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filme de 2012 dirigido por Marcos Bernstein Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Meu Pé de Laranja Lima é um filme de drama brasileiro de 2012, baseado no livro homônimo. Dirigido por Marcos Bernstein e José de Abreu, é a segunda adaptação cinematográfica da obra de José Mauro de Vasconcellos.
Meu Pé de Laranja Lima | |
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Pôster oficial do filme. | |
Brasil 2012 • cor • 97 min | |
Gênero | drama fantasia |
Direção | Marcos Bernstein |
Produção | Kátia Machado |
Produção executiva | Kátia Machado Elza Cataldo Samantha Capdeville |
Roteiro | Marcos Bernstein Melanie Dimantas |
Baseado em | Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro de Vasconcellos |
Elenco | José de Abreu João Guilherme Ávila Eduardo Dascar Fernanda Vianna Emiliano Queiroz Tino Gomes Caco Ciocler |
Música | Armand Amar[1] |
Cinematografia | Gustavo Hadba |
Direção de arte | Bia Junqueira |
Figurino | Luciana Buarque |
Companhia(s) produtora(s) | Passaro Films Globo Filmes |
Distribuição | Imovision |
Lançamento | 19 de abril de 2013 |
Idioma | português |
Orçamento | R$ 3–3,5 milhões[2][3] |
Receita | R$ 659.786[4] |
A ideia de adaptar o livro surgiu em 2004, quando a pedido da produtora do filme Kátia Machado, Marcos Bernstein e Melanie Dimantas escreveram um roteiro. Posteriormente, Bernstein se ofereceu para dirigir o longa, que foi durante um período foi uma produção franco-brasileira até terminar como um filme exclusivamente brasileiro. Após gravações ocorridas entre 2010 e 2011 em Minas Gerais, Meu Pé de Laranja Lima foi exibido pela primeira vez em 2012, no Festival do Rio. O filme estreou nos cinemas brasileiros em 19 de abril de 2013 e recebeu críticas variadas, que destacaram a atuação de João Guilherme Ávila como Zezé e a fotografia de Gustavo Hadba.
Meu Pé de Laranja Lima começa com José Mauro de Vasconcelos (Caco Ciocler) recebendo uma edição de sua obra recém-impressa.[1] Em seguida, o filme começa a contar a história a partir das recordações do escritor,[5] através de flashbacks.[6] Zezé (João Guilherme Ávila), um garoto de seis anos que vive no interior de Minas Gerais,[7] em uma casa muito humilde com sua família, constituída por seu pai (Eduardo Dascar), desempregado e alcoólatra, e sua mãe (Fernanda Vianna), que trabalha para sustentar o lar e seus quatro irmãos. Apesar da incompreensão, da falta de afeto e das agressões sofridas tanto por parte do pai quanto por parte dos colegas, o menino tem uma grande habilidade para contar histórias usando sua imaginação.[8][9]
Com as dificuldades financeiras, a família tem que mudar de casa.[10] No novo lar, Zezé encontra acalanto em um pé de laranja lima, que ele apelida de Minguinho. No entanto, por ser extremamente extrovertido ele acaba arranjando diversas confusões. Numa delas, ele tenta surfar no para-choque de Manoel Valadares, o "Portuga" (José de Abreu), porém é flagrado e o mesmo lhe dá diversas palmadas. O garoto se sente humilhado e quer se vingar, no entanto Valadares acaba compreendendo Zezé, que por sua vez compartilha de seu mundo de fantasias com o senhor; e uma nova amizade surge.[8][9]
A ideia em adaptar o filme surgiu em 2004[11] da produtora Kátia Machado[12] que então pediu para Marcos Bernstein e Melanie Dimantas escreverem um roteiro; mais tarde, após o término do mesmo,[13] por ter gostado da história, Bernstein se ofereceu para dirigir o longa, e Kátia aceitou.[12] Ao criar o filme o diretor quis fazer uma versão própria, mais atual da obra, afirmando não ter lido o livro e que mesmo tendo visto a primeira adaptação, ele não pretendia fazer um remake.[14]
O diretor disse que "buscou criar a sensação de aventuras, de brincadeiras, para dar ao longa um dinamismo que fugisse de um drama mais fechado, mas o foco é a criatividade desse menino e como ele não é entendido em suas relações."[15] Ainda sobre o drama e a violência do filme, acrescentou que "a ideia é muito mais criar um universo em que você sente o peso do que está acontecendo, sem precisar mostrar."[16]
Antes de ser concluído como uma produção exclusivamente brasileira, o filme foi uma coprodução com a França, que contaria com um ator francês, mesmo sendo falado em português. No entanto, como a produção no Brasil foi terminada com atrasos, de acordo com Bernestein porquê "o sistema de produção demora muito mais, o timing é diferente", a parceria foi cancelada.[12]
As gravações ocorreram em Minas Gerais em duas fases entre 2010 e 2011, em lugares que incluem o distrito de Abaíba e Piacatuba, localizados em Leopoldina; em Cataguases, ambas cidades na Zona da Mata Mineira.[8][15]
