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Ritmo musical, dança e ritual de sincretismo religioso pernambucano Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Maracatu é um ritmo musical, dança e ritual de sincretismo religioso com origem no estado brasileiro de Pernambuco.
Existem dois tipos, conforme o "baque" ou batida: Maracatu Nação (Baque Virado) e Maracatu Rural (Baque Solto). O primeiro, bastante comum na área metropolitana do Recife, é o mais antigo ritmo afro-brasileiro; e o segundo é característico da cidade de Nazaré da Mata (Zona da Mata Norte de Pernambuco).[1][2]
Foi registrado como forma de expressão e patrimônio Cultural do Brasil[3] - aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) -[4] ao lado de manifestações como o marabaixo (Amapá), o carimbó (Pará), o tambor de crioula (Maranhão) e a arte kusiwa do povo indígena waiãpi (Amapá).[5]
O registro mais antigo que se tem sobre o Maracatu Nação data de 1711, mas o ano de sua origem é incerto. O que se sabe é que ele surgiu em Pernambuco e vem se transformando desde então.[2]
Um dos maracatus mais antigos é o Maracatu Elefante, fundado em 15 de novembro de 1800 no Recife pelo escravo Manuel Santiago após sua insurreição contra a direção do Maracatu Brilhante. A escolha do elefante como nome e símbolo da agremiação deveu-se ao fato de este animal ser protegido por Oxalá, orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. Uma das peculiaridades deste maracatu é o costume de conduzir três calungas (bonecas negras) ao invés de duas como é comum aos outros maracatus. São elas: Dona Leopoldina, Dom Luís e Dona Emília, que representam os orixás Iansã, Xangô e Oxum, respectivamente. Outra característica singular do Nação Elefante é o fato de ter sido o primeiro a ser conduzido por uma matriarca, pois até então os maracatus sempre tinham sido regidos por uma figura masculina.[6][7]
Os primeiros maracatus rurais foram criados em engenhos de Nazaré da Mata (Zona da Mata de Pernambuco), onde seus fundadores eram trabalhadores rurais, trabalhadores do canavial e cortadores de cana-de-açúcar, entre fins do século XIX e início do XX.
O maracatu de baque virado é caracterizado pelo uso predominante de instrumentos de origem africana. Na percussão chamam atenção os grandes tambores, chamados alfaias, que são tocados com baquetas específicas. Estes dão o ritmo ou o baque da música e são acompanhados pelas caixas ou taróis, ganzás, abês e um gonguê ou agogô.
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