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Luís, Delfim de França (1729-1765)
político francês Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Luís Fernando de Bourbon (em francês: Louis Ferdinand de Bourbon; Versalhes, 4 de setembro de 1729 - Fontainebleau, 20 de dezembro de 1765) foi o filho e herdeiro do rei Luís XV de França. Ele faleceu quando seu pai ainda estava vivo, o que impediu que ele se tornasse rei da França. Luís detinha o tradicional título de Delfim da França. Entre seus filhos estavam três reis da França, Luís XVI, Luís XVIII e Carlos X.
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Início de vida e educação
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Perspectiva

Luís Fernando de Bourbon nasceu em 4 de setembro de 1729, no Palácio de Versalhes. Seu nascimento de Luís assegurou tanto a sucessão do trono quanto a posição de sua mãe na corte, a qual antes se encontrava em situação precária, devido ao fato de ela ter dado à luz três filhas consecutivas antes do nascimento do delfim.[1] Luís possuía um irmão mais novo, Filipe, que faleceu ainda na infância.[1][2] O batizado de Luís ocorreu de maneira privada e foi celebrado pelo Cardeal Armand de Rohan.[3] Em 27 de abril de 1737, quando Luís tinha sete anos. Seus padrinhos foram seu primo, o duque de Orleães, e sua tia-avó, a duquesa–viúva de Bourbon.[2]
A governanta de Luís foi Madame de Ventadour, que já havia exercido a mesma função para seu pai. Quando Luís completou sete anos, o duque de Châtillon foi nomeado seu governador,[4] o conde de Muy assumiu o cargo de subgovernador e Jean-François Boyer, ex-bispo de Mirepoix, foi nomeado seu preceptor.[2][5]
Desde muito jovem, Luís demonstrou grande interesse pelas artes militares.[6] Ficou profundamente desapontado quando seu pai não lhe permitiu participar da campanha de 1744 durante a Guerra da Sucessão Austríaca.[7] Quando seu pai adoeceu gravemente com febre em Metz, Luís desobedeceu às ordens e foi ao seu leito, o que gerou grande ressentimento por parte do rei.[8][9] Esse incidente resultou na demissão do querido governador de Luís, o duque de Châtillon.[10][11] Mais tarde, em 1745, Luís pôde acompanhar seu pai em sua campanha na Flandres e testemunhou a Batalha de Fontenoy.[12][13][14] Após Fontenoy, Luís não foi mais autorizado a participar de batalhas, em parte devido ao crescente ciúme do rei e à atitude cada vez mais distante que este adotava em relação ao filho.[15] Luís mantinha uma relação muito próxima e protetora com sua mãe e irmãs, especialmente com Henriqueta Ana.[16]
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Personalidade
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Perspectiva

Luís era um homem de refinada educação,[17] erudito,[18][19] culto e um apreciador da música,[20][21] preferindo, acima de tudo, os prazeres proporcionados pelas conversas intelectuais às distrações da caça, dos bailes ou dos espetáculos.[22] Dotado de um elevado senso de moralidade,[23] era profundamente fiel à sua esposa Maria Josefa[18] e desaprovava as amantes de seu pai.[24][25] O duque de Luynes e o abade de Proyart, ambos amigos da família, relataram em suas memórias que, assim como sua mãe, piedosa e generosa, Luís, ainda em tenra idade,[26] doou consideráveis somas de seu próprio dinheiro para apoiar diversas causas beneficentes voltadas ao auxílio dos pobres, o que lhe conferiu grande popularidade entre a população francesa.[27]
Extremamente devoto,[17][28] foi um fervoroso apoiador da Companhia de Jesus,[23][21][29] tal como sua mãe e suas irmãs,[30][31] e, influenciado por elas, passou a cultivar uma profunda devoção ao Sagrado Coração.[32] Aos olhos de suas irmãs, Luís se apresentava como o modelo ideal do príncipe cristão, em notável contraste com seu pai, que era amplamente conhecido por seu comportamento licencioso e suas relações extraconjugais.
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Morte