Para escolher o elenco, houve uma discussão entre o diretor e os preparadores de elenco para "definir o tipo de expressão e de olhar" ao invés de procurar pelo "ator ideal", o que exigira muitos testes.[12] A escolha de João Guilherme Ávila para o papel principal foi influenciada por Bruno Costa, preparador de elenco, que já havia trabalho com João no curta Vento, e o indicou para o papel.[17] No entanto, o ator ainda teve que passar pelo teste.[11] Já José de Abreu foi escolhido para interpretar o personagem Portuga, pois segundo o diretor Marcos Bernstein eles precisavam de "uma figura de peso", "alguém que passasse uma figura de virilidade e ao mesmo tempo uma figura de pai."[13]
O trailer do filme foi divulgado pela primeira vez em 27 de fevereiro de 2013;[18] o cartaz foi lançado no dia seguinte.[19] O filme foi lançado pela primeira vez no Festival do Rio de 2012, além de ter sido exibido na mostra Alice nas Cidades, do Festival de Roma.[9] Inicialmente, a estreia no Brasil foi anunciada para 26 de abril,[19] no entanto, a produtora Imovision a antecipou e agora a estreia está prevista para 19 de abril de 2013.[8] Mais tarde, o longa foi exibido no festival de cinema de Zlín, na República Tcheca, e no BraPeq Brazil Film Festival, na China.[20][21] O filme também foi vendido para Portugal, Turquia, Espanha, Alemanha, Coreia do Sul e Uruguai.[12] Em 21 de outubro de 2013, o filme foi lançado nos cinemas da França.[22]
Nas três primeiras semanas em que esteve em exibição, o Meu Pé de Laranja Lima teve um público de cerca de 56 mil pessoas.[23] Ao fim da semana de 12 de maio, o longa já havia sido assistido por 67.466 e arrecadado 659.786 reais.[4]
Meu Pé de Laranja Lima recebeu criticas geralmente positivas dos críticos especializados.[24] Por conta das "explícitas cenas de violência física e humilhação do personagem principal", a colunista Clarice Reichstul, da Folha de S. Paulo disse que se questionou se esse filme seria ou não para crianças. Segundo ela "era um filme para adultos", e comentou que acha que as crianças ficariam traumatizadas com "a violência do pai alcoólatra, dos colegas de escola, irmãos e irmãs do personagem principal."[25] O ator João Guilherme Ávila disse que não vê nenhum problema e acha que a classificação indicativa do filme deveria ser "livre".[26] Já Bernstein afirmou não saber se é possível classificá-lo como infanto-juvenil.[15]
Em sua crítica, Ana Carolina Garcia, do site SRZD.com, destacou que o filme mostra "que é possível fazer cinema de qualidade no Brasil." Ela disse que a principal diferença entre esse e o filme de Aurélio Teixeira é que esse ganha uma maior complexidade, ao "explora[r] tanto a crueza das agressões quanto o mundo imaginário de Zezé". A crítica ainda elogiou a fotografia, a montagem e atuação de João.[27] Alysson Oliveira, do Cineweb, concordou com os elogios ao protagonista, dizendo que ele é "uma grande contribuição ao filme". O crítico ainda comparou o filme com Os Incompreendidos, pelo seu tema.[28] Já Francisco Russo do AdoroCinema concordou com Ana Carolina quanto ao "lado imaginativo do livro", que é explorado por Bernstein. Ainda disse que "é um filme emocionante" pelas opções feitas pelo diretor e as belas atuações de José de Abreu e do protagonista João Guilherme Ávila.[29] Roger Lerina da Zero Hora afirmou que o filme "evita o sentimentalismo fácil e busca a essência delicada e melancólica da história", além de elogiar a trilha sonora, a fotografia e principalmente o elenco.[1] Natália Bridi do site Omelete elogiou a fotografia e a utilização dos planos, destacando também o fato do filme adaptar fielmente "a essência do livro".[5] Karina Maia d'O Dia disse que o filme "surpreende ao traduzir em imagens todo o ludismo da história."[30]
Apesar dos elogios da crítica, nem todos os comentários foram positivos. Escrevendo para O Globo, Consuelo Lins elogiou o equilíbrio "entre cenas da vida familiar do garoto", porém criticou "alguns momentos conexões e sentidos que poderiam se manter sugeridos, como as fabulações do garoto" e a "trilha sonora que intensifica em demasia emoções diversas, imprimindo uma grandiloquência desnecessária em muitas cenas, que não precisavam disso para comover o espectador."[31] João Carlos Sampaio do jornal A Tarde disse ter preferido a adaptação de 1970, afirmando que "no novo" Meu Pé de Laranja Lima", os tempos e os pequenos gestos "são atropelados". Sampaio ainda disse que o anacronismo do filme "soa como uma intenção mal desenvolvida" e que a geografia dramática não é bem cuidada. Ele elogiou apenas o elenco, principalmente João que é "a melhor coisa do filme", segundo o mesmo.[32] Sérgio Alpendre da Folha de S. Paulo notou que Bernstein é "mais ousado na estética" neste filme do que em O Outro Lado da Rua e que ele usa enquadramentos inusitados, que, segundo ele, estão em desacordo com a dramaturgia e prejudicam a fruição narrativa.[6]
O filme foi selecionado ao troféu Redentor[7] da mostra Première Brasil, no Festival do Rio,[33] e venceu o prêmio de melhor filme infanto-juvenil no Festival de Roma,[34] onde foi descrito como "o perfeito equilíbrio entre poesia e entretenimento, que o transforma em um filme tecnicamente elegante e, ainda assim, acessível".[9]
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