Esta é uma lista de ilhas do Brasil. Com um litoral e uma rede fluvial tão imensos, a quantidade de ilhas e arquipélagos consequentemente não poderia ser pequena.[1] Desse modo, a listagem foi arranjada segundo as unidades federativas nas quais as ilhas estão localizadas, como também doutras formas.
Dentre as ilhas brasileiras, há destaque para as ilhas-capitais, que são as capitais estaduais de território insular.
Por características geográficas
Por corpo aquático
E para além do arranjo divisor anterior, há a divisão em: ilhas fluviais; ilhas costeiras fluviomarinhas e marítimas; e ilhas oceânicas.
Ilhas fluviais e fluviomarinhas
O Brasil possui poucos lagos, classificados em lagos de erosão, formados por processos erosivos que ocorrem em especial no Planalto Brasileiro;[2] e lagos de barragem, que são resultantes da acumulação de materiais e subdividem-se em lagunas ou lagoas costeiras, formadas a partir de restingas, tais como as lagoas dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul, e lagoas de várzea, formadas quando as águas das cheias ficam alojadas entre barreiras de sedimentos deixados pelos rios ao voltarem ao seu leito normal. São comuns na Amazônia, no Pantanal e nas bordas litorâneas, onde são mais comumente chamados de lagoas.[2][3]
A hidrografia brasileira também abrange algumas das maiores ilhas fluviais do mundo, as quais são mais comuns em rios caudalosos e de planície onde o processo de sedimentação é lento.[4] A Ilha de Marajó, situada na desembocadura do Rio Amazonas, é a maior ilha fluviomarinha da superfície da Terra. Com mais de 40 000 quilômetros quadrados, sua área é comparável a países como Holanda e Suíça e abriga 16 municípios.[5] A Ilha do Bananal, localizada entre os rios Araguaia e Javaés, no estado do Tocantins, corresponde à maior ilha fluvial do mundo, com um total de 20 000 quilômetros quadrados, dos quais dois terços são alagados.[6] O arquipélago de Mariuá, situado no leito do rio Negro, possui 700 ilhas distribuídas ao longo de uma extensão de 140 quilômetros, configurando-se como o maior arquipélago fluvial da Terra. Situado a jusante de Mariuá, Anavilhanas é o segundo maior arquipélago, com um total de 400 ilhas locadas ao longo de 100 quilômetros.[7]
Como exemplos, tem-se o arquipélago flúvio-marítimo do Marajó, o flúvio-lacustre das Nove Ilhas e os fluviais de Mariuá e Anavilhanas, ambos no rio Amazonas.
Ilhas costeiras marítimas
- Abrolhos está situado a cerca de 70 quilômetros do litoral da Bahia e é um arquipélago formado por cinco pequenas ilhas, que compõem um parque nacional marítimo. Possui grande quantidade e variedade de corais e é habitado por cabras selvagens e aves marinhas. A Ilha Santa Bárbara é a maior e única habitada e seus poucos residentes são militares da Marinha que se dedicam à manutenção e funcionamento do farol, além de representantes do Ibama e familiares.[8][9]
Ilhas oceânicas
As ilhas oceânicas, que ficam distantes do litoral e emergem da Dorsal Atlântica.[10][11] São ambientes insulares que se formam, geralmente, em decorrência da atividade vulcânica, distantes da costa e com grande parte emersa, são relativamente recentes no tempo geológico.[12] Sua estrutura é composta principalmente por rochas calcárias e ilhas de coral. [13]
Essas ilhas têm como principal característica um ecossistema único e riqueza na biodiversidade.[14] Variam desde meros pontos de rocha ou areia acima do alcance da maré até grandes massas como a Islândia.[15]
O território brasileiro é composto por 5 ilhas oceânicas, sendo elas os arquipélagos de Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo, Atol das Rocas, Ilha de Trindade e Martin Vaz.[16]
A formação de ilhas oceânicas ocorre devido a vulcões submarinos que se formam em zonas de subducção, nesses locais uma placa tectônica mergulha sob a outra. Além disso, esses vulcões também podem ser formados devido a fraturas na placa tectônica, como ocorreu nas ilhas oceânicas brasileiras. [15]
Arquipélago de Fernando de Noronha
O Arquipélago de Fernando de Noronha, localizado abaixo da linha do equador com latitude 03o 54'S e longitude 32o 25'W, pertence ao estado de Pernambuco [12]. Está a uma distância de aproximadamente 360 quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte e 545 quilômetros da costa pernambucana, é constituído por 21 ilhas.[17] Possui área territorial de 18,609 Km2 e uma população estimada de 3140 pessoas.[18] Localizado no topo de um monte submarino de 4000 metros, sofre influência da Corrente Sul Equatorial, sua evaporação é maior do que a precipitação, influenciando a salinidade e a temperatura. [19]
Foi, por algum tempo (1942-1987), território federal ligado às Forças Armadas, mas com a Constituição de 1988, foi reincorporado ao estado de Pernambuco, como distrito estadual [20] e Fernando de Noronha é uma unidade de conservação (UC), atualmente administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[19]
Vem sendo explorado mais intensamente no arquipélago o turismo, que, ao lado da pesca, é a principal atividade econômica.[21][22] Em Fernando de Noronha está um dos mais espetaculares pontos para a observação de golfinhos em todo o mundo, a enseada da Praia do Sancho.
