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Maria Felipa

marisqueira brasileira e heroína da Independência do Brasil na Bahia Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Maria Felipa
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Maria Felipa de Oliveira (Ilha de Itaparica, data incerta – 4 de julho de 1873) foi uma marisqueira e combatente brasileira na Guerra de Independência do Brasil, especificamente na campanha de Independência da Bahia na Ilha de Itaparica.[1][2][3][4]

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Imagem criada de Maria Felipa com base em depoimentos das pesquisadoras Eny Kleyde Vasconcelos Farias e Rejane Mira para o projeto Faces Negras Importam
Factos rápidos
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A narrativa oral em geral afirma que Maria Felipa liderou um grupo para lutar contra os soldados portugueses: com o apoio de homens da cidade, queimou inúmeras embarcações portuguesas, diminuindo o poderio colonizador no decorrer da batalha, e depois, enfrentou os portugueses usando folhas de cansanção, uma folha típica da região, que em contato com a pele dá a sensação de queimação; e toda a ação resultou em uma queda no número de soldados da tropa portuguesa. A história foi registrada pelo escritor baiano Ubaldo Osório Pimentel, avô do romancista João Ubaldo Ribeiro, e permanece ainda hoje no imaginário popular.[5][6][7]

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Biografia

Nascida na Ilha de Itaparica em data desconhecida, marisqueira, pescadora e trabalhadora braçal, ela teria liderado um grupo de 200 pessoas, entre mulheres negras, índios tupinambás e tapuias, nas batalhas contra os portugueses que atacaram a Ilha de Itaparica, entre 1822 e 1823.[2][8] Conta-se que Maria Felipa era uma mulher alta e corpulenta, descendente de negros escravizados, vindos do Sudão.[9] A narrativa oral, atribui ao grupo liderado por Maria Felipa, a façanha de incendiar algumas embarcações de transporte portuguesas, durante a Batalha de Itaparica.[10][2]

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Memória

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Monumento em homenagem a Maria Felipa inaugurado em 27 de julho de 2023 na praça homônima (anteriormente denominada Visconde de Cairu) em Salvador.

A figura histórica de Maria Felipa é citada no romance-histórico O Sargento Pedro, publicado em 1910, de autoria do itaparicano Xavier Marques.[11]

Em 26 de julho de 2018 foi declarada Heroína da Pátria Brasileira pela Lei Federal nº 13.697, tendo seu nome inscrito no "Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria", que se encontra no "Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves", situado em Brasília, Distrito Federal.[12]

Existe uma representação de Maria Felipa produzida pela perita técnica Filomena Orge a partir de relatos orais obtidos na ilha de Itaparica pela pesquisadora Eny Kleyde Farias.[13][14] Há também um retrato, de 1870, de uma mulher negra com um turbante que foi equivocadamente associado à imagem de Maria Felipa..[15] [16][17]

A Casa de Maria Felipa, localizada no Curuzu, bairro da Liberdade, Salvador, é um espaço de memória que abriga o acervo doado pela pesquisadora Eny Kleyde Farias como resultado dos seus 10 anos de pesquisa sobre o tema.

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Ver também

Referências

  1. Os Heróis do Brasil (ed.). «Maria Felipa, a Heroína Negra da Independência». Os Heróis do Brasil. Consultado em 22 de dezembro de 2016
  2. Tribuna da Bahia (ed.). «3 mulheres são heroínas do 2 de Julho». Tribuna da Bahia. Consultado em 22 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 21 de fevereiro de 2017
  3. Souza, Duda Porto de; Cararo, Aryane (2018). Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil 2a edição revista e ampliada, 2a reimpressão ed. São Paulo, SP: Seguinte
  4. «Independência da Bahia continua mal contada em 1822». Bahia Já. Consultado em 3 de julho de 2019
  5. Inácio Acioli de Cerqueira e Silva (1835). «Memórias históricas e políticas da província da Bahia». Biblioteca Digital de Literaturas de Língua Portuguesa - UFSC. p. 176. Consultado em 4 de julho de 2019
  6. «O Povo e a Guerra» (PDF). UFBA. Consultado em 4 de julho de 2019
  7. Eny Kleyde Vasconcelos Farias (2010). Maria Felipa de Oliveira: heroína da independência da Bahia. [S.l.]: Quarteto. 148 páginas. ISBN 8580050081
  8. Revista Raça (ed.). «Sabe quem foi Maria Felipa?». Revista Raça. Consultado em 22 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 23 de dezembro de 2016
  9. «Baianos defenderam ilha de ataque português há 200 anos». Folha de S.Paulo. 15 de janeiro de 2023. Consultado em 1 de fevereiro de 2023
  10. «REVISTA CIENTÍFICA DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA TÉCNICA DA SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA SALVADOR» (PDF). DEPARTAMENTO DE POLÍCIA TÉCNICA DO ESTADO DA BAHIA. Revista Prova Material (004). Abril de 2005. Consultado em 18 de agosto de 2022
  11. «Portal da Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 18 de agosto de 2022
  12. Moura, Milton; Brito, Felipe Peixoto (2022). «A presença de Maria Felipa num processo judicial em Itaparica, Bahia, 1834». Veredas da História (2). ISSN 1982-4238. doi:10.9771/rvh.v15i2.51856. Consultado em 24 de março de 2024
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Alunas do CED 01 do Riacho Fundo II interagindo com a imagem de Tereza de Benguela, Luiza Mahin e Maria Felipa
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Bibliografia

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Ligações externas

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