fundação Cultural do Município de Belém (FUMBEL), o órgão responsável pelo fomento, disseminação da arte e manutenção do patrimônio histórico, artístico e cultural pertencente à cidade. A fundação passa então a administrar os dois espaços museológicos do município.[4]
Em 1991, ainda como fruto desse processo de organização e consolidação da rede de equipamentos culturais do município, é criado o Museu de Arte de Belém, durante a gestão de Augusto Rezende, como um departamento da Fundação Cultural do Município. Em 1994, após as obras de reforma do Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura, o novo museu foi transferido para este edifício, onde se encontra até hoje. Por ocasião de sua reinauguração, teve seu acervo ampliado com as coleções oriundas da Pinacoteca Municipal e do Museu da Cidade. O museu é responsável por gerir outros dois espaços museológicos na cidade de Belém: a Galeria Municipal de Arte e o Museu de Arte Popular, situado no distrito de Icoaraci.[2]
O Museu de Arte de Belém tem por objetivo preservar, restaurar, ampliar, pesquisar e divulgar seu patrimônio e fomentar diversas formas de manifestações artísticas, bem como prestar serviços à comunidade estudantil, principalmente no campo da arte-educação. Além das exposições permanentes, a instituição organiza e sedia mostras temporárias e itinerantes, mantém visitas guiadas para grupos de estudantes de escolas públicas e privadas, oficinas de sensibilização artística, eventos complementares às exposições temáticas e palestras para grupos organizados da sociedade civil.[1] Dentro os projetos permanentes, destaca-se o Pontearte, criado em 2008 em parceria com a Associação Cidade Velha Cidade Viva, visando desenvolver atividades de valorização do patrimônio cultural e de estímulo à produção artística com crianças carentes do Beco do Carmo.[5]
O Museu de Arte de Belém encontra-se instalado no Palácio Antônio Lemos, onde também está a sede do governo municipal. O museu ocupa sete salas de exposições no piso superior e duas salas no térreo do edifício, totalizando 1.500 metros quadrados. É equipado com laboratório de restauro, reserva técnica, auditório, sala de cinema e biblioteca.[3]
O Palácio Antônio Lemos, também conhecido como "Palacete Azul", foi projetado por José Coelho da Gama e Abreu e construído na segunda metade do século XIX para abrigar a Intendência Municipal, integrando dessa forma um seleto grupo de edifícios oitocentistas brasileiros que ainda mantém suas funções públicas originais. Está situado no bairro de Cidade Velha, o centro histórico da capital paraense, entre as praças Felipe Patroni e D. Pedro II. Sua construção foi iniciada em 1860 e terminada em 1885. Segue predominantemente o estilo neoclássico tardio, também conhecido no Brasil como "estilo Império". Além da prefeitura, já abrigou o Tribunal de Relação, a Junta Comercial, o Conselho Municipal e a Câmara de Deputados. Foi tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN) em 1942 e, posteriormente, pelos órgãos congêneres do estado e do município.[1][2]
O Museu de Arte de Belém possui um acervo de mais de 1.500 obras, entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, fotografias e objetos decorativos produzidos no Brasil e na Europa entre os séculos XVIII e XX. São particularmente ricos os segmentos referentes às obras produzidas no contexto do período áureo da borracha e à iconografia paraense, representando cenas de Belém, de seus habitantes e da região amazônica.[1][2]
Na coleção de pinturas, destaca-se um conjunto de onze telas retratando paisagens urbanas de Belém executadas por Antônio Parreiras, um dos muitos artistas brasileiros atraídos pela prosperidade das capitais da região Norte durante o ciclo da borracha. Ainda no contexto da arte acadêmica oitocentista e do proto-modernismo de princípios do século XX, destacam-se autores como Theodoro Braga e Benedito Calixto.[6]
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