Arquipélago de Trindade e Martim Vaz
A ilha de Trindade e Martim Vaz se encontram a 48 km de distância e distantes em média 1200 km da costa brasileira. Trindade possui uma área de 10,4 km2, e está localizada a 20º 31’ S e 29º19’W, enquanto Martim Vaz possui uma área de 0,3 km2 e está localizada a 20º30’ S e 28º51’W.[12]
Constituem, uma ilha maior, Trindade, e um grupo de cinco ilhotas de vegetação escassa, conhecidas como grupo Martim Vaz, a cerca de 50 quilômetros a leste de Trindade. Martim Vaz é, portanto, considerado o extremo leste do Brasil, situando-se a 2 400 quilômetros do continente africano. A ilha maior é ocupada para observações meteorológicas, por situar-se em área de dispersão de massas de ar. São usadas como base da Marinha e estação meteorológica.[23][24][25]
Arquipélago de São Pedro e São Paulo
O arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) é formado por um grupo de 15 pequenas ilhas rochosas entre as coordenadas 00o 55’ N e 29o 21’W, sendo, portanto, a ilha mais distante da costa com uma distância de 1010 km do nordeste.[12] Sua formação ocorreu nas falhas transformantes ativas da grande Zona de Fratura de São Paulo. Seu ponto mais alto possui altura máxima de 18 metros. Encontra-se sobre a influência direta da zona de convergência intertropical (ZCIT), sendo assim, é uma das áreas de maior índice pluviométrico em todo oceano Atlântico, acarretando a diminuição da salinidade. O substrato predominante é rochoso, por vezes coberto por algas. [19]
Sem água potável ou qualquer vegetação, são habitados apenas por aves marinhas, que lá procriam e deixam espessa camada de guano (acumulação de fosfato de cálcio resultante do excremento). As ilhotas, que pertencem ao estado de Pernambuco, situam-se a 627 quilômetros de Fernando de Noronha e 986 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte, tendo a presença de uma estação científica.[24][26]
Atol das Rocas
O Atol das Rocas é uma formação anular de recifes constituído pelas ilhas do Farol e do Cemitério, ambas desabitadas, a cerca de 240 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte e a 145 quilômetros a oeste de Fernando de Noronha.[27] O Farol das Rocas, construído no século XIX, auxilia a navegação no local. Configura-se como primeira reserva biológica marinha do Brasil, criada em 1979.[24][28]
O formato de anel com estrutura coralínea que se forma após a erupção de uma ilha vulcânica. O magma do vulcão cria a camada de recifes que se desenvolvem em formato circular, apenas em águas tropicais, pois os organismos coralíneos associados sobrevivem em águas quentes.[29]
O Atol das Rocas se cresce sobre um topo aplainado de um monte submarino, no sopé continental brasileiro.[30] Tem uma área de 7,5 km2, distante 145 km ao oeste do arquipélago de Fernando de Noronha e 266 km da costa do nordeste, entre as coordenadas 3o 51’S e 33o 48’ W.[12]Rocas se situa sob um monte vulcânico que integra o conjunto de cadeias de montanhas submarinas do arquipélago de Fernando de Noronha.[30]
PELD ILOC
O PELD ILOC (Pesquisas ecológicas de longa duração) é uma iniciativa do Governo Federal, desde 1999, que através do CNPq e ICMBio realiza pesquisas e acompanhamentos de sítios de referência que buscam o entendimento da ecologia do ecossistema. Esse projeto também tem como objetivo levar o conhecimento a população visando o desenvolvimento sustentável.[31] O projeto responsável pelo manejo das ilhas oceânicas é o PELD ILOC, ou PELD Ilhas Oceânicas, com início em 2013. Nesse projeto há participação de cientistas de várias universidades brasileiras, com o intuito de acompanhar a biodiversidade marinha das quatro ilhas oceânicas brasileiras,[16] com o objetivo de entender ecossistemas marinhos ao redor das ilhas oceânicas e como esses locais isolados e com diferentes graus de proteção ambiental respondem a interferências humanas.[12] No PELD ILOC há projetos como estrutura de comunidade de peixes recifiais, dinâmica das populações de caranguejo aratu, diversidade e abundância de ouriços-do-mar, monitoramento da saúde dos corais, entre outros. [16]
