Os morinos ou mórinos (em latim: Morini) foram um povo gaulês, não se sabe se celta ou germânico, que vivia na Gália Belga. Tinham a norte os menápios, a oeste o oceano, a sul os ambianos e atrébates. O seu nome derivaria da palavra celta mori (português "mar").

Mapa das Gálias à época da sua conquista por César, indicando o território aproximado dos morinos

Para os romanos, o território dos morinos equivalia ao fim da civilização, como indica o poeta Virgílio[1] e o erudito Plínio, o Velho.[2]

Júlio César combateu os morinos e submeteu-os com facilidade. Acredita-se que puderam mobilizar cerca de 25 mil homens em 57 a.C.,[3] quando César combateu contra eles visando usar o seu território como base de operações para a invasão da Britânia, pois o seu território, sobre as costas do Canal da Mancha, era o mais próximo das ilhas.[4] À volta desta expedição, os morinos sublevaram-se e foram reprimidos rápida e eficazmente por Tito Labieno ao retornar da Britânia [5]

Na sua segunda expedição para as ilhas de 54 a.C., César e as suas tropas partiram de Porto Ício,[6] dentro do território deste povo.

Os morinos rebelaram-se nos tempos do imperador Augusto, mas foram derrotados pelo seu legado Caio Carrinas entre 31 e 30 a.C..[7] A partir desse momento Bonônia (Bolonha-sobre-o-Mar) tornou-se porto romano [8] y Taruenna en colonia romana[9] e, como consequência, o país romanizou-se depressa.

Sob Vespasiano, uma unidade auxiliar do exército romano foi recrutada dentre os morinos, chamada Cohors I Morinorum, que foi enviada à Britânia.

Cláudio Ptolemeu, no século II, menciona duas das suas cidades: Gesoríaco ou Bonônia (Bolonha-sobre-o-Mar, França) e Taruena (Thérouenne, França), às que cabe acrescentar Castelo dos Matíacos (Cassel, França), que fica mais ao interior.

Parece que no Baixo Império o seu território abrangia a diocese de Bolinha e as de Saint Omer e Ypern.

Mapa das províncias galas, assinalando a localização dos diferentes povos pré-romanos que a habitavam.

Localização

Quando os romanos chegaram, várias tribos foram localizados na região dos Países Baixos, que residiam nas partes habitáveis mais altas, especialmente no leste e sul. Essas tribos não deixaram registros escritos. Todas as informações conhecidas sobre elas durante este período pré-romano é baseada no que os romanos, mais tarde, escreveram sobre as mesmas.

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O local aproximado (hoje Holanda) onde as tribos germânicas se assentaram no século I. Os limites exatos são desconhecidos entretanto, e H a M em particular, não devem ser considerados como representações exatas.

As tribos mostrado no mapa à esquerda são:

Outros grupos tribais não mostrados neste mapa, mas associado com a Holanda são:

Bibliografia

  • M. BESNIER, Morini, RE. XVI, 1, Sttutgart 1933, cols. 305-307.

Referências

  1. VIRGILIO, Eneida, VIII 727: extremique hominum Morini, Rhenusque bicornis
  2. PLINIO, NH, XIX, 8: ultimique hominum existimati Morini.
  3. CÉSAR, Bel. Gal. II, 4, 9: Apud eos fuisse regem nostra etiam memoria Diviciacum, totius Galliae potentissimum, qui cum magnae partis harum regionum, tum etiam Britanniae imperium obtinuerit; nunc esse regem Galbam: ad hunc propter iustitiam prudentiamque summam totius belli omnium voluntate deferri; oppida habere numero XII, polliceri milia armata L; totidem Nervios, qui maxime feri inter ipsos habeantur longissimeque absint; XV milia Atrebates, Ambianos X milia, Morinos XXV milia, Menapios VII milia, Caletos X milia, Veliocasses et Viromanduos totidem, Atuatucos XVIIII milia; Condrusos, Eburones, Caerosos, Paemanos, qui uno nomine Germani appellantur, arbitrari ad XL milia.
  4. CÉSAR, Bel. Gal." V, 2, 3, cfr. infra, Estrabo, IV 5, 2.
  5. CAESAR. De Bel. Gal. IV, 38, 1: Caesar postero die T. Labienum legatum cum iis legionibus quas ex Britannia reduxerat in Morinos qui rebellionem fecerant misit. Qui cum propter siccitates paludum quo se reciperent non haberent, quo perfugio superiore anno erant usi, omnes fere in potestatem Labieni venerunt..
  6. CÉSAR, Bel. Gal., V, 2, 3: Collaudatis militibus atque eis qui negotio praefuerant, quid fieri velit ostendit atque omnes ad portum Itium convenire iubet, quo ex portu commodissimum in Britanniam traiectum esse cognoverat, circiter milium passuum XXX transmissum a continenti: huic rei quod satis esse visum est militum reliquit.
  7. Dião Cásio, LI, 21, 6.
  8. PLINIO, NH. IV, 106: a Scaldi incolunt [texero] Texuandri pluribus nominibus, dein Menapi, Morini ora Marsacis iuncti pago qui Gesoriacus vocatur, Britanni, Ambiani, Bellovaci, Bassi...
  9. CIL XIII, 8727: Minervae/ Curladae/ T(itus) Punicius Ge/nialis IIv(i)r co/lon(iae) Morino/rum sacerdos/ Romae et Aug(usti)/ ob honorem / F(ecit) V(otum) A(nimo) M(emoriae) O(b) V(irtutem) L(ibens) .
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Mórinos».

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