Afastado dos assuntos governamentais por seu pai,[33] Luís encontrava-se no centro dos Dévots,[34] um grupo religioso ultraconservador que esperava chegar ao poder com a ascensão de Luís ao trono.[35][36]
Luís faleceu de tuberculose em Fontainebleau em 20 de dezembro de 1765, aos 36 anos,[37] enquanto seu pai ainda se encontrava vivo, o que impediu que ele se tornasse rei da França.[38][39] Sua mãe, a rainha Maria Leszczyńska, e seu avô materno, o antigo rei da Polônia, Estanislau I Leszczyński, duque de Lorena, também sobreviveram à sua morte. Seu filho mais velho sobrevivente, Luís Augusto, duque de Berry, foi proclamado o novo delfim,[40][39] ascendendo ao trono como Luís XVI após a morte de Luís XV, em maio de 1774.[41]
Ele foi enterrado na Catedral de Saint-Étienne em Sens[40] no Monumento ao Delfim da França e Maria Josefa da Saxônia, projetado e executado por Guillaume Coustou, o Jovem. Seu coração foi enterrado na Basílica de Saint-Denis ao lado de sua primeira esposa.[42]
Família
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Perspectiva
Primeiro casamento
Em 1744, Luís XV negociou um casamento entre Luís, então com 15 anos, e a infanta Maria Teresa Rafaela da Espanha, de 18 anos, filha do rei Filipe V da Espanha e de Isabel Farnésio, além de prima de Luís XV. O contrato matrimonial foi formalmente assinado em 13 de dezembro de 1744. A cerimônia de casamento por procuração ocorreu em Madrid, no dia 18 de dezembro, e a celebração pessoal teve lugar em Versalhes, em 23 de fevereiro de 1745.[43]
Em 1746, Luís recebeu a Ordem do Tosão de Ouro do seu sogro, o rei Filipe V da Espanha.[44]
Luís e Maria Teresa Rafaela formavam um casal bem harmonioso e nutriam uma afeição genuína um pelo outro. Dessa união, nasceu uma filha, a princesa Maria Teresa de França. Três dias após o nascimento de sua filha, Maria Teresa Rafaela faleceu, em 22 de julho de 1746.[45] Luís tinha apenas 16 anos na ocasião. Ele sofreu profundamente com a perda de sua esposa,[46][47] mas a necessidade de garantir a sucessão da coroa francesa impunha-lhe a responsabilidade de contrair novo matrimônio com rapidez.[48][49]
Segundo casamento
Em 10 de janeiro de 1747, Luís contraiu matrimônio por procuração, em Dresden, com Maria Josefa da Saxônia, a filha mais jovem, então com 15 anos, de Frederico Augusto II, príncipe-eleitor da Saxônia e rei da Polônia,[50] e da arquiduquesa Maria Josefa da Áustria. Uma segunda cerimônia matrimonial foi celebrada pessoalmente em Versalhes, no dia 9 de fevereiro do mesmo ano.[20][51]
Descendência
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Galeria
- Luís, Delfim da França aos 9 anos, por Louis Tocqué, 1738. O delfim é retratado estudando, com um globo e tratado de fortificação.
- Retrato do Delfim Luís por Maurice Quentin de La Tour, 1745.
- Retrato do Delfim Luís, por Alexander Roslin, 1765. O delfim é representado com seu uniforme coronel-general dos dragões, um pouco antes de sua morte.
- Alegoria da morte de Luís, Delfim da França, por Louis-Jean-François Lagrenée, 1765.
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Ancestrais
Referências
- Bernier 1984, p. 68.
- Broglie 1877, p. 15.
- Broglie 1877, p. 21.
- Broglie 1877, p. 22.
- Broglie 1877, p. 36.
- Bernier 1984, p. 122.
- Bernier 1984, p. 129.
- Broglie 1877, p. 56.
- Broglie 1877, p. 57-60.
- Bernier 1984, p. 130.
- Broglie 1877, p. 77.
- Mitford 1976, p. 38-45.
- Haggard 1906, pp. 238-242.
- Broglie 1877, p. 122-123.
- Broglie 1877, p. 38.
- Cronin 1975, p. 22.
- Bernier 1984, p. 158.
- Bernier 1984, pp. 151-152.
- Cronin 1975, p. 23.
- Bernier 1984, p. 159.
- Mitford 1976, p. 79.
- Perkins 1897, p. 255.
- Bernier 1984, p. 147.
- Haggard 1906, p. 304-305.
- Broglie 1877, p. 19.
- Broglie 1877, p. 331.
- Bernier 1984, p. 151.
- Haggard 1906, p. 347-348.
- Bernier 1984, p. 214.
- Mitford 1976, p. 119.
- Cronin 1975, p. 35.
- Cronin 1975, p. 26.
- Jones 2003, p. 234.
- Haggard 1906, p. 175-177.
- Broglie 1877, p. 187.
- Algrant 2002, p. 299.
- Bernier 1984, p. 220.
- Perkins 1897, p. 256.
- Cronin 1975, p. 40.
- Cronin 1975, p. 67-68.
- Broglie 1877, p. 333-334.
- Bernier 1984, p. 133.
- Nicolas-Louis Achaintre, Histoire généalogique et chronologique de la maison royale de Bourbon (Paris: Mansut, 1825), II, 149. T. F. Boettger says he received it in 1739.
- Algrant 2002, p. 59.
- Mitford 1976, p. 57.
- Algrant 2002, p. 60.
- Bernier 1984, p. 145.
- Mitford 1976, p. 77.
- Algrant 2002, p. 62-63.
- Algrant 2002, p. 68.
- Genealogie ascendante jusqu'au quatrieme degre inclusivement de tous les Rois et Princes de maisons souveraines de l'Europe actuellement vivans [Genealogy up to the fourth degree inclusive of all the Kings and Princes of sovereign houses of Europe currently living] (em francês). Bourdeaux: Frederic Guillaume Birnstiel. 1768. p. 12.
- Żychliński, Teodor (1882). Złota księga szlachty polskiéj: Rocznik IVty (em polaco). Jarosław Leitgeber. p. 1. Consultado em 1 de agosto de 2018.
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Bibliografia
Leitura adicional
Ver também
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