Por unidade federativa
- Lista de ilhas da Bahia
- Lista de ilhas do Distrito Federal
- Lista de ilhas do Espírito Santo
- Lista de ilhas do Maranhão
- Lista de ilhas de Minas Gerais
- Lista de ilhas do Pará
- Lista de ilhas da Paraíba
- Lista de ilhas de Pernambuco
- Lista de ilhas do Rio Grande do Norte
- Lista de ilhas do Rio Grande do Sul
- Lista de ilhas de São Paulo
Ver também
Referências
- Antunes 1990, p. 44
- Globo Universidade (8 de julho de 2012). «Lagoas brasileiras: saiba mais sobre suas dinâmicas e ecossistemas». Consultado em 15 de dezembro de 2014
- Luiz Carlos Parejo (22 de junho de 2006). «Ilhas: Maritmas, fluviais, lacustres e arquipélagos». Uol Educação. Consultado em 15 de dezembro de 2014
- iG São Paulo (11 de dezembro de 2014). «Ilha de Marajó (PA) tem município com menor renda per capita do Brasil». Consultado em 15 de dezembro de 2014
- Super Interessante (15 de dezembro de 2004). «Ilha de Bananal: Paraíso em Tocantins». Consultado em 15 de dezembro de 2014
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Maior arquipélago fluvial do mundo». Consultado em 15 de dezembro de 2014
- Ilha de Abrolhos. «Ilha Santa Bárbara». Consultado em 18 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 23 de julho de 2018
- Revista Turismo (abril de 2001). «Abrolhos - BA». Consultado em 18 de dezembro de 2014
- Mar a Dentro (19 de agosto de 2014). «Algumas diferenças entre ilhas costeiras e ilhas oceânicas no Brasil». Consultado em 17 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2015
- «Atlas geográfico das zonas costeiras e oceânicas do Brasil» (PDF). IBGE. p. 9. Consultado em 5 de agosto de 2012
- Serafini, Thiago Zagonel; França, Georgeana Barbosa de; Andriguetto-Filho, José Milton (setembro de 2010). «Ilhas oceânicas brasileiras: biodiversidade conhecida e sua relação com o histórico de uso e ocupação humana». Revista de Gestão Costeira Integrada (3): 281–301. ISSN 1646-8872. doi:10.5894/rgci178. Consultado em 24 de maio de 2022
- Winterer, Edward L. (2019). «Oceanic islands». Access Science (em inglês). doi:10.1036/1097-8542.464200. Consultado em 24 de maio de 2022
- Borges, Paulo. «Capítulo 14: Ilhas oceânicas». Ecossistemas (PDF). [S.l.: s.n.] p. 463
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- «Fernando de Noronha (PE) | Cidades e Estados | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 24 de maio de 2022
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- Enrico Marone (30 de agosto de 2013). «Arquipélago de Trindade e Martin Vaz: as mais distantes ilhas brasileiras». R7.com. Consultado em 17 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2015
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- Lucas Cembranelli e Rogério Cassimiro. «Ilha da Trindade». Consultado em 17 de dezembro de 2014
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- Roberto Muylaert Tinoco (fevereiro de 1989). «O atol das 100 mil aves». Super Interessante. Consultado em 18 de dezembro de 2014
- «Atoll | National Geographic Society». education.nationalgeographic.org. Consultado em 25 de maio de 2022
- Pereira, N.S.; Manso, V.A.V.; Silva, A.M.C.; Silva, M.B. (setembro de 2010). «Mapeamento Geomorfológico e Morfodinâmica do Atol das Rocas, Atlântico Sul». Revista de Gestão Costeira Integrada (3): 331–345. ISSN 1646-8872. doi:10.5894/rgci209. Consultado em 25 de maio de 2022
Bibliografia
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